Para os defensores desta visão do mundo e da vida, o destino conduz nosso cotidiano de conformidade com uma ordem natural, da qual nada que existe pode escapar.
O destino é uma concepção humana antiga que se faz presente em diversas mitologias, como a grega por exemplo, onde é bem personificado pelas “Moiras”, sendo igualmente constante em correntes filosóficas como a do fatalismo.
As Moiras
Il destino dell'uomo - por Cacciaramarri. |
As voltas da “Roda da Fortuna” colocam o fio da vida do indivíduo em sua parte mais privilegiada (que é o topo) ou na menos desejável (o fundo), o que esclareceria os períodos de boa e má sorte de todos.
Entre os romanos, o mito grego também muito influenciou a cultura. Os nomes das divindades gregas, contudo, caíram em desuso e as “Moiras” eram, entre os romanos, conhecidas por “Parcas”, cada qual com um nome distinto, quais sejam “Nona”, “Décima” e “Morta”.
“Nona” tinha a responsabilidade de presidir a gestação e o nascimento, enquanto “Décima” regeria o crescimento e o desenvolvimento e “Morta” o final da vida.
Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:
• Cloto (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
• Láquesis (Λάχεσις; láchesis) grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
• Átropos (τροπος; átropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânatos, Queres e Moros, determinava o fim da vida.
Fatalismo
É a concepção que prega que o mundo e os acontecimentos produzidos são irrevogáveis, produzidos por uma ordem cósmica, denominada “Logos”.
É, portanto, uma doutrina que apregoa que tudo acontece de acordo com um destino fixo e inexorável, incontrolável e não influenciável pela vontade do Homem.
Esta filosofia exerceu grande influência sobre os povos hebreu e grego.
A cultura latina apresenta um exemplo de fatalismo com Manilio, o qual, na sua obra "Astronômica", o faz surgir de forma velada na sua concepção fatalística baseada na existência de um Logos significando também como Demiurgo da realidade que o circunda.
Uma forma diversa de fatalismo está presente ainda na doutrina cristã da Divina Providência.
Nietzsche Friedrich - por Sobibor. |
Há correntes de pensamento muito diferentes, algumas das quais corroboram apenas parcialmente o determinismo característico do “destino” e outras cujo pensamento é diametralmente oposto.
O óbvio, contudo, é que o determinismo e sua principal característica, a imutabilidade da vida, são entendimento normalmente abraçados por pessoas que pouca intenção e vontade exercem para tomar em suas mãos as rédeas da sua existência.
O fato é que temos e podemos exercer grande liberdade em nossa existência, mudando seu rumo no momento que considerarmos mais adequado.
Mudança, aliás, é uma das sete leis do hermetismo (leia em “As sete leis herméticas”) e, parece-nos uma característica bastante acentuada do Universo em que vivemos.
Claro que para os partidários do determinismo, as mudanças que realizarmos em nossa vida já estavam “escritas e definidas antes do nosso nascimento”.
No entanto, não cremos em nenhum deus que realmente determine que toda a vida de uma pessoa, ou pior, de um povo, seja integralmente pobre e insalubre, onde a fome, a sede e a desesperança imperem. Cremos, na verdade, na acomodação de um indivíduo ou de um povo, mas principalmente na inércia criminosa daqueles que tendo condições de auxiliar, omitem-se por interesse financeiro, no mais das vezes.
Este assunto já foi por nós abordado anteriormente. Você pode ler o que antes escrevemos em "Destino e fatalidade".
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