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domingo, 27 de novembro de 2011

Avatares da Humanidade - 1/3

A palavra “avatar” tem origem no termo sânscrito[1] Aval que tem como significado “aquele que descende de Deus”, ou apenas “encarnação”.

Um dos textos indianos mais antigos, o “Vedas”[2], apresenta uma excelente definição do termo “avatar”:

"Avatara, ou a encarnação da Divindade, descende do reinado divino pela criação e manutenção da manifestação em um corpo material. E essa forma singular da Personalidade da Divindade que então se apresenta é chamada de encarnação ou Avatara. Tais Personalidades estão situadas no mundo espiritual, o reinado divino. Quando Eles transcendem para a criação material, Eles assumem então o nome Avatara." - Chantajar-caritativa 2.20.263 - 264.

Em razão desta concepção do termo, intimamente ligada à religiosidade e à “revelação”, foi ela absorvida pelo vocabulário esotérico, independentemente de linhagem indiana.

Para os esotéricos, portanto, “avatares“ são seres ditos iluminados que neste mundo tiveram a função de elevar espiritualmente os homens.

Sob este ponto de vista, de acordo com as convicções e crenças de cada ser humano difere o reconhecimento desta ou daquela personalidade como um legítimo “avatar”.

Buscamos compor uma lista de grandes personagens da humanidade que em algum momento da História, ou mesmo atualmente, foram considerados “avatares” e que podem ser consideradas colunas da sociedade e da humanidade e verdadeiras responsáveis pelo progresso humano.

Seriam eles Confúcio, Zaratustra, Buda, Moisés, Hermes Trimegisto, Platão, Jesus e Maomé.

Para evitar que o texto relacionado às análises destes grandes homens se torne demasiadamente longo, dividiremos o artigo em três partes. 

A seguir, abordaremos Confúcio, Zaratustra e Buda.


Confúcio - por Damaruc
Confúcio - por Damaruc

Confúcio – Superficialmente mencionado por nós no artigo “I Ching”, Confúcio é o nome latinizado de K'ung Ch'i ou K'ung Chung-ni, nasceu em meados do século V antes da era Cristã, na pequena cidade de Tsou, localizada no Estado de Lu, que hoje tem o nome de Shantung.

Confúcio estava longe de se originar de uma família abastada, embora seja dito que ele tinha ascendência aristocrática. Seu pai, Shu-Liang He, antes magistrado e guerreiro de certa fama, tinha setenta anos quando se casou com a mãe de Confúcio, uma jovem de quinze anos chamada Yen Cheng Tsai, que diziam ser descendente de Po Chi'in, o filho mais velho do Duque de Chou, cujo sobrenome era Chi.

Dos onze filhos, Confúcio era o mais novo. Seu pai morreu quando ele tinha três anos de idade, o que o obrigou a trabalhar desde muito jovem para ajudar no sustento da família. Aos quinze anos, resolveu dedicar suas energias em busca do aprendizado. Em vários estágios de sua vida empregou suas habilidades como pastor, vaqueiro, funcionário e guarda-livros. Aos dezenove anos se casou com uma jovem chamada Chi-Kuan. Apesar de se divorciar alguns anos depois, Confúcio teve um filho, K'ung Li.

Durante sua vida, Confúcio viajou por diversos reinos e esteve em íntimo contato com o povo chinês, pregando a modificação total do sistema de governo, cuja meta essencial deveria ser o bem estar dos súditos, a começar pela diminuição das contribuições e das penalidades impostas ao povo.

Confúcio não pregava a aceitação plena de um papel definido para os elementos da sociedade, mas sim que cada um cumprisse com seu dever de forma correta. Já o condicionamento dos hábitos serviria para temperar os espíritos e evitar os excessos. Logo, a sua doutrina apregoava a criação de uma sociedade capaz, culturalmente instruída e disposta ao bem estar comum. A sua escola foi sistematizada nos seguintes princípios:

Ren, humanidade (altruísmo);
Li, ou cortesia ritual;
Zhi, conhecimento ou sabedoria moral;
Xin, integridade;
Zhing, fidelidade;
Yi, justiça, retidão, honradez.

Cada um desses princípios ligar-se-ia às características que para ele se encontravam ausentes ou decadentes na sociedade.

Confúcio não procurou uma distinção aprofundada sobre a natureza humana, mas parece ter acreditado sempre no valor da educação para a condicionar. Sua bibliografia consta de três livros básicos, sendo que os dois últimos são atribuídos aos seus discípulos:

Lun yu (Diálogos, Analectos), no qual se encontra a síntese de sua doutrina.

