Os antiquíssimos textos védicos[1] e a tradição oral do Budismo tibetano referem-se constantemente a um reino ou país, que seria um centro de bem-aventurança e que seria a residência dos sábios iluminados e da divindade da misericórdia do Budismo chinês, denominada Kuan Yin[2].
Este reino tomou alguns nomes, dentre eles Olmolungring, Bde ‘byung, Shangri-la e Shambala, como é mais conhecido. A palavra “shambala”, proveniente do sânscrito, tem o sentido de “mantido pela fonte da felicidade”.
Shambala - Por Leonardo Ramalho |
Shambhala também é associada ao império histórico Sriwijaya, onde o mestre Atisha estudou sob Dharmakirti e recebeu a iniciação Kalachakra. Também é considerada a capital do Reino de Agartha, constituído, segundo as cosmologias do taoismo, hinduismo e budismo, por oito cidades etéricas.
A localização deste reino mítico, cuja natureza física ou etérea se discute, seria na cordilheira do Himalaia ou na Ásia Central, próximo da Sibéria, China, Tibete e Khotan, provavelmente no deserto de Gobi, rodeado por montanhas de picos nevados, teria a forma circular de uma grande flor de lótus, simbolizando a realização espiritual.
De acordo com ensinamentos da tradição do Budismo tibetano, a reação diante da visão de Shambala, mundo iluminado inspirador de Shangri-la, varia de acordo com a natureza espiritual de cada ser ou reino de existência. Para os deuses, por exemplo, um riacho parecerá feito de néctar, para os homens, feito de água e, para os fantasmas famintos, um líquido infecto de pus e sangue.
Shambala - por Buzia |
Você encontra trechos do filme “Horizonte Perdido” nos links abaixo.
Parece-nos que o simbolismo de Shambala tem relação com aquilo que é oculto e verdadeiro em todos os seres humanos, sua essência perfeita e infinita.
Sob este prisma, recomendamos a leitura do artigo "O Sanctum Santorum", que, no templo de Salomão, apresenta o mesmo significado.
[1] Denominam-se Vedas os quatro textos, escritos em sânscrito por volta de 1500 a.C., que formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia. A palavra Veda, em sânscrito, da raiz विद् vid- (reconstruída como sendo derivada do Proto-Indo-Europeu weid-) que significa conhecer, escreve-se वेद veda no alfabeto devanágari e significa "conhecimento". É a forma guna da raiz vid- acrescida do sufixo nominal -a.
São estes os quatro Vedas:
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Muitos historiadores consideram os Vedas os textos sobreviventes mais antigos. Estima-se que as partes mais novas dos vedas datam a aproximadamente 500 a.C.; o texto mais antigo (Rigveda) encontrado é, atualmente, datado a aproximadamente 1500 a.C., mas a maioria dos indólogos concordam com a possibilidade de que uma longa tradição oral existiu antes que os Vedas fossem escritos. Representam o mais antigo estrato de literatura indiana e, de acordo com estudantes modernos, são escritos em uma forma de linguagem que evoluiu no sânscrito. Eles consideram o uso do sânscrito védico como a linguagem dos textos um anacronismo, embora seja geralmente aceita.
[2] Kuan Yin ou Guanyin (em chinês: 觀音; pinyin: Guānyīn; Wade-Giles: kuan-yin; em japonês: Kannon; em coreano: Gwan-eum; vietnamita: Quan Âm) é o bodisatva associado com a compaixão tal como é venerada pelos budistas da Ásia Oriental, geralmente na forma feminina. O nome Guanyin e uma abreviação de Guanshiyin (觀世音; pinyin: Guānshìyīn; Wade-Giles: kuan-shih yin) que significa "Observar os Sons (ou Gritos) do Mundo".
Os fieis de origem chinesa geralmente aceitam que Guanyin se originou com o Avalokiteśvara (अवलोकितेश्वर) sânscrito, sua forma masculina. Comumente conhecida nos idiomas ocidentais como Deusa da Misericórdia, Guanyin também é cultuada pelos taoístas chineses como um dos Oito Imortais; na mitologia taoísta, no entanto, possui histórias relacionadas à sua origem que não são relacionadas diretamente a Avalokiteśvara.
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