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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Madame Blavatsky

Elena Petrovna Blavatskaya nasceu no dia 12 de agosto de 1831, em Ekaterinoslav – Ucrânia, morrendo aos 59 anos, no dia 08 de maio de 1891, na cidade de Londres – Inglaterra.

Para que se tenha uma idéia, embora vaga da época na qual viveu esta personagem, é sempre bom lembrar que o ano de seu nascimento foi também palco para, em nosso país, a renúncia do imperador Pedro I em favor de seu filho e na América do Sul, em especial nas Ilhas Galápagos, tem início o trabalho do conhecidíssimo cientista Charles Darwin.
 
No ano da morte de Elena, 1891, foi promulgada a primeira Constituição republicana de nosso país; houve a primeira projeção pública de um precursor do cinema inventada por Thomas Edison; foi inaugurada a Avenida Paulista, em São Paulo; nasceu Luís Inácio de Anhaia Melo, político e arquiteto que posteriormente emprestou seu nome a uma grande Avenida de São Paulo e morreu o Imperador Pedro II.
 

Apenas dois anos após a morte de Elena, as mulheres conquistaram o direito ao voto, ao menos na Nova Zelândia.
 

Neste contexto histórico, cremos que o leitor melhor poderá compreender a importância das atividades de Elena, que foi uma produtiva escritora, filósofa e teóloga na Rússia de então, sendo responsável pela sistematização da teosofia  moderna e uma das fundadoras da Sociedade Teosófica .
 

Esta mulher, filha de um alto oficial do exército de família nobre alemã e de uma conhecida escritora, também descendente da nobreza russa, teve garantido, por conta dessa conjunção aristocrática um ambiente rico, educado e culto para o seu crescimento pessoal e de seus irmãos.
 

Nasceu prematura e demasiadamente frágil para que se pudesse crer que sobreviveria, pelo que se providenciou seu batismo no dia consecutivo, conforme o entendimento religioso da época e do lugar.
 

Segundo relatos de seus familiares, foi uma criança obstinada, rebelde e imaginativa, gostava mais de estar entre os soldados de seu pai e entre os servos do que entre os filhos da nobreza, que sonhava em voz alta e vivia reunindo amigos para contar-lhes as visões que tinha e as histórias em que ela se apresentava como uma heroína e autora de estranhas façanhas, e que dizia poder falar com os animais e seres inanimados e possuir um grupo de amigos invisíveis.
 

Elena descreveu sua infância nas seguintes e breves palavras:
 

"Minha infância? De um lado, mimada e acariciada; de outro castigada e tratada com rigor. Doente e sempre às portas da morte até os sete ou oito anos, sonâmbula; possuída pelo demônio. Governantas, duas… Enfermeiras - não sei quantas… Uma meio tártara. Soldados do meu pai tomando conta de mim…".

Aos 11 anos, com o falecimento de sua mãe, Elena passou a ser criada pelos avós maternos, em localidade da qual seu avô era o governador. Segundo várias testemunhas, logo se mostrou dotada de poderes psíquicos ou sobrenaturais, e a tradição existente sobre ela diz que era capaz de materializar flores, levitar pequenos objetos e de produzir outros prodígios. Ainda jovem interessou-se pelo esoterismo, lendo avidamente sobre magia e alquimia em trabalhos de Paracelso, Cornelius Agrippa e Heinrich Khunrath na biblioteca do seu bisavô, o príncipe Pavel Dolgorukov, que tinha sido iniciado na Maçonaria no final do século XVIII. Em 1847 mudou-se com seus avós para Tiflis, onde seu avô assumiu o cargo de governador da Transcaucásia, e ali conheceu seu futuro marido, Nikifor Blavatsky, e o príncipe Galitzin, ambos com interesses na área do ocultismo. Existe uma versão de sua história nesse período dizendo que ela teria se apaixonado pelo príncipe Galitzin e fugido com ele, e que o escândalo que se formou teria sido a causa de seus avós arranjarem seu casamento o quanto antes. Outra versão diz que o casamento aconteceu em virtude de uma aposta que Helena teria feito com uma de suas servas, que não acreditava que alguém jamais se interessaria por uma pessoa tão intratável como ela.
 

De qualquer forma, com dezessete anos, em 7 de julho de 1848, casou-se de fato com Nikifor Blavatsky. Vice-governador da província de Erevan, na Arménia, ele era muito mais velho do que ela, e o casamento nunca se consumou. Helena aceitou casar-se com a esperança de adquirir independência, mas fugiu do marido quando ainda estava a decorrer a lua-de-mel e foi para a casa dos avós em Tiflis. Diante do problema, seu pai foi consultado, e arranjou-se que ele encontrasse Helena em Odessa para resolver a situação. Mas prevendo que ele ordenaria que ela voltasse para o marido, conseguiu enganar a escolta que fora enviada para acompanhá-la e se dirigiu para Constantinopla, de onde iniciou um longo período de viagens pelo mundo, iniciando pela Turquia, Grécia e Egito. A descrição do seu itinerário exato e dos eventos que nelas aconteceram é difícil. Não foram documentadas e são todas reconstituídas através de seus próprios relatos, muitas vezes imprecisos, sem uma ordem cronológica coerente e aparentemente fantásticos, mas não impossíveis, numa época em que as longas viagens por países exóticos se tornavam uma moda entre a elite européia. Por exemplo, dizia ter atuado num circo montando cavalos em pêlo, viajado em carroça aberta pelo Meio-Oeste norte-americano e ali se encontrado com tribos de peles-vermelhas, trabalhado como importadora de penas de avestruz em Paris e decorado aposentos da Imperatriz Eugênia. Alguns autores sugerem que ela pode ter tido amantes, como o barão de Meyendorff, o príncipe de Wittgenstein e o cantor de ópera Metrovich, mas se às vezes dava a entender que tais ligações eram reais, noutras se esquivava. Já foi sugerido que ela teve um filho, a partir de um relato seu sobre uma criança que ela "adotara" e que logo morrera, mas um atestado médico emitido em 1885 pelo doutor Leon Oppenheim afirmou que ela jamais poderia engravidar, pois sofria de prolapso uterino, provavelmente congênito.
 

