A Inquisição[1]
promovida pela Igreja Católica, a maioria de nós sabe, foi um período de
absurdas perseguições, torturas e mortes em que os representantes de então
daquela religião buscaram de todas as formas sufocar e extirpar toda e qualquer
forma de pensamento social ou religioso que divergisse daquilo que pregavam,
incluindo-se ai vários cientistas.
Muitas pessoas foram vítimas da
Inquisição no longo período deste triste episódio da História.
Entretanto, embora estas
atividades (criminosas para o padrão de nossos dias) tenham obtido razoável
êxito no afastamento do pensamento divergente da religião dominante, com maior
motivação, entendemos, pelo verdadeiro extermínio que provocaram do que por
convencimento filosófico, não se pode descartar o efeito contrário que
provocaram.
De fato, a época da Inquisição
foi abundante na produção de manuscritos ditos esotéricos, como você poderá
verificar nos seguintes artigos que anteriormente produzimos:
Muitos dos manifestos produzidos
durante o período da Inquisição foram escritos utilizando algum tipo de chave
para interpretação, ou mesmo um alfabeto próprio desta ou daquela organização,
sempre buscando oferecer segurança aos praticantes ou estudiosos daquilo que a
Igreja Católica compreendia no mais das vezes como heresia[2],
sempre punível.
Maiores informações a respeito
deste tipo de segurança que os autores, usuários e estudiosos dos antigos
manifestos e documentos antigos você pode encontrar no nosso artigo “Escrita
Secreta”, produzido no mês de outubro de 2011, que também aborda a evolução
dos métodos criptográficos criados pelo ser humano.
Os estudiosos da criptografia
especializaram-se absurdamente, em especial durante os períodos conflituosos da
humanidade, com maior relevância nas duas grandes guerras mundiais, tempos em
que o segredo dos verdadeiros sentidos das mensagens militares era crucial para
a sobrevivência dos soldados e para os desfechos das guerras.
Estes cientistas debruçaram-se sobre
inúmeros manifestos esotéricos antigos, no mais das vezes encontrando as chaves
para suas leituras, embora não sem esforço.
Contudo, há uma exceção!
Existe um manifesto que nunca foi
traduzido ou compreendido!
Trata-se de um manifesto em forma
de livro ilustrado, produzido durante o século XVI, por autor desconhecido,
utilizando um sistema de escrita[3]
não identificado e linguagem ininteligível, embora seja este texto objeto de
intenso estudo por parte de muitos criptógrafos
amadores e profissionais, incluindo alguns dos maiores decifradores norte-americanos
e britânicos
ao tempo da Segunda Guerra Mundial (todos os quais
falharam em decifrar uma única palavra).
O livro ganhou o nome do livreiro
polaco-estadunidense
Wilfrid M. Voynich, que o comprou em 1912, ganhando o nome
de Manuscrito Voynich, uma
vez que sequer o nome original do texto pode ser traduzido. A partir de 2005, o manuscrito
Voynich passou a ser o item MS 408 na Beinecke Rare
Book and Manuscript Library da Universidade de Yale. A primeira edição fac-símile
foi publicada em 2005 (Le Code Voynich), com uma curta apresentação em francês
do editor, Jean-Claude Gawsewitch, ISBN 2350130223.
O texto foi originalmente escrito
em pergaminho de vitelo, apresentando-se em volume de dimensões pequenas, com
16 centímetros de largura, por 22 de altura e 04 de espessura, com 122 folhas e
um total de 204 páginas.
A análise grafológica do texto
demonstra boa fluência e sua composição da esquerda para a direita, sem
pontuação. Cerca de 170 mil caracteres compõem o manuscrito, dos quais 20 a 30 se
repetem e cerca de 12 aparecem uma ou duas vezes.
Os espaços indicam haver 35 mil
palavras; os caracteres têm boa distribuição quantitativa e de posição, alguns
podem se repetir (2 e 3 vezes), outros não, alguns só aparecem no início de
palavras, outros só no fim; análises estatísticas (análise de frequência de
letras) dão ideia de uma língua natural, europeia, algo como inglês
ou línguas românicas.
Conforme o linguista Jacques Guy,
a aparente estrutura do texto indica semelhanças com línguas da Ásia do Sul e
Central, sendo talvez uma Língua tonal,
algo como línguas Sino-tibetanas, Austro-asiáticas ou Tai.
Conforme datação por Carbono 14[4]
feita pela Universidade do Arizona, o pergaminho data
do início do século XV;
Conforme análise do “Mc.Crone Research Institut” a tinta é da mesma época,
embora as cores dos desenhos sejam posteriores.
Nas páginas finais aparecem
anotações mais recentes feitas em letras latinas nas formas de alfabetos
europeus do século XV.
Diversas ilustrações coloridas adornam
o texto, aparentando grande diversidade de temas. Os desenhos permitem que se
perceba a natureza do manuscrito e foram usados como pontos de referência para
os criptógrafos
dividirem o livro em seções, conforme a natureza das ilustrações.
