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domingo, 4 de dezembro de 2011

500 anos de segredo



A Inquisição[1] promovida pela Igreja Católica, a maioria de nós sabe, foi um período de absurdas perseguições, torturas e mortes em que os representantes de então daquela religião buscaram de todas as formas sufocar e extirpar toda e qualquer forma de pensamento social ou religioso que divergisse daquilo que pregavam, incluindo-se ai vários cientistas.

Muitas pessoas foram vítimas da Inquisição no longo período deste triste episódio da História.

Entretanto, embora estas atividades (criminosas para o padrão de nossos dias) tenham obtido razoável êxito no afastamento do pensamento divergente da religião dominante, com maior motivação, entendemos, pelo verdadeiro extermínio que provocaram do que por convencimento filosófico, não se pode descartar o efeito contrário que provocaram.

De fato, a época da Inquisição foi abundante na produção de manuscritos ditos esotéricos, como você poderá verificar nos seguintes artigos que anteriormente produzimos:


Muitos dos manifestos produzidos durante o período da Inquisição foram escritos utilizando algum tipo de chave para interpretação, ou mesmo um alfabeto próprio desta ou daquela organização, sempre buscando oferecer segurança aos praticantes ou estudiosos daquilo que a Igreja Católica compreendia no mais das vezes como heresia[2], sempre punível.

Maiores informações a respeito deste tipo de segurança que os autores, usuários e estudiosos dos antigos manifestos e documentos antigos você pode encontrar no nosso artigo “Escrita Secreta”, produzido no mês de outubro de 2011, que também aborda a evolução dos métodos criptográficos criados pelo ser humano.

Os estudiosos da criptografia especializaram-se absurdamente, em especial durante os períodos conflituosos da humanidade, com maior relevância nas duas grandes guerras mundiais, tempos em que o segredo dos verdadeiros sentidos das mensagens militares era crucial para a sobrevivência dos soldados e para os desfechos das guerras.

Estes cientistas debruçaram-se sobre inúmeros manifestos esotéricos antigos, no mais das vezes encontrando as chaves para suas leituras, embora não sem esforço.

Contudo, há uma exceção!

Existe um manifesto que nunca foi traduzido ou compreendido!



Trata-se de um manifesto em forma de livro ilustrado, produzido durante o século XVI, por autor desconhecido, utilizando um sistema de escrita[3] não identificado e linguagem ininteligível, embora seja este texto objeto de intenso estudo por parte de muitos criptógrafos amadores e profissionais, incluindo alguns dos maiores decifradores norte-americanos e britânicos ao tempo da Segunda Guerra Mundial (todos os quais falharam em decifrar uma única palavra).

O livro ganhou o nome do livreiro polaco-estadunidense Wilfrid M. Voynich, que o comprou em 1912, ganhando o nome de Manuscrito Voynich, uma vez que sequer o nome original do texto pode ser traduzido. A partir de 2005, o manuscrito Voynich passou a ser o item MS 408 na Beinecke Rare Book and Manuscript Library da Universidade de Yale. A primeira edição fac-símile foi publicada em 2005 (Le Code Voynich), com uma curta apresentação em francês do editor, Jean-Claude Gawsewitch, ISBN 2350130223.



O texto foi originalmente escrito em pergaminho de vitelo, apresentando-se em volume de dimensões pequenas, com 16 centímetros de largura, por 22 de altura e 04 de espessura, com 122 folhas e um total de 204 páginas.

A análise grafológica do texto demonstra boa fluência e sua composição da esquerda para a direita, sem pontuação. Cerca de 170 mil caracteres compõem o manuscrito, dos quais 20 a 30 se repetem e cerca de 12 aparecem uma ou duas vezes.



Os espaços indicam haver 35 mil palavras; os caracteres têm boa distribuição quantitativa e de posição, alguns podem se repetir (2 e 3 vezes), outros não, alguns só aparecem no início de palavras, outros só no fim; análises estatísticas (análise de frequência de letras) dão ideia de uma língua natural, europeia, algo como inglês ou línguas românicas.