No aniversário de 20 anos de Elena, ela teria se encontrado pela primeira vez com seu mestre, que a ela teria dito que se deveria preparar para um trabalho de grande relevância, que incluía um treinamento de três anos no Tibete.
 

Este mestre, conforme depois narrou Elena, seria um iniciado oriental de Rajput, o Mestre Morya, como é conhecido entre os teósofos.
 

Ainda no ano em que completou 20 anos, Elena viajou para o Canadá, como também para várias partes dos Estados Unidos, México, América do Sul e Índia. Teria conseguido ingressar no Tibete apenas em 1955, com 24 anos, onde por três anos teria passado por um período de aprendizado com seu mestre e, em 1858, foi para a França e Alemanha, em seguida retornando para a Rússia.
 

Entre 1860 e 1865 teria realizado diversas viagens pelo mundo e passado por inúmeras experiências de natureza espiritual, que, segundo afirmou, teriam proporcionado completo controle de seus poderes psíquicos.
 

Após diversas viagens e peripécias, inclusive participação em duas rebeliões, numa das quais foi ferida quando apoiava as tropas de Giuseppe Garibaldi, em 1868, na cidade de Florença, recebeu um aviso de seu mestre Morya para se juntar a ele em Constantinopla, de onde seguiram para o Tibete, permanecendo um período no mosteiro Tashi Lhunpo em Shigatse, a sede do Panchen Lama. Ali encontrou outro mestre, o Mestre Koot Hoomi, que mantinha uma escola de adeptos adjacente ao mosteiro. Foi recebida por ele como discípula e introduzida no Budismo Tibetano, recebendo ademais uma preparação especial para sua futura missão no ocidente. A veracidade desse relato tem sido questionada, mas sua descrição de Shigatse era correta quando a cidade era na época inacessível para os ocidentais, e seu conhecimento avançado do Budismo Tibetano foi mais tarde ratificado por estudiosos do assunto.
 

Segundo Helena, na primavera de 1873 o seu mestre deu-lhe instruções para seguir para Paris e, depois, para Nova Iorque.
Blavatsky embarcou no navio para os Estados Unidos com dinheiro suficiente apenas para comprar uma passagem de terceira classe, e quando lá chegou estava sem um centavo, quase não falava inglês e teve de se hospedar em um estabelecimento de caridade para mulheres operárias. Nesse período se sustentou com dificuldade, fazendo bolsas e limpadores de canetas, até que recebeu uma pequena herança de seu pai, morto em 27 de junho de 1873. Investiu o dinheiro, em parceria com uma certa Clementine Gerebko, em terras e uma granja de criação de galinhas, mas como nada entendia de negócios nem de criações, foi à falência rapidamente. Contudo, alegando ter sido enganada pela sócia, levou o caso a julgamento, previu que seria dado um parecer favorável a ela e inclusive escreveu uma carta antecipada ao seu advogado detalhando as bases legais que seriam usadas no veredicto. Sua previsão se confirmou, ela venceu a causa e recebeu uma compensação de 1.146 dólares. Nessa época sua presença já causava uma impressão indelével mesmo em quem a conhecia apenas de passagem, pelo poder que pareciam dela emanar, e seus enormes olhos azuis eram sempre citados como penetrantes e magnéticos, o que contrastava com a pobreza e desleixo de seu vestuário. Seu comportamento nada convencional e sua completa indiferença para com a opinião alheia eram fonte de perplexidade e desconcerto para as pessoas com quem convivia.


Em outubro de 1874 Blavatsky conheceu o Coronel Henry Steel Olcott numa sessão espírita que se realizava na fazenda Eddy, no estado de Vermont, e se tornaram amigos. Ao contrário dos seus primeiros anos, que são reconstituídos na maior parte das vezes apenas por seus próprios relatos, desta parte de sua vida em diante existe muita documentação sobre suas atividades. De início eles se envolveram ativamente com o Espiritismo, que nesta época era considerado por Blavatsky do maior interesse, participaram de várias sessões de médiuns famosos na época e ela mesma produziu vários fenômenos. Ambos defenderam publicamente os médiuns e Blavatsky dizia-se acompanhada freqüentemente por uma entidade invisível a quem chamou de John King, a quem atribuía a autoria de inúmeros fenômenos paranormais que lhe ocorreram, e era para ela uma companhia confortadora. Em 1875, contudo, um caso espírita fraudulento, não ligado diretamente a Blavatsky, chamou a atenção de toda a imprensa local, o Espiritismo rapidamente começou a perder prestígio, e Blavatsky, que a esta altura estava vivendo de artigos sobre o assunto, começou a enfrentar novamente problemas financeiros. Para sua sorte Olcott passou a apoiá-la. O relacionamento entre eles era assexual, mas se desenvolveu rapidamente para um companheirismo íntimo, chamando-se mutuamente por apelidos, passeando e se divertindo juntos e trabalhando colaborativamente, e em seguida se tornou claramente uma relação de mestre-discípulo. Mantiveram apartamentos no mesmo edifício e todas as noites se reuniam para trabalhar.
 

Depois de mais algumas tentativas com o Espiritismo, Blavatsky começou a mudar seu foco de interesse, e por uma sugestão de dois mestres, membros de uma misteriosa Fraternidade de Luxor, Blavatsky fundou uma sociedade em maio de 1875 que recebeu o nome de Miracle Club (Clube dos Milagres), a fim de informar o público sobre o mundo oculto a partir de um nível superior de inspiração, os mestres vivos de sabedoria, e não as entidades desencarnadas comuns do plano astral, mas o clube logo fracassou. 
Escreveu também alguns artigos para o jornal Spiritual Scientist sobre uma variedade de assuntos esotéricos, como a filosofia Hermética, Cabala, Magia, Alquimia e Rosacrucianismo, e neles pela primeira vez tornou pública a existência de uma fraternidade oculta de Adeptos ou Mahatmas. Em meados do mesmo ano William Quan Judge se juntou a Blavatsky e Olcott, e eles passaram a manter um salão público para discutir ocultismo. Num desses encontros, em 7 de setembro, quando se dava uma palestra sobre os cânones de proporções dos gregos, egípcios e romanos, Olcott propôs a formação de uma sociedade para estudo desses e outros temas correlatos com vistas às suas implicações esotéricas. Nas reuniões subseqüentes Olcott foi eleito presidente e Blavatsky secretária-correspondente. Depois de muito debate sobre o nome que deveria receber a sociedade, em 18 de setembro foi escolhido o de Sociedade Teosófica, e a reunião inaugural aconteceu em 17 de novembro de 1875, na data que é considerada a de sua fundação oficial. Numa de suas cartas para um amigo russo ela expôs o projeto:


