Bifurcação, por Marcos Pedroso |
Para as religiões politeístas
(veja a postagem “O
Sol nos mitos, religiões e Maçonaria”), e para muitas monoteístas, a
deidade está presente no nosso cotidiano, manifestando-se e interferindo no
caminhar dos homens.
Para algumas religiões
monoteístas e filosofias, Deus não interfere na vida humana, embora toda a
criação a Ele seja debitada.
Embora já tenhamos escrito a
respeito (veja os artigos: “Deísmo
X Teísmo – Parte 1 – Deísmo” e “Deísmo
X Teísmo – Parte 2 – Teísmo”), vamos novamente abordar o assunto de um
ponto de vista um pouco diverso.
Vamos lembrar que o deísta,
suscintamente, é aquele que não crê numa verdade revelada pelo Criador, embora
não afaste a existência Deste.
O teísta é aquele que, admitindo
a existência de um Ser Supremo, criador de tudo o que existe, compreende que
este Ser está constantemente presente em nosso mundo, interferindo na
existência humana.
A par destas duas linhas maiores
de pensamento a respeito do assunto, embora outras existam, verificamos as suas
diretas relações com a prática maçônica, mais especificamente nos seis ritos
praticados, sendo os maiores expoentes: da filosofia deísta, o Rito Moderno e
da filosofia teísta, o Rito Adonhiramita, estando os demais ritos entre um e
outro, com ponto central, em nossa visão, no Rito Escocês Antigo e Aceito (veja
a postagem “Os
graus na Maçonaria”).
Na visão de muitos dos nossos interlocutores
e de vários pesquisadores cujas obras temos acompanhado, dois são os caminhos
para chegar ao Criador, ambos com alguma relação com os conceitos deísta e
teísta.
Há o assim denominado “caminho da
atividade”, que segundo alguns seria o que todos nós estamos trilhando, que se
consubstanciaria no aprendizado lento pela vivência e pelo relacionamento, onde
se enquadrariam a reencarnação e a ressurreição.
Balança, por Rita Barreto |
Há, também, o chamado “caminho da inatividade”, representado pela iluminação alcançada pelo Buda ao aninhar-se sob uma árvore, em total quietude.
O fundamento do “caminho da inatividade” tem vinculação com o conceito de quietude do próprio Criador e da Sua característica de total isenção em relação à vida humana.
Lago di Anterselva, por Maria Sole72 |
De fato, o próprio pensamento
humano representaria a desarmonia, pois que o Homem apenas pensaria por estar
em busca de respostas e soluções, ou seja, crises e instabilidades.
Partindo da mesma linha de
raciocínio, contudo, podemos concluir que vivendo em manifestação (em crise) e
buscando conciliar suas instabilidades, o ser humano aprende a todo instante, como
também concluímos que precisa passar por inúmeras situações de conflito e
vicissitude para que todas as suas próprias incoerências e imperfeições sejam
colocadas em evidência, permitindo que sejam trabalhadas e equacionadas.
Em linhas gerais, poderíamos resumir
o “caminho da quietude” como a trilha que busca harmonizar o Todo (o silêncio de
Deus) com o indivíduo, e o “caminho da atividade” como aquele que parte do
indivíduo, buscando equacioná-lo para permitir a chegada ao Todo.
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