Composto por diversas camadas sobrepostas no decorrer do tempo, o I Ching também é conhecido como “Livro das Mutações”, e é um dos raríssimos textos da Antiga China que chegou até a atualidade.
Embora na maioria das vezes o I Ching seja utilizado como um oráculo, também possui sua vertente relacionada à sabedoria.
O I Ching está intimamente relacionado com as sexta e sétima leis herméticas, sobre as quais escrevemos o artigo “As sete leis herméticas” que pode ser interessante ver ou rever.
De fato a filosofia daquele livro está inteiramente lastreada no conceito de mudança, com inalteração de substância das coisas, fatos e pessoas.
Como se vê nas figuras dos “hexagramas” e “trigramas”, a essência de uns e outros é idêntica, havendo mutação no posicionamento das linhas, com alteração significativa de interpretação.
“Para o pensamento chinês, não há o que mude, há apenas o mudar. A mutação seria o caráter mesmo do mundo. Mas a mutação é, em si mesma, invariável, ela sempre existe. Portanto, "I" significa mutação e não-mutação. Subjaz, à complexidade do universo, uma 'simplicidade' que consiste nos princípios que estão por trás de todos os ciclos. Ao fluir com as circunstâncias se evita o atrito e portanto a resistência: esse é o caminho do homem sábio.”
...
“Tudo que ocorre no céu e na terra tem sua imagem nos oito trigramas, que estão continuamente se transformando um no outro. Têm várias camadas de significados, e representam processos da natureza. São, portanto, o mundo arquetípico, ou o mundo das idéias de Platão. É usada para ilustrá-los a analogia com a família:
· o pai é forte
· a mãe é maleável
· os três filhos são as três fases do movimento: início, perigo e repouso
· as três filhas são as três etapas da devoção: suave penetração, clareza e tranqüilidade”. – Fonte – Wikipédia.
O I Ching surgiu antes da dinastia Chou (1150-249 a.C.) e era um conjunto de oito Kua, figuras formadas por três e seis linhas sobrepostas. James Legge, na tradução para o inglês (1882), chamou de trigrama o conjunto de três linhas e hexagrama o de seis, para distingui-los entre si.
A origem dos 64 “hexagramas” é atribuída a Fu Hsi, o criador mítico chinês, e até a dinastia Chou eles formavam o I Ching. Os oito “trigramas” têm nomes não encontrados em chinês, a origem é pré-literária.
O tempo obscureceu a compreensão das linhas, e no começo da dinastia Chou surgiram dois anexos: o Julgamento, atribuído pela tradição ao rei Wên, e as Linhas, atribuídas a seu filho, o duque de Chou, ambos fundadores desta dinastia.
Confúcio - por happymeiran |
O I Ching é composto por oito “trigramas” básicos e sessenta e quatro “hexagramas” derivados dos primeiros. Seus caracteres são os seguintes:
Trigramas
Lista de nomes dos 64 “hexagramas”:
01.qián..........O criativo
02.kūn.......... O receptivo
03.zhūn..........A dificuldade inicial
04.mēng.........A insensatez juvenil
05.xû .......... A espera
06.sòng..........O conflito
07.shī.......... O exército
08.bì.......... A solidariedade (A união)
09.xiǎo chù....O poder de domar do pequeno
10.lǚ.......... A trilha (A conduta)
11.tài.......... A paz
12.pǐ.......... A estagnação
13.tóng rén... A comunidade com os homens
14.dà yǒu......Grandes posses
15.qiān..........A humildade (Modéstia)
16.yù.......... O entusiasmo
17.suí.......... O seguir
18.gǔ.......... O trabalho sobre o deteriorado (O trabalho sobre o corrompido)
19.lín.......... A aproximação
20.guān.........A contemplação
21.shì kè........O morder
22.bì.......... A graciosidade (Beleza)
23.bō.......... A desintegração
24.fù.......... O retorno (O ponto de mutação)
25.wú wàng..A inocência
26.dà chù......O poder de domar do grande
27.yí.......... O prover alimento (As bordas da boca)
28. dàguò......A preponderância do grande
29.kǎn.......... O abismal (A água; O insondável)
30.lí.......... O aderir (O fogo)
31.xián..........A influência (O cortejar)
32.héng.........A duração
33.dùn.......... A retirada
34.dà zhuàng.O poder do grande
35.jìn.......... O progresso
36.míng yí..... O obscurecimento da luz
37.jiā rén.......A família
38.kuí.......... A oposição
39.jiǎn.......... O obstáculo (A obstrução)
40.jiě.......... A liberação
41.sǔn.......... A diminuição
42.yì.......... O aumento
43.guài..........A determinação (O irromper)
44.gòu.......... Vir ao encontro
45.cuì.......... A reunião
46.shēng....... A ascensão
47.kùn.......... A opressão (A exaustão)
48.jǐng.......... O poço
49.gé.......... A revolução
50.dǐng..........O caldeirão
51.zhèn..........O incitar (A comoção; O trovão)
52.gèn.......... A quietude (A montanha)
53.jiàn..........O desenvolvimento (O progresso gradual)
54.guī mèi.....A jovem que se casa
55.fēng..........A abundância (A plenitude)
56.lǚ.......... O viajante
57. xùn..........A suavidade (O penetrante; O vento)
58.duì.......... A alegria (O lago)
59.huàn.........A dispersão (A dissolução)
60. jié.......... A limitação
61.zhōng fú....A verdade interior
62.xiǎo guò...A preponderância do pequeno
63.jì jì.......... Após a conclusão
64.wèi jì.........Antes da conclusão
A forma de encarar o I Ching variou com o tempo na própria China. Houve dinastias que o apreciaram como livro filosófico e outras que o estudaram como oráculo.
Na sua forma oracular, atribui-se ao I Ching a infalibilidade.
A consulta deve ser precedida de meditação, ritual e exata formulação do questionamento.
Não existe resposta equivocada do oráculo. O que existe é um questionamento pessimamente formulado.
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