Vida e morte

Vida e Morte lado a lado, por Beatriz Tessari

Um de nossos leitores, infelizmente não identificado para que o pudéssemos mencionar nominalmente sugeriu um artigo com o tema vida e morte.

A abordagem deste tema deve ser cautelosa para que evitemos ingressar em nossas convicções pessoais a respeito, considerando a estrita liberdade religiosa, de pensamento e convicção defendida como bandeira pelos maçons e a ausência de sectarismo própria da Maçonaria como instituição, embora um dos requisitos para ingressar na Ordem seja a crença em um Ente Superior, tenha Ele (ou Ela) o nome que tiver.

Vida

Vida nueva, por Avril 07

Para a Ciência

De uma forma geral, ainda é muito difícil para os cientistas definir o que anima a matéria e a própria vida.

Para a Ciência “uma entidade” é um ser vivo quando manifesta todos os seguintes requisitos ao menos uma vez durante sua existência:

-Crescimento;

-Metabolismo;

-Movimento (interno ou externo ao corpo);

-Reprodução;

-Resposta a estímulos (reação ao ambiente).

A própria Ciência, entretanto, contrapõe-se a estes requisitos ao avaliar alguns dos seres presentes no nosso cotidiano.

A mula e as formigas obreiras, por exemplo, incapazes de reprodução e, assim, não estariam vivas. Igualmente não teriam vida os vírus, por sua incapacidade de crescimento.

Por outro lado, alguns compreender que o fogo se encaixa perfeitamente à descrição de vida acima.

A Ciência declara que a vida tem lastro na química, mais especificamente daquela relacionada aos compostos de carbono, conhecida por química orgânica.

Estas definições, simplificadas neste artigo buscando permitir que não se torne cansativo, para nós não são totalmente convincentes.

Não vemos nelas a explicação para o confronto entre um corpo inerte e outro vivo, pois que em ambos estão presentes todos os requisitos para a vida segundo a concepção científica.

O que diferiria um do outro? Qual o motivo verdadeiro para a parada de funcionamento do primeiro?

Para as religiões/filosofias

A maioria das religiões e filosofias não científicas dá pouca importância às explicações científicas a respeito da vida, mas foca sua atenção na resposta às perguntas que finalizaram o tópico anterior.

Para elas existe uma energia superior que habita os corpos dos seres vivos e que os abandona no momento da morte.

Esta energia assume nomenclaturas diversas, dependendo do ângulo de visão desta ou daquela religião, mas no geral é conhecida como “alma” ou “espírito” no mundo ocidental (sobre espírito e alma, veja o texto “Tetragramaton – Os quatro elementos naturais e o quinto elemento”).

A origem, motivo de existência e destino final desta energia após o evento conhecido por “morte” divergem substancialmente conforme as concepções das religiões e filosofias não científicas.

Para algumas a simples finitude, para outras o julgamento dos deuses (ou de Deus), um “purgatório”, um “inferno”, a ressurreição, a reencarnação, o caráter evolucionista, o desfazimento da individualidade ou sua manutenção e tantas outras visões diversas que não seria possível mencioná-las sem tornar este artigo demasiadamente longo.

Morte

Confraternita della morte, por maxmorabito

Para a Ciência

É o cessamento definitivo das atividades biológicas necessárias à manutenção da vida de um organismo, especialmente no que concerne à atividade cerebral.

A irreversibilidade é mencionada como característica da morte, já que cientificamente é impossível trazer à vida um organismo morto.

No entanto, existe um grupo de animais invertebrados, os Rotífera, que possuem uma capacidade denominada criptobiose, que consiste no "cessar" metabólico quando as condições ambientais não estão favoráveis e se manter assim por meses ou anos até as condições se reestabelecerem. Se considerarmos morte essa parada metabólica, esses animais morrem e depois revivem.