"Olcott está agora organizando a Sociedade Teosófica em Nova Iorque. Ela será composta de ocultistas e cabalistas eruditos, de filósofos herméticos do século XIX, e de antiquários devotados e egiptologistas em geral. Queremos fazer uma comparação experimental entre o Espiritismo e a Magia dos antigos seguindo literalmente as instruções dos antigos cabalistas, tanto judeus como egípcios. Ao longo de muitos anos tenho estudado a filosofia Hermética em teoria e prática, e a cada dia me convenço mais de que o Espiritismo em suas manifestações físicas não é nada mais do que a Píton de Paracelso, ou seja, o éter intangível que Reichenbach chama de Od. As pitonisas dos antigos costumavam magnetizar a si mesmas - leia Plutarco e seu relato sobre as correntes oraculares, leia Cornelius Agrippa, a Magia Adamica de Eugenius Philalethes, e outros. Você vai ver sempre melhor, e poderá se comunicar com os espíritos por este meio - auto-magnetismo".

Em setembro de 1877 Blavatsky publicou sua primeira obra importante, Ísis Sem Véu, uma grande defesa das religiões antigas, onde abordou a História, o desenvolvimento das ciências ocultas, a natureza e origem da Magia, as raízes do Cristianismo, e, segundo a perspectiva da autora, os erros da teologia cristã e as falácias da Ciência ortodoxa. A escrita desta obra foi realizada em circunstâncias peculiares. Segundo a descrição de Olcott, Blavatsky nesse período experimentou "uma maravilhosa mudança psicofisiológica", e ela passou a ter seu corpo ocupado por diversos personagens de elevada erudição, que lhe ditavam partes do texto e lhe forneciam referências ou citações de obras que ela jamais havia lido pessoalmente, e eram ou desconhecidas dos ocidentais ou raras, de difícil acesso. À medida que trabalhava no manuscrito, se percebiam diversas caligrafias diferentes, que ela atribuía à influência de diversos mestres trabalhando através dela. Ísis sem Véu foi a obra que conheceu mais popularidade em sua vida, esgotando rapidamente várias reimpressões consecutivas. Neste mesmo ano, Blavatsky foi naturalizada cidadã estadunidense. Ela começava a atrair a atenção internacional em virtude da novidade de seus escritos, enquanto que sua residência se tornava um ponto de encontro para a intelectualidade nova-iorquina.
 

Os últimos anos de Blavatsky foram dedicados a uma intensa atividade literária, mas teve de enfrentar algumas graves crises internas na Sociedade e uma série de doenças - nefrite, úlceras, reumatismo, hidropisia, sangramentos e sua eterna obesidade, que atingira seu ponto mais grave, mal permitindo que andasse - e chegou várias vezes à beira da morte. Aportando em Nápoles em abril de 1885, de lá Blavatsky foi para Würzburg, na Alemanha, onde permaneceu até maio de 1886 em companhia da condessa Constanze Wachtmeister, que se tornou sua companheira fiel, e adiantou a escrita da que veio a ser sua obra-prima, A Doutrina Secreta. Depois foi para Ostende, onde caiu de cama gravemente enferma, sendo desenganada pelos médicos. Nessa ocasião seu mestre teria lhe aparecido, dando-lhe a opção de morrer e se livrar dos tormentos físicos, ou viver com mais sacrifícios e terminar seu trabalho. Escolhendo viver, recuperou-se rápido, para a surpresa de todos.
 

Daí dirigiu-se para Londres, onde sua presença fora solicitada para dar novo impulso à Sociedade, que ali declinava. Fixou residência definitiva em 1º de maio de 1887 e foi acolhida por seus amigos londrinos, indo morar com Mabel Collins. Imediatamente deu seguimento ao trabalho na Doutrina Secreta, conheceu Annie Besant, que se tornou a sua principal discípula na fase final de sua vida e mais tarde veio a assumir a presidência da Sociedade Teosófica, e fundou uma filial exclusiva da Sociedade, a Loja Blavatsky. As reuniões, sempre concorridas, eram bastante incomuns para seu tipo, as discussões eram informais, e eram conduzidas por Blavatsky de acordo com o método socrático. 
Respondia às perguntas do público com muita atenção, profundidade e interesse, mas se alguém dizia algo para confundi-la intencionalmente sua reação era vulcânica. Como havia perdido o controle sobre The Theosophist, lançou em setembro uma nova revista, Lúcifer, cujo título era intencionalmente provocativo por ser um dos nomes do Diabo, mas que significa realmente "aquele que traz a luz". Pouco depois seus editores, os Keightley, providenciaram para ela e para a Wachtmeister uma casa, e ali, sempre doente, iniciou a preparação para publicação de A Doutrina Secreta, o que custou um trabalho ingente ao grupo que a ajudava, uma vez que a quantidade de material era enorme e estava completamente desorganizado. Relatos de seus amigos dizem que as discussões eram freqüentes e se podiam ouvir os gritos de Blavatsky por toda a rua afora. O plano da obra foi estabelecido pelos seus editores para tomar quatro volumes - Evolução do Cosmos, Evolução do Homem, Vidas de Ocultistas Célebres, e Aspectos Práticos do Ocultismo, mas somente as duas primeiras partes vieram à luz ainda em sua vida, a partir de outubro de 1888.