Conforme o linguista Jacques Guy, a aparente estrutura do texto indica semelhanças com línguas da Ásia do Sul e Central, sendo talvez uma Língua tonal, algo como línguas Sino-tibetanas, Austro-asiáticas ou Tai.

Conforme datação por Carbono 14[4] feita pela Universidade do Arizona, o pergaminho data do início do século XV; Conforme análise do “Mc.Crone Research Institut” a tinta é da mesma época, embora as cores dos desenhos sejam posteriores.

Nas páginas finais aparecem anotações mais recentes feitas em letras latinas nas formas de alfabetos europeus do século XV.

Diversas ilustrações coloridas adornam o texto, aparentando grande diversidade de temas. Os desenhos permitem que se perceba a natureza do manuscrito e foram usados como pontos de referência para os criptógrafos dividirem o livro em seções, conforme a natureza das ilustrações.
  • Seção I (Fls. 1-66): denominada botânica, contém 113 desenhos de plantas desconhecidas.
  • Seção II (Fls. 67-73): denominada astronômica ou astrológica, apresenta 25 diagramas que parecem se referir a estrelas. Aí podem ser identificados alguns signos zodiacais. Neste caso ainda fica difícil haver certezas acerca do que trata realmente a seção.
  • Seção III (Fls. 75-86): denominada biológica, denominação que se deve exclusivamente à presença de muitas figuras femininas, frequentemente imersas até os joelhos em estranhos vasos comunicantes contendo um fluido escuro.
Logo após essa seção vem uma mesma folha repetida seis vezes, apresentando nove medalhões com imagens de estrelas ou figuras que podem parecer células, imagens radiais de pétalas e feixes de tubos.
  • Seção IV (Fls. 87-102): denominada farmacológica - medicinal, por meio de imagens de ampolas e frascos de formas semelhantes às dos recipientes das farmácias antigas. Nessa seção há ainda desenhos de pequenas plantas e raízes, possivelmente ervas medicinais.

  • A última seção do manuscrito Voynich tem início na folha 103 e prossegue até o fim, sem que haja nessa seção final mais nenhuma imagem, exceto estrelinhas (ou pequenas flores) ao final de alguns parágrafos. Essas marcações fazem crer que se trata de algum tipo de índice.
O manuscrito foi o único a resistir às análises dos “experts” de criptografia da marinha americana que ao fim da guerra estudaram e analisaram alguns antigos códigos cifrados para testar os novos sistemas de codificação.

Alguns êxitos, entretanto, foram anunciados.

Willian Newbold, professor de filosofia medieval da Universidade da Pensilvânia, publicou no ano de 1921 um artigo afirmando que, por metodologia complexa e arbitrária, havia decifrado o texto. 

Para Willian, o texto como visível, segundo ele, não tinha significado, o verdadeiro conteúdo seria um subtexto micrografado, com marcas minúsculas ocultas nos caracteres maiores. O texto real era escrito em Latim, camuflado nas marcas quase invisíveis, sendo obra de Roger Bacon. A conclusão que Newbold tirou de sua tradução dizia que já no final da Idade Média seriam conhecidas noções de Astrofísica de Biologia molecular. Contudo, nos anos 40, os criptógrafos Joseph Martin Feely e Leonell C. Strong aplicaram ao documento um outro sistema de decifração, tentando encontrar caracteres latinos nos espaços claros, brancos. A tentativa apresentou resultados sem significado.


Em 1945 o professor William F. Friedman constituiu em Washington um grupo de estudiosos, o “First Voynich Manuscript Study Group (FSG)”. A opção foi por uma abordagem mais metódica e objetiva, a qual levou à percepção a grande repetição de “palavras” e alguns trechos no texto do manuscrito. No entanto, independente da opinião formada ao longo dos anos quanto ao caráter artificial da tal linguagem, na prática, a busca terminou em impasse: de fato não serviu para transpor os caracteres em sinais convencionais, o que serviria de ponto de partida para qualquer análise posterior.