Dà Xué (大学) (Grande Ensinamento) e

Zhong Yong (Jung Yung), ou a "Doutrina do Meio".

Após sua morte, Confúcio recebeu o título de "Lorde Propagador da Cultura Sábio Supremo e Grande Realizador" (大成至聖文宣王), nome que se encontra registado em seu túmulo.



Zaratustra - por Ronald Reinozo
Zaratustra - por Ronald Reinozo


Zaratustra (meados do século VII antes da era Cristã) – sobre o qual você lê em nosso artigo intitulado “Zoroastro”.




Buda - por Teixeira Leite
Buda - por Teixeira Leite


Buda – A respeito do qual falamos superficialmente nos artigos “Refúgio do bem” e “Dois caminhos para Deus”.

Trata-se do fundador do budismo[3], cujo nome verdadeiro foi सिद्धार्थ गौतम, ou Sidarta Gautama, um príncipe da região nordeste da Ásia Meridional, que se tornou professor espiritual, que viveu provavelmente entre os anos de 563 a 483 antes da era Cristã.

Gautama, também conhecido como ''Śākyamuni ou Shakyamuni ("sábio dos Shakyas"), é a figura chave do Budismo: os budistas creem que os acontecimentos de sua vida, bem como seus discursos, e aconselhamentos monásticos foram preservados depois de sua morte e repassados para outros povos pelos seus seguidores. Uma variedade de ensinamentos atribuídos a Gautama foram repassados através da tradição oral, e então escritos cerca de 400 anos depois. Os primeiros estudiosos ocidentais tendiam a aceitar a biografia do Buda apresentada pelas escrituras budistas como verdadeiras, mas hoje em dia "os acadêmicos são cada vez mais relutantes em clamar como inaptos os fatos históricos dos ensinamentos e da vida do Buda."

Segundo a biografia tradicional, o pai de Buda foi o rei Suddhodana, líder do clã Shakya, cuja capital era Kapilavastu, e que foi posteriormente anexada pelo crescente reino de Kosala durante a vida de Buda. Gautama era o nome de família. Sua mãe, rainha Maha Maya (Māyādevī) e esposa de Suddhodana, era uma princesa Koliyan. Como era a tradição shakya, quando sua mãe, a rainha Maya, ficou grávida, ela deixou Kapilvastu e foi para o reino de seu pai para dar à luz. No entanto, ela deu à luz no caminho, em Lumbini, em um jardim debaixo de uma árvore de shorea robusta. Na noite que Sidarta foi concebido, segundo biografias tradicionais, a rainha Maya sonhou que um elefante branco, com seis presas brancas entrou em seu lado direito, e dez meses mais tarde Siddhartha nasceu.

Siddhartha (Pāli: Siddhattha), quer dizer "aquele que atinge seus objetivos", outro registro relatado nas biografias tradicionais é a de que, durante as celebrações de seu nascimento, o eremita Asita retornando de uma viagem ás montanhas anumciou que a criança iria se torna ou um grande rei chakravartin ou um homem santo.

O dia do nascimento de Buda é celebrado mundialmente, principalmente nos paises de tradição Teravada, e conhecido como Vesak.

Veja a segunda parte deste artigo
"Avatares da Humanidade - parte 2/3"


[1] A língua sânscrita, ou simplesmente sânscrito, (संस्कृत; em devanāgarī, pronuncia-se saskta) é uma língua da Índia, com uso litúrgico no Hinduísmo, Budismo, Jainismo. O sânscrito faz parte do conjunto das 23 línguas oficiais da Índia.
Com relação à sua origem, a língua sânscrita é uma das línguas indo-européias, pertencendo, portanto, ao mesmo tronco lingüístico de grande parte dos idiomas falados na Europa. Um dos sistemas de escrita tradicionais do sânscrito é o devanāgarī, uma escrita silábica cujo nome é um composto nominal formado pelas palavras deva ("deus", "sacerdote") e nāgarī ("urbano(a)"), que significa "[escrita] urbana dos deuses". O sânscrito foi registrado ao longo de sua história sob diversas escritas, visto que cada região da Índia possui uma escrita e uma tradição cultural particularmente diferenciada. A escrita devanágari (seu nome, em português, é acentuado como proparoxítona) acabou-se tornando a mais conhecida devido a ser a mais utilizada em edições impressas de textos originais.
É uma das línguas mais antigas da família Indo-Européia. Sua posição nas culturas do sul e sudeste asiático é comparável ao latim e o grego na Europa e foi uma proto-língua, pois influenciou diversas outras línguas modernas. Ela aparece em forma pré-clássica como o sânscrito védico, sendo o idioma do Rigveda o seu estado mais antigo preservado, desenvolvido em torno de 1500 a.C.; de fato, o sânscrito rigvédico é uma das mais antigas línguas indo-iranianas registradas, e um dos membros mais antigos registrados da família de línguas indo-européias. O sânscrito é também o ancestral das linguagens praticadas da Índia, como o Pali e a Ardhamgadhi. Pesquisadores descobriram e preservam mais documentos em sânscrito do que documentos em latim e grego. Os textos védicos foram escritos em uma forma de sânscrito.