Ainda em outubro se desenhou um conflito de autoridade entre Blavatsky, Olcott e Judge, em torno da criação da Seção Esotérica da Sociedade Teosófica, para estudos avançados, e na convenção geral foi reconhecido que a Sociedade precisava se reestruturar diante de seu rápido crescimento, que a havia tornado uma entidade internacional e dera margem a uma série de intensas discórdias internas. Em julho de 1889 publicou o livro A Chave para a Teosofia, uma exposição de Ética, Filosofia e Ciência em forma de perguntas e respostas, expondo a razão pela qual a Sociedade Teosófica foi fundada e quais eram seus ensinamentos básicos. Debilitada, viajou no mesmo mês para Fontainebleau, na França, a fim de repousar, mas em vez disso escreveu em poucos dias A Voz do Silêncio, um livro baseado no Livro dos Preceitos de Ouro, que ela havia memorizado enquanto residia com os monges tibetanos. Voltando a Londres continuou escrevendo artigos menores, mudou-se em julho de 1890 para a casa de Annie Besant, que havia sido transformada no quartel-general da Sociedade e no centro de reuniões do Grupo Esotérico. Nesta época Blavatsky havia assumido a direção geral da seção inglesa da Sociedade, que se instalou em uma sede independente. Em fevereiro de 1891 irrompeu uma epidemia de gripe em Londres, que atingiu também Blavatsky. Seu quadro se agravou e em 8 de maio, às 14h25min, faleceu tranquilamente, cercada de amigos. A causa mortis foi uma combinação de nefrite e gripe.
 

Suas últimas palavras foram "Keep the link unbroken! Do not let my last incarnation be a failure" ("Mantenham o elo intacto! Não façam de minha última encarnação um fracasso"). 

Links interessantes:

* Ísis sem véu - parte 1
* Ísis sem véu - parte 2
* Ísis sem véu - parte 3
* Ísis sem véu - parte 4

* A chave para a Teosofia

* A voz do silêncio





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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Aleister Crowley

Nascido no dia 12 de outubro de 1875, Edward Alexander Crowley morreu aos 72 anos, em Hastings – Inglaterra,  depois de uma vida repleta de grandes inovações, enormes críticas e também reverências.
 
É o fundador da doutrina conhecida por Thelema, que poderia ser resumida em seus dois grandes postulados, um dos quais, pensamos, bastante discutível. São eles:


•    "Faze o que tu queres será o todo da Lei.
•    "Amor é a lei, amor sob vontade."
 

 
Aleister Crowley declarava-se também como mago, hedonista , usuário “recreacional” de drogas, além de crítico social.
 

Em muita de suas “façanhas” ele iria contra os valores morais e religiosos do seu tempo, defendendo o libertarianismo  baseado em sua regra de "Faz o que tu queres". Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O homem mais perverso do mundo."
 

Aos cinco anos de idade, foi levado ao velório de sua irmã natimorta. A respeito, ele próprio escrever na publicação “As Confissões de Aleister Crowley”:
 

“O incidente criou uma curiosa impressão nele. Ele não entendia o porquê de ser perturbado tão inutilmente. Ele não poderia fazer nada; a criança estava morta; aquilo não era de sua conta. Essa atitude continuou com o passar de sua vida. Ele nunca visitara outro funeral a não ser o do próprio pai, que ele não se importou em fazer, pois sentiu que ele na verdade era o centro de interesse.”

A morte de seu pai, aqui referida, aconteceu quando Crowley tinha onze anos e fez com que fosse ele mandado para uma tradicional escola (Irmandade Plymouth), de onde foi expulso por "tentar corromper outro garoto."
 

Sobre a mudança de seu nome, ou adoção do pseudônimo pelo qual ficou conhecido, fato ocorrido entre 1.895 e 1.897, assim escreveu:
 

“Por muitos anos eu me aborreci sendo chamado de Alick, em parte devido ao som desagradável e a visão da palavra, e em parte pois esse era o nome que minha mãe me chamava. Edward não parecia se ajustar a mim e os diminutivos Ted ou Ned eram ainda menos apropriados. Alexander era muito longo e Sandy sugeria ser loira com sardas. Eu tinha lido em um livro ou outro que o nome mais favorito a se tornar famoso era composto de um dátilo  seguido por um espondeu , como no fim de um hexâmetro : por exemplo Jeremy Taylor. Aleister Crowley preenchia essas condições e Aleister é a forma gaélica  de Alexander. Adotar este nome satisfaria meu ideal romântico. A ortografia atroz A-L-E-I-S-T-E-R foi sugerido como a forma correta pelo Primo Gregor, que deveria saber melhor. De qualquer modo, A-L-A-I-S-D-A-I-R cria um dátilo muito ruim. Por essas razões eu decidir ficar com meu pseudônimo presente — Eu não posso dizer que tenho certeza que facilitei o processo de ficar famoso com isso. Eu deveria ter feito isso sem dúvida, qualquer que tivesse sido o nome que eu escolhesse.”

Foi em dezembro de 1896 que ele afirmou ter tido a sua primeira experiência religiosa significante da qual mais tarde ele afirma, "essa filosofia nasceu em mim." 


A partir dessa experiência, Crowley começou a ler sobre ocultismo e misticismo, e no próximo ano, ele começou a ler livros de alquimistas e místicos, e livros em magia. Em outubro uma breve doença lhe trouxe questões sobre a mortalidade e "a futilidade de toda atividade humana," ou pelo menos a futilidade da carreira diplomática que Crowley tinha anteriormente considerado - ao invés ele decidiu devotar sua vida ao oculto. Em 1897 ele deixou Cambridge, sem conquistar diploma algum.
 