- Seção I (Fls. 1-66): denominada botânica, contém 113 desenhos de plantas desconhecidas.
- Seção II (Fls. 67-73): denominada astronômica ou astrológica, apresenta 25 diagramas que parecem se referir a estrelas. Aí podem ser identificados alguns signos zodiacais. Neste caso ainda fica difícil haver certezas acerca do que trata realmente a seção.
- Seção III (Fls. 75-86): denominada biológica, denominação que se deve exclusivamente à presença de muitas figuras femininas, frequentemente imersas até os joelhos em estranhos vasos comunicantes contendo um fluido escuro.
Logo após essa seção vem uma mesma folha
repetida seis vezes, apresentando nove medalhões
com imagens de estrelas ou figuras que podem parecer células,
imagens radiais de pétalas e feixes de tubos.
- Seção IV (Fls. 87-102): denominada farmacológica - medicinal, por meio de imagens de ampolas e frascos de formas semelhantes às dos recipientes das farmácias antigas. Nessa seção há ainda desenhos de pequenas plantas e raízes, possivelmente ervas medicinais.
- A última seção do manuscrito Voynich tem início na folha 103 e prossegue até o fim, sem que haja nessa seção final mais nenhuma imagem, exceto estrelinhas (ou pequenas flores) ao final de alguns parágrafos. Essas marcações fazem crer que se trata de algum tipo de índice.
O manuscrito foi o único a resistir às
análises dos “experts” de criptografia da marinha americana
que ao fim da guerra estudaram e analisaram alguns antigos
códigos cifrados para testar os novos sistemas de codificação.
Alguns êxitos, entretanto, foram anunciados.
Willian Newbold, professor de filosofia
medieval da Universidade da Pensilvânia, publicou no ano de 1921 um artigo
afirmando que, por metodologia complexa e arbitrária, havia decifrado o texto.
Para Willian, o texto como visível,
segundo ele, não tinha significado, o verdadeiro conteúdo seria um subtexto micrografado,
com marcas minúsculas ocultas nos caracteres maiores. O texto real era escrito
em Latim,
camuflado nas marcas quase invisíveis, sendo obra de Roger Bacon.
A conclusão que Newbold tirou de sua tradução dizia que já no final da Idade
Média seriam conhecidas noções de Astrofísica
de Biologia molecular.
Contudo, nos anos 40, os criptógrafos Joseph Martin Feely e Leonell C. Strong
aplicaram ao documento um outro sistema de decifração, tentando encontrar caracteres
latinos
nos espaços claros, brancos. A tentativa apresentou resultados sem significado.
Em 1945 o professor
William F. Friedman constituiu em Washington
um grupo de estudiosos, o “First Voynich Manuscript Study Group (FSG)”. A opção
foi por uma abordagem mais metódica e objetiva, a qual levou à percepção a
grande repetição de “palavras” e alguns trechos no texto do manuscrito. No
entanto, independente da opinião formada ao longo dos anos quanto ao caráter
artificial da tal linguagem, na prática, a busca terminou em impasse: de fato
não serviu para transpor os caracteres em sinais convencionais, o que serviria
de ponto de partida para qualquer análise posterior.
O estudo mais significativo nessa
matéria é hoje aquele feito em 1976 por William Ralph Bennett, que aplicou estudos de
casuística e estatística de letras e palavras do texto, colocando em foco não
somente a repetição, mas também a simplicidade léxica e a baixíssima Entropia da informação[5].
A linguagem contida no Voynich não somente teria um vocabulário muito limitado,
mas também uma basicidade linguística encontrada somente na Língua
havaiana. O fato de que as mesmas “sílabas” e ainda palavras
inteiras venham repetidas mostra algo que parece uma zombaria relacionada a uma
visão mais complacente, inconscientemente, mas não deliberadamente enigmático.
O alfabeto
utilizado, além de não ter sido ainda decifrado, é único. Foram, no entanto,
reconhecidas 19 a 28 possíveis letras, que não têm nenhuma ligação ou
correspondência perceptível com os alfabetos hoje conhecidos. Em alguns pontos
encontram-se quatro palavras ou mais repetidas de forma consecutiva. Suspeita-se
também que foram usados dois alfabetos complementares, mas não iguais, e que o
manuscrito teria sido redigido por mais de uma pessoa.
É imprescindível e significativo lembrar
que a total falta de erros ortográficos perceptíveis, de pontos riscados ou
apagados, hesitações, é estranha, pois tais falhas sempre ocorreram em todos os
manuscritos que já foram localizados e analisados.
O manuscrito Voynich deve sua denominação
a Wilfrid Michael Voynich, um americano de
ascendência polonesa,
mercador de livros, que adquiriu o livro no colégio
Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati,
em 1912,
através de padre jesuíta Giuseppe (Joseph) Strickland (1864-1915). Os Jesuítas
precisavam de fundos para restaurar a vila e venderam a Voynich 30 volumes da
sua biblioteca, que era formada por volumes do Colégio Romano que tinham sido
transportados ao colégio de Mondragone junto com a biblioteca geral dos
Jesuítas, para evitar sua expropriação pelo novo Reino da
Itália. Entre esses livros estava o misterioso manuscrito.