[2] Denominam-se Vedas os quatro textos, escritos em sânscrito por volta de 1500 a.C., que formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia. A palavra Veda, em sânscrito, da raiz विद् vid- (reconstruída como sendo derivada do Proto-Indo-Europeu weid-) que significa conhecer, escreve-se वेद veda no alfabeto devanágari e significa "conhecimento". É a forma guna da raiz vid- acrescida do sufixo nominal -a.
São estes os quatro Vedas:
Ordem
Nome
Grafia
em sânscrito
Significado
Conteúdo
(composto tatpurusha de)
1
2
3
4
Rigveda
Yajurveda
Samaveda
Atarvaveda
ऋग्वेदः
यजुर्वेदः
सामवेदः
अथर्ववेदः
"veda dos hinos"
"veda do sacrifício"
"veda dos cantos rituais"
--
c - (hino) e veda
yajus - (sacrifício) e veda. Foco em liturgia, rituais e sacrifício.
sāman- (canto ritual) e veda
atharvān (um tipo de sacerdote) e veda
Muitos historiadores consideram os Vedas os textos sobreviventes mais antigos. Estima-se que as partes mais novas dos vedas datam a aproximadamente 500 a.C.; o texto mais antigo (Rigveda) encontrado é, atualmente, datado a aproximadamente 1500 a.C., mas a maioria dos indólogos concordam com a possibilidade de que uma longa tradição oral existiu antes que os Vedas fossem escritos. Representam o mais antigo estrato de literatura indiana e, de acordo com estudantes modernos, são escritos em uma forma de linguagem que evoluiu no sânscrito. Eles consideram o uso do sânscrito védico como a linguagem dos textos um anacronismo, embora seja geralmente aceita.

[3] Budismo (páli/sânscrito: बौद्ध धर्म Buddha Dharma) é uma religião e filosofia não-teísta, abrangendo uma variedade de tradições, crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda (páli/sânscrito: "O Iluminado"). Buda viveu e desenvolveu seus ensinamentos no nordeste do subcontinente indiano, entre os séculos VI e IV a. C..
Ele é reconhecido pelos adeptos como um mestre iluminado que compartilhou suas ideias para ajudar os seres sencientes a alcançar o fim do sofrimento (ou Dukkha), alcançando o Nirvana (páli: Nibbana) e escapando do que é visto como um ciclo de sofrimento do renascimento.
O budismo pode ser dividido em dois grandes ramos: Theravada ("Doutrina dos Anciões") e Mahayana ("O Grande Veículo"). A tradição Theravada, que descende da escola Vibhajyavada do tronco Sthaviravada, é o mais antigo ramo do budismo. É bastante difundido nas regiões do Sri Lanka e sudeste da Ásia, já a segunda, Mahayana, é encontrada em toda a Ásia Oriental e inclui, dentro de si, as tradições e escolas Terra Pura, Zen, Budismo de Nitiren, Budismo Tibetano, Tendai e Shingon. Em algumas classificações, a Vajrayana aparece como subcategoria de Mahayana, entretanto é reconhecida como um terceiro ramo.
Mesmo o budismo sendo uma prática muito popular na Ásia, os dois ramos são encontrados em todo o mundo. Várias fontes colocam o número de budistas no mundo entre 230 milhões e 500 milhões, tornando-o a quinta maior religião do mundo.
As escolas budistas variam sobre a natureza exata do caminho da libertação, a importância e canonicidade de vários ensinamentos e, especialmente, suas práticas. Entretanto, as bases das tradições e práticas são as Três Joias: O Buda (como seu mestre), o Dharma (os ensinamentos) e a Sangha (a comunidade budista). Encontrar refúgio espiritual nas Três Joias ou Três Tesouros é, em geral, o que distingue um budista de um não-budista. Outras práticas podem incluir a renúncia convencional de vida secular para se tornar um monge (sânsc.; pāli: Bhikkhu) ou monja (sânsc.; pāli: Bhikkhuni).


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