Em 1898, Crowley estava de estadia em Zermatt, Suíça, onde ele encontrou o químico Julian L. Baker, e os dois começaram a falar sobre seus interesses em comum sobre alquimia. No seu retorno a Inglaterra, Baker apresentou Crowley a George Cecil Jones, um membro da sociedade oculta conhecida como Ordem Hermética da Aurora Dourada. Crowley foi posteriormente iniciado na "Ordem Externa" da Aurora Dourada, no dia 18 de novembro de 1898, pelo líder do grupo, S. L. MacGregor Mathers.[29] A cerimônia foi realizada no Salão de Mark Mason em Londres, onde Crowley aceitou seu lema e seu nome mágico de Frater Perdurabo, significando "Eu devo resistir até o fim." Por volta desse mesmo tempo, ele se moveu de uma acomodação elegante no Hotel Cecil para o seu próprio apartamento de luxo em Chancery Lane. Ali, Crowley prepararia duas acomodações diferentes; uma para a prática de Magia Branca e outra para a prática de Magia Negra. Pouco tempo depois ele convidou seu companheiro da Aurora Dourada, Allan Bennett, para viver com ele, e Bennett se tornou seu tutor pessoal, ensinando a ele mais sobre magia cerimonial e o uso de drogas para rituais. Entretanto, em 1900, Bennett se mudou para Ceilão (Sri Lanka de hoje) para estudar Budismo, enquanto em 1899 Crowley adquiriu Mansão Boleskine, em Foyers na margem do Lago Ness na Escócia. Ele desenvolveu um amor pela cultura escocesa, se descrevendo como "Senhorio de Boleskine" e começou a vestir o tradicional vestido das montanhas, até mesmo durante visitas de volta a Londres.  Entretanto, uma dissidência havia sido desenvolvida ao redor da Aurora Dourada, com MacGregor Mathers, o líder da organização, sendo deposto por um grupo de membros que estavam infelizes com seu regime autocrático. Crowley tinha inicialmente contatado esse grupo pedindo para ser iniciado em ordens superiores da Aurora Dourada, mas eles negaram a ele. Imperturbado, ele foi a MacGregor Mathers, que por uma grande quantia iniciou ele na Segunda Ordem. Agora leal a Mathers, ele (com sua então amante e companheira iniciada, Elaine Simpson) tentaram ajudar a interromper a rebelião, e sem sucesso tentaram tomar o espaço de um local conhecido como a Abóbada de Rosenkreutz dos rebeldes. Crowley também desenvolveu mais contendas pessoais com alguns dos membros da Aurora Dourada; ele não gostava do poeta W.B. Yeats, que tinha sido um dos rebeldes, pois Yeats não era particularmente favorável a um de seus poemas, Jephthat. Ele também era antipático a Arthur Edward Waite, que despertava a ira de seus companheiros da Aurora Dourada com seu pedantismo. Crowley defendia o ponto de vista que Waite era um chato pretensioso através de críticas aos escritos deles e editoriais das escritas de outros autores. Em seu periódico O Equinócio, Crowley intitulou uma de suas críticas de, "Wisdom While You Waite" (interpretado como Sabedoria Enquanto Você Espera, sendo Wait em inglês esperar), e sua nota sobre o falecimento de Waite tinha o título de, "Dead Waite" (interpretado como "Peso Morto", aproximando a pronúncia de "weight", que significa peso).
 

Em 1900, Crowley viajou para o México através dos Estados Unidos, por uma veneta, onde conquistou uma amante local e onde juntamente com o amigo Oscar Eckenstein escalou algumas montanhas, fugindo de uma delas em erupção.
 

Oscar Eckenstein disse para Crowley que deveria obter maior controle sobre si mesmo, aconselhando-o a praticar “raja Yoga” .
 

Crowley esteve também em São Francisco, Havaí, Japão, Hong Kong e Ceilão, onde ele se encontrou com Allan Bennett e se devotou ainda mais a ioga, na qual ele afirma ter alcançado o estado mental de dhyana. Foi durante esta visita que Bennett decidiu se tornar um monge budista da tradição Theravada, viajando à Burma, enquanto Crowley tinha ido a Índia, estudar várias práticas Hinduístas.
 

Em 1903 Crowley se casou com Rose Edith Kelly, que era irmã de um amigo de Crowley, o pintor Gerard Kelly, em um casamento de conveniência. Entretanto, um pouco depois do casamento, Crowley se apaixonou de verdade por ela e começou a namorá-la. Gerard Kelly era de fato um grande amigo de W. Somerset Maugham, que mais tarde usaria Crowley como modelo para sua novela O Mágico, publicada em 1908.
 

O ano de 1904 foi capital para Crowley, o mistério que iria persegui-lo por toda a vida estava por se revelar, como dádiva e maldição. Ele já era um Magista competente, iniciado na Aurora Dourada, uma das mais importantes Ordens mágicas de todos os tempos.
 

Nesta época, Crowley estava viajando o mundo. Em março e abril ele estava no Cairo, Egito, em companhia de sua esposa, Rose Kelly. O casal se entregava às alegrias da viagem de núpcias, mas nem por isso Crowley deixava de ser um Mago. Ele faz uma invocação de elementais do ar para sua jovem esposa, e qual não foi a sua surpresa, ao invés dos silfos a mulher começa a balbuciar: Hórus falava através dela. O deus prescreve então uma série de detalhes para um ritual de invocação, o resultado deste Ritual se da nos dias 8, 9 e 10 de abril, nos quais Crowley recebe o Livro da Lei, um poderoso Grimório de instruções mágicas, a Lei da era de Aquário. Crowley se choca com o conteúdo do Livro, mas a força das revelações lá contidas, influenciando eventos históricos de magnitude gigantesca (Primeira e Segunda guerras mundiais, por exemplo), deixou fora de dúvida a veracidade, beleza e poder do Livro da Lei.
 

Ditado por uma entidade de nome Aiwaz (que mais tarde Crowley associou a seu Eu superior). Nele, a Lei da nova era é sintetizada na frase Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei, e tem como contraponto e complemento Amor é a lei, amor sob Vontade.
 

Seus últimos anos, a partir de 1945, são vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continua recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem-no. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.
 

No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros, e ainda perplexo, segundo terceiros, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.
 

Quatro dias depois, no crematório de Brighton, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual", com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu famoso Hino, a Pã.
 

Há muito conflito entre os biógrafos de Aleister Crowley.
 

Alguns o pintam como um grande esotérico e magista. Outros, como um libertino que usava o esoterismo como desculpa para o uso de drogas e o sexo livre, aos quais atribuía poderes maravilhosos. Finalmente, há os que o compreendem como um homem perturbado mentalmente, que se deixou levar por devaneios e prazeres.


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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bem e Mal

As pessoas normalmente tem uma visão dualista da existência, como se a vida pudesse ser dividida entre “bem” e “mal”.
 
De fato, até nossa mente trabalha por associação e confrontação de idéias, pelo que sabemos o que é o claro por conhecer o escuro e, desta forma, tudo se nos parece realmente dicotômico. Homem/mulher, calor/frio, luz/escuridão, etc.
 

Mesmo as pessoas que já estudaram o que adiante abordaremos, num ou noutro momento pegam-se falando e comportando-se como se a vida fosse uma real dualidade, quando na verdade apenas existe o “um”.
 

A noção do que é bom e do que é mal está diretamente associada ao posicionamento e ao interesse pessoal de quem avalia o evento.
 