O estudo mais significativo nessa matéria é hoje aquele feito em 1976 por William Ralph Bennett, que aplicou estudos de casuística e estatística de letras e palavras do texto, colocando em foco não somente a repetição, mas também a simplicidade léxica e a baixíssima Entropia da informação[5]. A linguagem contida no Voynich não somente teria um vocabulário muito limitado, mas também uma basicidade linguística encontrada somente na Língua havaiana. O fato de que as mesmas “sílabas” e ainda palavras inteiras venham repetidas mostra algo que parece uma zombaria relacionada a uma visão mais complacente, inconscientemente, mas não deliberadamente enigmático.

O alfabeto utilizado, além de não ter sido ainda decifrado, é único. Foram, no entanto, reconhecidas 19 a 28 possíveis letras, que não têm nenhuma ligação ou correspondência perceptível com os alfabetos hoje conhecidos. Em alguns pontos encontram-se quatro palavras ou mais repetidas de forma consecutiva. Suspeita-se também que foram usados dois alfabetos complementares, mas não iguais, e que o manuscrito teria sido redigido por mais de uma pessoa.

É imprescindível e significativo lembrar que a total falta de erros ortográficos perceptíveis, de pontos riscados ou apagados, hesitações, é estranha, pois tais falhas sempre ocorreram em todos os manuscritos que já foram localizados e analisados.

O manuscrito Voynich deve sua denominação a Wilfrid Michael Voynich, um americano de ascendência polonesa, mercador de livros, que adquiriu o livro no colégio Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati, em 1912, através de padre jesuíta Giuseppe (Joseph) Strickland (1864-1915). Os Jesuítas precisavam de fundos para restaurar a vila e venderam a Voynich 30 volumes da sua biblioteca, que era formada por volumes do Colégio Romano que tinham sido transportados ao colégio de Mondragone junto com a biblioteca geral dos Jesuítas, para evitar sua expropriação pelo novo Reino da Itália. Entre esses livros estava o misterioso manuscrito.

Com o livro, Voynich encontrou uma carta de Johannes Marcus Marci (1595-1667), reitor da Universidade de Praga e médico real de Rodolfo II da Germânia, com a qual enviava o livro a Roma, ao amigo polígrafo Athanasius Kircher para que o decifrasse.

Na carta, que ostenta no cabeçalho Praga, 19 de agosto de 1665 (ou 1666), Marci declarava ter herdado o manuscrito medieval de um amigo seu (conforme revelaram pesquisas, era um muito conhecido alquimista de nome Georg Baresch), e que seu dono anterior, o Imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano, o adquirira por 600 Ducados, cifra muito elevada, acreditando que se tratasse de algo escrito por Roger Bacon[6].


As tentativas de tradução e compreensão do manuscrito foram incontáveis e ainda hoje desperta ele a atenção dos cientistas e dos amadores interessados em criptografia, especialmente considerando a sua elevada beleza e intrincadas ilustrações que o adornam.

No entanto, parece que na verdade o Manuscrito Voynich é o resultado de atividades humanas não tão nobres e mesmo reprováveis.

O professor Robert Brumbaugh, docente de filosofia medieval de Yale, e o cientista Gordon Rugg, na sequência de pesquisas linguísticas, assumiram a teoria que veria o Voynich como um simples expediente fraudulento, visando a desfrutar, na época, do sucesso que obtinham as obras de natureza esotéricas junto às cortes europeias.