Pós-morte (Wikipédia)

A questão de o que acontece, especialmente com os humanos, durante e após a morte (ou o que acontece "uma vez morto", se pensarmos na morte como um estado permanente) é uma interrogação frequente, latente mesmo, na psique humana. Tais questões vêm de longa data, e a crença numa vida após a morte como a reencarnação ou ida a outros mundos é comum e antiga (veja submundo). Para muitos, a crença e informações sobre a vida após a morte são uma consolação ou uma cobarvia em relação à morte de um ser amado ou à prospecção da sua própria morte. Por outro lado, medo do Inferno ou de outras consequências negativas podem tornar a morte algo mais temido. A contemplação humana da morte é uma motivação importante para o desenvolvimento de sistemas de crenças e religiões organizadas. Por essa razão, palavra passamento quando dita por um espírita, significa a morte do corpo. A passagem da vida corpórea para a vida espiritual.

Apesar desse ser conceito comum a muitas crenças, ela normalmente segue padrões diferentes de definição de acordo com cada filosofia. Várias religiões creem que após a morte o ser vivo ficaria junto do seu criador (Deus).

Muitos antropólogos sentem que os enterros fúnebres atribuídos ao Homem de Neanderthal/Homo neanderthalensis, onde corpos ornamentados estão em covas cuidadosamente escavadas, decoradas com flores e outros motivos simbólicos, é evidência de antiga crença na vida após a morte.

Do ponto de vista científico, não se pode confirmar nem rejeitar a idéia de uma vida após a morte. Embora grande parte da comunidade científica sustente que isso não é um assunto que caiba à ciência resolver, muitos cientistas tentaram entrar nesse campo estudando as chamadas "experiências de quase-morte", e o conceito de "vida" se associa ao de "consciência". São consideradas duas hipóteses:

·        A consciência existe unicamente como resultado de correlações da matéria. Se esta hipótese for verdadeira, a vida cessa de existir no momento da morte.

·        A consciência não tem origem física, apenas usa o corpo como instrumento para se expressar. Se esta hipótese for verdadeira, certamente há uma existência de consciência após a morte e provavelmente antes da morte, também, o que induziria às tentativas de validação da reencarnação.

Até quando (e se) a ciência conseguir demonstrar alguma dessas hipóteses, esse assunto continuará a ser uma questão de fé para a grande maioria das pessoas.

O sentido da vida

Qual o sentido da vida para vc?, por .Rhê Furtado

Esta é outra questão com respostas bastante divergentes no que concerne às concepções científica, religiosa e filosófica.

Diante do grande número de entendimentos é que ainda mais apreciamos a sabedoria da Maçonaria, que respeita e ensina a liberdade de pensamento e de crença de seus membros e de todos os homens.

Em nossa visão, independentemente do entendimento que se escolha a respeito do sentido da vida, esta apresenta uma só razão: a felicidade!

A felicidade humana, contudo, vemos consubstanciada no atendimento de uma série de requisitos, que podem e devem variar de acordo com a compreensão de cada ser humano.

Para os autores deste artigo:

-A compreensão da existência de um Ser Superior, responsável pela criação, interfira Ele ou não na sua manifestação (veja os artigos “Dois caminhos para Deus”, “Deísmo X Teísmo – parte 1” e “Deísmo X Teísmo – parte 2”).

-O entendimento do Homem como um ser social e a imposição da autolimitação da liberdade em favor do grupo.

-A absorção da idéia da existência subsistir de trocas relacionais e de direcionamento de atenção e consciência aos fatos e pessoas realmente importantes em nossa vida (veja a postagem “Causa e efeito”).

-O atendimento à legislação dos países e regiões onde vivemos, como forma de reconhecimento e distribuição de igualdade.

-A busca constante do auto aprimoramento pela virtude e pela extinção do preconceito, da superstição e do erro.

-O fortalecimento do conceito fraternal.

-A tolerância.

-A luta infinita pela liberdade de pensamento e de expressão respeitosa e fraterna.

Acompanhe com maior facilidade as principais postagens do Blog sobre Maçonaria.
Inscreva-se para receber mensagens semanais, clicando aqui.

Qual a sua opinião a respeito do artigo "Vida e morte"?
Péssimo
Ruim (difícil compreensão)
Bom, mas superficial
Muito bom
Ótimo