Veja-se que a abertura de uma vaga na direção de uma grande empresa, que essencialmente não tem conotação má ou boa, para quem perdeu o emprego é vista como péssima, mas como maravilhosa para quem o conquistou em seguida.
 

O Ser Humano médio é volúvel no que tange à compreensão dos fatos que se passam à sua volta. Interpreta-os tão somente de acordo com sua conveniência e interesse, o que os esteriotipa como “bons” ou “maus” eventos, daí surgindo a idéia de “sorte”, “azar”, “fatalidade”, “destino”(veja a respeito o nosso artigo “Destino”) e muitas outras que consideramos superstições.
 

Como medimos a temperatura? Medimo-la em “graus de calor” e não em “graus de frio”. Portanto, não existe frio, mas a ausência de calor. Não existe a escuridão, mas a falta de luz. Não existe o mal, mas o vácuo do bem.
 

Apenas o calor pode debelar o frio, espargindo-se, tal qual a luz faz com a escuridão e o bem com o mal, lembrando que, na verdade, frio, escuridão e mal são meramente gradações de calor, luz e bem...
 

A compreensão desta idéia pode tornar a vida mais fácil e dinâmica, mas também faz surgir um compromisso: Se temos luz, cabe-nos levá-la à escuridão... Se temos calor, cabe-nos levar ao frio... Se temos o bem, cabe-nos debelar o mal...
 

Em 2012, finalmente abriremos nossa consciência?

São Francisco de Assis - por _Zilu_
São Francisco de Assis - por _Zilu_


Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me um instrumento de Vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
E onde houver trevas, que eu leve a luz.

Senhor, fazei de mim uma instrumento de vossa paz.

Ó mestre, que eu não busque tanto ser consolado mas consolar.
Ser compreendido, mas compreender.
Ser amado, mas amar.
Porque é dando que se recebe.
É esquecendo que se encontra.
É perdoando que se encontra o perdão.
É morrendo que se revive para a vida eterna.


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Destino


O destino é normalmente concebido como a seqüência de acontecimentos que não pode ser evitada, vinculada a algum tipo de ordem divina.
 
Para os defensores desta visão do mundo e da vida, o destino conduz nosso cotidiano de conformidade com uma ordem natural, da qual nada que existe pode escapar.
 

O destino é uma concepção humana antiga que se faz presente em diversas mitologias, como a grega por exemplo, onde é bem personificado pelas “Moiras”, sendo igualmente constante em correntes filosóficas como a do fatalismo.





As Moiras

Il destino dell'uomo - por Cacciaramarri.
Il destino dell'uomo - por Cacciaramarri.
Três irmãs que determinavam o destino dos deuses e dos homens, fabricando, tecendo e cortando o que seria o fio da vida de todos, fazendo uso da “Roda da Fortuna”, tear usado para tecer os fios.

As voltas da “Roda da Fortuna” colocam o fio da vida do indivíduo em sua parte mais privilegiada (que é o topo) ou na menos desejável (o fundo), o que esclareceria os períodos de boa e má sorte de todos.

Entre os romanos, o mito grego também muito influenciou a cultura. Os nomes das divindades gregas, contudo, caíram em desuso e as “Moiras” eram, entre os romanos, conhecidas por “Parcas”, cada qual com um nome distinto, quais sejam “Nona”, “Décima” e “Morta”.
 

Nona” tinha a responsabilidade de presidir a gestação e o nascimento, enquanto “Décima” regeria o crescimento e o desenvolvimento e “Morta” o final da vida.
 

Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:

•    Cloto (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
•    Láquesis (Λάχεσις; láchesis) grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
•    Átropos (τροπος; átropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânatos, Queres e Moros, determinava o fim da vida.

Fatalismo
 

É a concepção que prega que o mundo e os acontecimentos produzidos são irrevogáveis, produzidos por uma ordem cósmica, denominada “Logos”.
 

É, portanto, uma doutrina que apregoa que tudo acontece de acordo com um destino fixo e inexorável, incontrolável e não influenciável pela vontade do Homem.
 

Esta filosofia exerceu grande influência sobre os povos hebreu e grego.
 

A cultura latina apresenta um exemplo de fatalismo com Manilio, o qual, na sua obra "Astronômica", o faz surgir de forma velada na sua concepção fatalística baseada na existência de um Logos significando também como Demiurgo da realidade que o circunda.
 

Uma forma diversa de fatalismo está presente ainda na doutrina cristã da Divina Providência.

Nietzsche Friedrich - por Sobibor.
Nietzsche Friedrich - por Sobibor.
Em Nietzsche, fatalismo e confiança são as características do "pessimismo corajoso" do Super-homem, que é, em substância, uma síntese do pessimismo schopenhaueriano e do otimismo antifatalístico  emersoniano do sábio "Destino". O destino, segundo Nietzsche, propõe ciclicamente as mesmas situações; não sendo assim possível interpretar a vida, se iludindo de poder nela agir, mas é preciso aceitá-la com uma simplicidade infantil.
Há correntes de pensamento muito diferentes, algumas das quais corroboram apenas parcialmente o determinismo característico do “destino” e outras cujo pensamento é diametralmente oposto.


O óbvio, contudo, é que o determinismo e sua principal característica, a imutabilidade da vida, são entendimento normalmente abraçados por pessoas que pouca intenção e vontade exercem para tomar em suas mãos as rédeas da sua existência.
 

O fato é que temos e podemos exercer grande liberdade em nossa existência, mudando seu rumo no momento que considerarmos mais adequado.
 

Mudança, aliás, é uma das sete leis do hermetismo (leia em “As sete leis herméticas”) e, parece-nos uma característica bastante acentuada do Universo em que vivemos.
 

Claro que para os partidários do determinismo, as mudanças que realizarmos em nossa vida já estavam “escritas e definidas antes do nosso nascimento”.
 

No entanto, não cremos em nenhum deus que realmente determine que toda a vida de uma pessoa, ou pior, de um povo, seja integralmente pobre e insalubre, onde a fome, a sede e a desesperança imperem. Cremos, na verdade, na acomodação de um indivíduo ou de um povo, mas principalmente na inércia criminosa daqueles que tendo condições de auxiliar, omitem-se por interesse financeiro, no mais das vezes.

Este assunto já foi por nós abordado anteriormente. Você pode ler o que antes escrevemos em "Destino e fatalidade". 

