O perdão é um processo mental ou
espiritual, que busca terminar com o ressentimento ou raiva direcionado a outra
pessoa ou a si próprio, motivado por uma ofensa, divergências, perdas e
enganos, como também pode ser caracterizado pelo fim da exigência de castigo.
O perdão pode decorrer de
inúmeros fatores, mas basicamente está relacionado à ética (veja o artigo “Moral,
ética e lei”), uma vez que somente o julgamento pessoal pode estabelecer
quem ou quais ofensas são passíveis de perdão.
Ainda mais vinculado à ética é a
avaliação de possuirmos ou não condições de oferecer o perdão, uma vez que isto
implica em autocrítica consciente e razoável evolução, que deve ser
absolutamente desvinculada do sentimento de superioridade, considerando a
inexistência de castas verdadeiras entre os seres humanos.
Interessante notar que a maioria
das pessoas avalia o perdão sob dois aspectos principais:
a. A
capacidade de perdão divino em relação ao ser humano.
b. A
necessidade do exercício do perdão entre as pessoas.
As duas formas são normalmente
consideradas de elevadíssimo padrão de conduta, do que não podemos discordar.
Entretanto, parece-nos de
relevância muitíssimo maior a capacidade de perdoar a si próprio, vez que
implica necessariamente na conscientização dos enganos e mazelas que voluntaria
ou involuntariamente perpetramos durante nossa existência.
Mais do que isto: vemos a
capacidade de perdoar a si próprio necessariamente vinculada à tomada de
posicionamento efetivo na tentativa de reparar qualquer dano, engano, perda,
ofensa e divergência que tenhamos impingido a outras pessoas, tenham nossas
tentativas de solução resultado positivo ou negativo.
É imperioso que tenhamos aplicado
todos os nossos esforços para sanar um malfeito que tenhamos provocado
voluntaria ou involuntariamente, ainda que estes esforços não se mostrem
eficazes.
Trata-se da vingança às avessas.
Seu Madruga - por (Parentesis) Studio |
A vingança sempre busca a
satisfação pessoal pelo pagamento, ou retribuição, em regra negativa contra um
ofensor.
A “boa vingança”, entretanto, é
aquela que o próprio ofensor se impõe, não como forma de retribuição, e nunca
negativa, mas como maneira de fazer cessar o malefício causado.
O equilíbrio é o que se deve
buscar com a “boa vingança”.
Veja-se que é possível ser
perdoado pelo ofendido, sem com isto alcançar a paz, uma vez que o objetivo de
perdoar a si próprio pode não ter sido satisfeito (veja o artigo “Moral,
ética e lei”).
A paz é uma sensação e somente
pode ser alcançada quando satisfeitos os requisitos que nós próprios
estabelecemos e, assim, também ela está intimamente relacionada à ética.
A diferença entre o vício e a virtude, sob este prisma,
poderia ser apenas uma questão de gradação?
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