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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Doe sua dor


Há situações pelas quais as pessoas passam durante a vida que raramente podem ser evitadas, embora diariamente lutemos pelos seus afastamentos diante da dor que normalmente causam.

Doença, traição, injustiça, abandono, desamparo, etc. são momentos difíceis pelos quais mais cedo ou mais tarde todos passam e que devem transpor.

Não há como evitar, embora seja possível retardar, o envelhecimento e a perda de vigor, energia e saúde dele decorrentes.

Da mesma forma, vivendo em sociedade, é praticamente impossível, ou minimamente improvável, que aquilo que se nos afigura como traição, injustiça, abandono e desamparo, um dia não caia sobre nós, embora tenhamos grande preocupação, alguns com maior ou menor eficácia, em adotar providências e cautelas para evita-los.

Consideramos que o ser humano foi criado para a felicidade e, assim, de todas as maneiras busca alcançá-la, de forma correta ou equivocada, dependendo das convicções e do respeito ao outro, à sociedade, à família e à pátria de cada um (veja o artigo “Moral, ética e lei).

Sob este ponto de vista, parece-nos absurda a simples aceitação das mazelas que recaem sobre nós.


Dor que percorre o tempo - por Rubens Nemitz Jr

Como dissemos no artigo “Alegria”, o Homem é por definição um transformador que nunca se conformou com as circunstâncias que lhe foram impostas e não pode ou deve ser diferente com as dores que eventualmente aparecem em nossas vidas.

O Homem transformou o mundo, embora muitas vezes de forma equivocada em nossa visão. No entanto, há algum motivo para não tentar modificar a própria vida? Existe verdadeira razão para o mero acomodar-se com as dores?

A resposta é evidente: o simples “não” para as duas perguntas.

Buscar a saúde, a paz, a justiça, a felicidade, o amor e a proximidade e respeito daqueles que amamos é buscar aquilo que a maioria de nós entende por felicidade e, portanto, cumprir a única e verdadeira missão de todo ser humano!

Quando somos atingidos por qualquer dos grandes malefícios que afligem a vida dos Homens, portanto, devemos buscar a saída desta ou daquela condição, que consideramos não apenas indevida como não natural, já que toda a natureza ruma para a construção e não para a destruição e para a harmonia, e não para a desarmonia.

A busca pela saída de um problema, contudo, entendemos que necessariamente passa pela investigação de sua origem e dos enganos que cometemos para chegar ao efeito atingido (veja o artigo “Vingança boa).

O que fazer, contudo, enquanto a dor nos atinge e enquanto não saímos da situação danosa?

A dor como tudo na vida, deve ter um objetivo e uma finalidade e, como tudo nesta existência, pode ser direcionada para norte ou para sul, conforme a vontade daquele que a vivencia.

Ora, então por qual razão não podemos “doar” nossa dor?

Aliás, por qual razão não podemos dar um sentido verdadeiro e nobre a ela?

Sacrifícios são componentes de inúmeros rituais mágicos e da maioria dos ritos religiosos. Assim é em razão de uma lei esotérica que igualmente é uma norma científica (a respeito leia o artigo “Causa e efeito).

Não devemos e não podemos concordar com as dores que sofremos. Devemos sempre buscar evita-las em primeiro lugar. Se impossível, busquemos descontinuá-las procurando por suas causas e corrigindo aquilo que as originou.

No entanto, enquanto as sofremos, direcionemos nosso sofrimento para uma finalidade construtiva.

“Dedico as dores que hoje sinto pela doença, que logo acabarão pela minha total harmonização, ao restabelecimento da boa condição de saúde de ‘Fulano de tal’”.

“Quero que a dor da injustiça e da traição que hoje sinto, mas que logo acabará sirva para que ‘Beltrano’ seja sempre visto por todos com amor e carinho e sempre respeitado”.

Pense, vibre e medite em favor do que é correto e construtivo! (veja os artigos “A influência do pensamento humano” e “As sete leis herméticas)

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