 
Como perguntamos naquele artigo, ainda gostariamos de conhecer a opinião de nossos leitores. Destino existe?
Sim. Ele determina toda nossa vida.
Não. Somos totalmente autodeterminados.
Bem, sim e não. Existe em apenas aspectos como nascimento e morte.
Destino não. O que existe é "carma".
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

6a. feira, 13



O que realmente está relacionado à antiga superstição da sexta-feira, dia 13?



Quanto ao número 13

Em numerologia, o número 12 é considerado como significativo de algo completo, pois que 12 são os meses do ano, 12 os apóstolos de Cristo, 12 as tribos de Israel, 12 os signos do zodíaco, etc.

13th Floor - por Anthony808
13th Floor - por Anthony808
O número que segue ao que se considera completo é o dito irregular, sinal de infortúnio.

Ao que tudo indica a superstição vinculada ao número 13 é muito antiga e presente inclusive em culturas anteriores à era Cristã.
 

Tudo indica que a superstição foi iniciada entre os nórdicos, posteriormente espalhando-se da Escandinávia e ganhando toda a Europa.
 

Para eles, por exemplo, houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituídos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos.
 

Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). 
Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. 
Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.
 

O pavor ao número treze ganhou até mesmo designação na psicologia. É a denominada triscaidefobia.

Quanto à sexta-feira


Há quem afirme que o dilúvio bíblico aconteceu numa sexta-feira, como também, diga-se de passagem, teria ocorrido a morte de Jesus e o fim dos Cavaleiros 
Templários (13/10/1307).
As sextas-feiras, por estas e por outras ocorrências de menor relevância, é considerado dia de mau agouro.
 

O que dizer, então, da conjunção de uma sexta-feira com o número 13?
 

Um absurdo mau agouro, claro!






Alguns fatos (ou pseudo-fatos) ocorridos na sexta-feira, 13


•    Mu, terra de nossos ancestrais, foi destruído em uma sexta-feira 13, e esta seria a origem do medo deste dia, segundo o pseudo-historiador James Churchward.
•    13 de Dezembro de 1968: O governo militar do Brasil decreta o AI-5, que, entre outras coisas, suspendeu direitos e garantias políticas, decretou estado de sítio no Brasil e dava poderes aos militares de fechar o Congresso.
•    O pior incêndio de florestas na história da Austrália ocorreu em uma sexta-feira 13 de 1939, onde aproximadamente 20 mil quilômetros de terra foram queimados e 71 pessoas morreram.
•    A queda do avião que levava a equipe uruguaia de rúgbi nos Andes foi em uma sexta-feira 13 de 1972. Os acontecimentos neste acidente deram origem ao filme Alive (Vivos) de 1993 com direção de Frank Marshall (Resgate Abaixo de Zero).


Aos autores do Blog Maçonaria e Esoterismo os eventos relacionados à sexta-feira, dia 13 são altamente supersticiosos, embora o tsunami do Oceano Índico, havido em 2004, tenha ocorrido em uma sexta-feira.
 

Ora, muitos outros acontecimentos que poderiam ser considerados catastróficos aconteceram às sextas-feiras, dos quais alguns no dia 13, mas muitíssimos outros aconteceram em outros dias da semana e do mês.
 

Assim, não vemos motivo para relacionar mau agouro a esta data, como também nenhuma razão para qualquer mudança de atitude ou insegurança nas ocasiões e, especialmente para a ausência de andares com o número 13 em certos prédios norte-americanos.
 

Não fosse assim, as primeira e segunda guerras mundiais não teriam que ter sido iniciadas em sexta-feira, dia 13? (Na verdade a primeira começou em uma terça-feira, 28 de julho de 1914 e a segunda numa sexta-feira, 1º de setembro de 1939)
 

Bem... Para aqueles que não conseguimos convencer, embora absolutamente não recomendemos ou acreditemos na eficácia e, portanto, não apregoemos o uso, ai vai uma simpatia para a sexta-feira, dia 13, que aqui mencionamos tão somente para demonstrar o nível do que encontramos a este respeito:


Acenda um defumador abre-caminhos e passe a fumaça dele sobre seu corpo. Mentalize somente coisas positivas. Quando ele terminar, sopre suas cinzas ao vento dizendo: "sai azar, afaste-se de mim. De hoje em diante, meu azar chegou ao fim".
Em seguida, acenda uma vela branca sobre um pires branco e fale em voz alta: "os que esperam no Senhor renovarão suas forças". Espere a vela queimar e jogue os restos dela no lixo. Lave o pires e use-o como de costume.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Espaço


A Ciência, as escolas iniciáticas, muitas religiões e pensadores concluíram pela relatividade do “tempo”, cada qual tendo por base uma motivação, mas com conclusão idêntica.
 
O “tempo”, como ontem falamos no artigo de mesmo nome, está diretamente relacionado à consciência humana e, portanto, pode ser considerado como tomada e duração de consciência.
 

A Ciência e o nosso cotidiano relacionam intimamente “tempo” e “espaço”, de forma que é absolutamente comum ouvirmos, lermos e falarmos de “quilômetros por hora” (medição de espaço percorrido em determinada mensuração de tempo) e “metros por segundo”.
 

Mais recentemente, a Ciência tem falou em quatro dimensões espaciais e não mais as tradicionais “largura”, “altura” e “profundidade”.
 

De fato, a “teoria da relatividade” de Albert Einstein incluiu o “tempo” como uma das variáveis da dimensão espacial.
 

Outras teorias ainda mais inovadoras falam em 10 ou 11 dimensões (“teoria das cordas” e a “teoria-M”), sempre relacionando o “tempo” ao “espaço” de forma inseparável (a respeito você pode encontrar mais informações no primeiro de uma série de oito artigos que escrevemos a respeito dos assim chamados “Portais Dimensionais”. Você encontra este artigo no seguinte link: “Portais Dimensionais – 1/8 – O que são?”).
 

Há um exemplo recorrente para demonstrar a inteira dependência do “tempo” em relação à nossa consciência, que, entretanto, igualmente serve para demonstrar a total vinculação do “tempo”, do “espaço” e da própria consciência a que nos referimos.