[1] O termo Inquisição refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia no seio da Igreja Católica. A Inquisição foi criada inicialmente para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias. A Inquisição medieval, da qual derivam todas as demais, foi fundada em 1184 no Languedoc (sul da França) para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. Em 1249, implantou-se também no reino de Aragão, como a primeira Inquisição estatal e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela, transformou-se na Inquisição espanhola (1478 - 1834), sob controle direto da monarquia hispânica, estendendo posteriormente sua atuação à América. A Inquisição portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821). A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965.
O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social, sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena.
Os tribunais da Inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia algum caso de heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados pelas igrejas protestantes (como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra). Embora nos países de maioria protestante também tenha havido perseguições - neste caso contra católicos, contra reformadores radicais, como os anabatistas, e contra supostos praticantes de bruxaria, os tribunais se constituíam no marco do poder real ou local, geralmente ad-hoc , e não como uma instituição específica.
O delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes garantia sua fé e status perante a sociedade. A caça às bruxas não foi perpetrada pela Inquisição, mas sim por Estados e tribunais civis independentes, sem reais ligações com a Inquisição".
Ao contrário do que é comum pensar, o tribunal do Santo Ofício era uma entidade jurídica e não tinha forma de executar as penas. O resultado da inquisição feita a um réu era entregue ao poder secular.
A instalação desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios, pois queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques em História de Portugal, tomo I, página 393: «(…) A Inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua atividade, rigor e coerência variavam consoante a época.»
No século XIX, os tribunais da Inquisição foram suprimidos pelos estados europeus, mas foram mantidos pelo Estado Pontifício. Em 1908, sob o Papa Pio X, a instituição foi renomeada "Sacra Congregação do Santo Ofício". Em 1965, por ocasião do Concílio Vaticano II, durante o pontificado de Paulo VI e em clima de grandes transformações na Igreja após o papado de João XXIII, assumiu seu nome atual - "Congregação para a doutrina da Fé".

[2] Heresia (do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção") é a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros. A quem funda uma heresia dá-se o nome de heresiarca.
Sob determinado ponto de vista, para acompanhar uma formulação de Georges Duby, “todo herético tornou-se tal por decisão das autoridades ortodoxas. Ele é antes de tudo um herético aos olhos dos outros” (DUBY, 1990, p. 177). Desta maneira, ninguém é herético em si mesmo, e qualquer fundador ou participante de algum comportamento ou prática que tenha vindo a ser considerado historicamente como uma heresia nada mais é do que alguém que, do seu próprio ponto de vista, julgava estar ele mesmo percorrendo o caminho correto. O herege não é designado "herege" senão porque alguém, investido de poder eclesiástico e institucional classificou a sua prática ou as suas ideias como destoantes e contrárias a uma ortodoxia oficial que se autopostula como o caminho correto (BARROS, 2007-2008, p. 125). Evidentemente, tal não é o pregado pela ortodoxia doutrinária. No caso do Cristianismo, especificamente, enquanto doutrina cuja acepção tradicional baseia-se num arcabouço filosófico objetivista e absolutista (em oposição a subjetivista e relativista), a heresia é em si um desvio da verdade universal, de modo que mesmo se todos os seres humanos acreditarem num erro, ele não passará, por isso, a ser verdade.
Para retomarmos a história do conceito, o termo heresia foi utilizado primeiramente pelos cristãos, para designar ideias contrárias à outras aceitas, sendo aquelas consideradas como "falsas doutrinas". Foi utilizado tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Protestantes, ambas argumentando que heresia é uma doutrina contrária à Verdade que teria sido revelada por Jesus Cristo, ou seja, que é uma "deturpação, distorção ou má-interpretação" da Bíblia, dos profetas e de Jesus Cristo (bem como do magistério da Igreja no colégio apostólico, no caso da Igreja Católica e dos primeiros cristãos). A própria Bíblia fala sobre a "aparição de heresias", "idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias," (Gálatas 5:20).
Por exemplo, segundo o ponto de vista de determinadas correntes cristãs, os cátaros da França pareciam reconhecer dois deuses (um do Bem, que seria Jesus Cristo, e outro do Mal). A perspectiva maniqueísta dos cátaros levou as correntes afiliadas ao tronco ortodoxo do catolicismo a argumentar que na Bíblia existe só um Deus, de modo que este culto foi considerado uma heresia, gerando uma implacável perseguição por parte das autoridades religiosas e seculares que culminou com a chamada Cruzada Albigense. Embora o termo "heresia" seja utilizado até a atualidade, terminou por ser historicamente associado à Idade Média, bem como às ações da Inquisição e perpetrados pelo que se convencionou chamar caça às bruxas. Atualmente, pensadores ligados à autoridade eclesiástica admitem que a prática inquisitorial estava errada ao punir com violência e morte de indivíduos hereges a heresia, ferindo o direito de escolha religiosa que nos dias de hoje é considerado como direito inalienável do ser humano.