Como todos podem perceber a Estrela “A” se encontra à distância de 3 anos-luz  de nosso planeta e está distante da Estrela “B” 9 anos-luz.
 

Imaginemos que a Estrela “A” sofra uma explosão catastrófica, capaz de destruí-la. Esta explosão, considerando que a luz emitida pela mesma estrela demora 3 anos para chegar ao nosso planeta, apenas será percebida por nós após 3 anos de sua ocorrência.
 

Para nós a explosão estará ocorrendo naquele instante e, portanto, estará no momento “presente”, enquanto para a Estrela “A” estará posicionada no momento “passado” e, considerando que a luz ainda demorará 6 anos para chegar à Estrela “B”, posicionar-se-á no futuro em relação a ela.
 

Veja-se, portanto, que o “tempo” novamente está relativizado em função da consciência, assim como o “espaço”, por direta ligação com o “tempo”.
 

Isto, entretanto, não significa que o “espaço”, embora relativo, não influencie nossa vida. Ele possui existência e interfere diretamente no nosso cotidiano, mas a sua medição é absolutamente dependente da nossa percepção (leia-se consciência).
 

Mas, afinal de contas, para que se presta esta discussão? Qual a sua utilidade prática?
 

Ora, enquanto nos posicionarmos meramente no plano físico de nossa existência, de nada servirão estes “aprendizados”, pois que o “tempo” e o “espaço” são senhores deste mundo.
 

Entretanto, quando nos desviamos singelamente deste plano, rumando para o plano mental, por exemplo, a importância torna-se total.
 

Se o leitor fechar os olhos e permitir que a mente se posicione automaticamente ao ler a palavra “Lua”, constatará que sua mente estará imediatamente naquele satélite, independentemente do vasto “espaço” que dele nos separa.
 

O que dizer, então, quando nos reportamos as assim chamadas “viagens astrais”? Elas existem? São possíveis?
 

Bem... isto já é tema para outro artigo...


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tempo


Tempo - por giuly431
Tempo - por giuly431


Na página de fãs do nosso Blog Maçonaria e Esoterismo, recentemente lançamos uma pergunta a respeito do “tempo” e outra sobre o “espaço”, buscando conhecer a convicção de nossos leitores relativamente à existência ou não destes dois conceitos.

Parece evidente que o “tempo”, conforme o concebemos normalmente, existe e parece nos influenciar de forma clara e muitíssimo evidente.

Os dias, meses e anos passam, a pele se enruga, os cabelos embranquecem, o corpo se curva, aparecem as dores, falta-nos o fôlego e a vitalidade de quando éramos indiscutivelmente jovens.

Portanto, parece-nos indiscutível que existe um constante avançar e uma clara sucessão de fatos, pessoas, coisas e dias, a que chamamos “tempo”, que se comporta de forma linear e evidente.

Bem, não era exatamente neste aspecto que discutíamos sobre o “tempo”...

O que a nós, autores deste Blog Maçonaria e Esoterismo, realmente interessa demonstrar o quanto verdadeiramente nossa concepção pessoal a respeito do tempo diretamente influencia nossa vida, fazendo-nos mais ou menos felizes.


Pois bem, todos nós sabemos que existem insetos que nascem, crescem, reproduzem e morrem em “apenas” 24 horas e temos por hábito considerar esta existência absurdamente curta quando comparada à nossa[1].

Imaginemos, entretanto, somente por um instante, embora possa parecer absurdo, que os elefantes tivessem a capacidade de viver em média 500 anos. Para eles, nossa vida média de 75 anos não seria irrisória? No entanto, nascemos, crescemos, procriamos, produzimos e morremos neste período que para nós é perfeitamente viável para todas estas atividades.

O tempo, como disse Albert Einstein, embora tomando por base outra premissa, é relativo!

Uma hora de prazer e sorriso dura realmente menos do que uma hora de trabalho? A resposta é: materialmente não, mas psicologicamente sim, sem dúvida!


Consciência - por Kara da boina
Consciência - por Kara da boina
Ainda hoje nosso amigo do Facebook Herivelto Diniz de Itamonte, discorreu resumida, mas brilhantemente sobre a relatividade das coisas, lastreando seu raciocínio justamente no ponto que desejamos abordar, a consciência humana.

Dizia ele que se todos os dias fossem bons, não saberíamos o que um “dia bom”, considerando a ausência de padrão de confronto.

Realmente muito do raciocínio humano é formado por confrontações. Sabemos o que é o preto por sabermos o que é o branco; o que é o bom, por saber o que é o péssimo, e assim por diante.

A consciência dos seres humanos, portanto, parece ser a chave para muitas perguntas e, entendemos, também para aquela que fizemos na página de fãs do Blog Maçonaria e Esoterismo no Facebook: O “tempo” existe?

Mais do que responder sim àquela pergunta, a avaliação da consciência e de tudo o quanto foi dito nas linhas que antecederam a estas permite definir o “tempo” como o fizeram os rosacruzes e outros estudiosos há muito – tempo é tomada e duração de consciência!

De fato, quanto mais conscientes, ou como de forma leiga diríamos, “prestando atenção”, estivermos, mais devagar parece passar o tempo.

Por este motivo a vida do inseto, que se vai em 24 horas, não é necessariamente desprezível, mas a nossa pode ser, embora quantitativamente muito maior.

Este artigo se relaciona diretamente com outros dois que escrevemos no passado, cuja leitura  recomendamos vivamente: “Consciência” e “Consciência II”.

Logo falaremos a respeito do “espaço”.

Apenas para conter alguns sorrisinhos: Não existem elefantes que vivem 500 anos, mas existem tartarugas que vivem quase 200...


[1] Ephemeroptera - São animais longos, de corpo mole e de tamanho pequeno a médio, podendo atingir até quatro cm de comprimento. O nome efémera está relacionado com o fato do adulto viver apenas poucas horas, sem se alimentar, dedicadas apenas à reprodução e à postura dos ovos da geração seguinte.
Possuem asas membranosas com numerosas veias, sendo as asas posteriores menores que as anteriores. Apresentam antenas pequenas, olhos compostos bem desenvolvidos e três longos filamentos no abdome. As efémeras adultas caracterizam-se por peças bucais atrofiadas e um sistema digestivo não funcional, enquanto que as ninfas possuem peças bucais do tipo mastigadoras.


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