[3] Um sistema de escrita, ou simplesmente uma escrita, é um tipo de comunicação por símbolos (chamados caracteres ou grafemas) usado para registrar visualmente uma língua falada, com o propósito de comunicação.

[4] O carbono-14, C14 ou radiocarbono é um isótopo radioativo natural do elemento carbono, recebendo esta numeração porque apresenta número de massa 14 (6 protões e 8 neutrões). Este isótopo apresenta dois neutrons a mais no seu núcleo que o isótopo estável carbono-12.
Entre os cinco isótopos instáveis do carbono, o carbono-14 é aquele que apresenta a maior meia-vida, que é de aproximadamente 5 730 anos.
Forma-se nas camadas superiores da atmosfera onde os átomos de azoto-14 são bombardeados por neutrões contidos nos raios cósmicos.
Reagindo com o oxigénio do ar forma dióxido de carbono ( C14O2 ), cuja quantidade permanece constante na atmosfera. Este C14O2 , juntamente com o C12O2 normal, é absorvido pelos animais e vegetais sendo, através de mecanismos metabólicos, incorporados na estrutura destes organismos. Enquanto o animal ou vegetal permanecer vivo a relação quantitativa entre o carbono-14 e o carbono-12 permanece constante. A partir da morte do ser vivo, a quantidade de C-14 existente num tecido orgânico se dividirá pela metade a cada 5 730 anos. Cerca de 50 mil anos depois, esta quantidade começa a ser pequena demais para uma datação precisa.
Quando o ser vivo morre inicia-se uma diminuição da quantidade de carbono-14 devido a sua desintegração radiativa. No carbono-14 um nêutron do núcleo se desintegra produzindo um protão ( que permanece no núcleo aumentando o número atómico de 6 para 7 ) com emissão de uma partícula beta ( eléctron nuclear ). O resultado da desintegração do neutrão nuclear do carbono-14 origina como produto o átomo de azoto-14.
Como essa desintegração ocorre num período de meia-vida de 5730 anos é possível fazer a datação radiométrica de objetos ou materiais arqueológicos com idades dentro desta ordem de grandeza. O método não é por isso adequado à datação de fósseis que têm idades na casa dos milhões de anos e que são datados por métodos estratigráficos e por decaimento de outros elementos radioativos.

[5] Entropia equivale à perda de energia ou até mesmo desordem. Sendo considerada por Einstein como a primeira lei de todas a ciências. Na área de comunicação, tem-se a entropia da informação que é definida como sendo uma forma de medir a quantidade de informação. Ou seja, uma mensagem tem certa quantidade de informação quanto maior for o seu grau de incerteza ou imprevisibilidade.

[6] Roger Bacon ou Rogério Bacon OFM, (Ilchester, Somerset, 1214Oxford, 1294), também conhecido como Doctor Mirabilis (Doutor Admirável em latim), foi um dos mais famosos frades de seu tempo.
Ele foi um filósofo inglês que deu bastante ênfase ao empirismo e ao uso da matemática no estudo da natureza. Estudou nas universidades de Oxford e Paris. Contribuiu em áreas importantes como a Mecânica, a Filosofia, a Geografia e principalmente a Óptica.
Bacon viveu um período onde o influxo de textos vindo do mundo árabe revolucionava a vida intelectual do ocidente europeu, e ele foi bastante influenciado por eles e viria a ser um dos primeiros europeus de seu tempo a ensinar a filosofia de Aristóteles.

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