Com o livro, Voynich encontrou uma carta
de Johannes Marcus Marci (1595-1667), reitor da Universidade de Praga e médico real de Rodolfo II da Germânia, com a qual enviava
o livro a Roma,
ao amigo polígrafo
Athanasius Kircher para que o decifrasse.
Na carta, que ostenta no cabeçalho
Praga, 19 de agosto de 1665 (ou 1666), Marci declarava ter herdado o manuscrito
medieval
de um amigo seu (conforme revelaram pesquisas, era um muito conhecido alquimista
de nome Georg Baresch), e que seu
dono anterior, o Imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano, o adquirira por
600 Ducados, cifra muito elevada, acreditando que
se tratasse de algo escrito por Roger Bacon[6].
As tentativas de tradução e compreensão
do manuscrito foram incontáveis e ainda hoje desperta ele a atenção dos
cientistas e dos amadores interessados em criptografia, especialmente
considerando a sua elevada beleza e intrincadas ilustrações que o adornam.
No entanto, parece que na verdade o
Manuscrito Voynich é o resultado de atividades humanas não tão nobres e mesmo
reprováveis.
O professor Robert Brumbaugh, docente de
filosofia
medieval de Yale, e
o cientista Gordon Rugg, na sequência de pesquisas linguísticas, assumiram a
teoria que veria o Voynich como um simples expediente fraudulento, visando a
desfrutar, na época, do sucesso que obtinham as obras de natureza esotéricas
junto às cortes europeias.
[1] O termo Inquisição
refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia no seio
da Igreja Católica. A Inquisição foi criada
inicialmente para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que
praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias.
A Inquisição medieval, da qual derivam todas as
demais, foi fundada em 1184
no Languedoc
(sul da França)
para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. Em 1249, implantou-se
também no reino de Aragão, como a primeira Inquisição estatal
e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela,
transformou-se na Inquisição espanhola (1478 - 1834), sob controle
direto da monarquia hispânica, estendendo posteriormente sua atuação à América. A Inquisição portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821). A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra,
Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965.
O
condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos,
doenças e
miséria
social,
sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde
confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de
morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora
existissem outras formas de aplicar a pena.
Os
tribunais da Inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia
algum caso de heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais
religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados
pelas igrejas protestantes
(como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra).
Embora nos países de maioria protestante também tenha havido perseguições -
neste caso contra católicos, contra reformadores radicais, como os anabatistas,
e contra supostos praticantes de bruxaria, os tribunais se constituíam no marco
do poder real ou local, geralmente ad-hoc , e não
como uma instituição específica.
O
delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes
garantia sua fé e
status perante a sociedade.
A caça às bruxas não foi perpetrada pela Inquisição,
mas sim por Estados e tribunais civis independentes, sem reais ligações com a
Inquisição".
Ao
contrário do que é comum pensar, o tribunal do Santo Ofício era uma entidade
jurídica e não tinha forma de executar as penas. O resultado da inquisição
feita a um réu era entregue ao poder secular.
A
instalação desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes
régios, pois queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques
em História de Portugal, tomo I, página 393: «(…) A Inquisição surge
como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e
sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua atividade, rigor e
coerência variavam consoante a época.»
No
século
XIX, os tribunais da Inquisição foram suprimidos pelos estados europeus,
mas foram mantidos pelo Estado Pontifício. Em 1908, sob o Papa Pio X, a
instituição foi renomeada "Sacra Congregação do Santo Ofício". Em 1965, por ocasião do Concílio Vaticano II, durante o pontificado de
Paulo VI e
em clima de grandes transformações na Igreja após o papado de João
XXIII, assumiu seu nome atual - "Congregação para a doutrina da Fé".
[2] Heresia
(do latim haerĕsis, por sua
vez do grego αἵρεσις,
"escolha" ou "opção") é
a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema
de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal
organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a
qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias
políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros. A quem
funda uma heresia dá-se o nome de heresiarca.
Sob
determinado ponto de vista, para acompanhar uma formulação de Georges Duby,
“todo herético tornou-se tal por decisão das autoridades ortodoxas. Ele é antes
de tudo um herético aos olhos dos outros” (DUBY, 1990, p. 177). Desta
maneira, ninguém é herético em si mesmo, e qualquer fundador ou participante de
algum comportamento ou prática que tenha vindo a ser considerado historicamente
como uma heresia nada mais é do que alguém que, do seu próprio ponto de vista,
julgava estar ele mesmo percorrendo o caminho correto. O herege não é designado
"herege" senão porque alguém, investido de poder eclesiástico e
institucional classificou a sua prática ou as suas ideias como destoantes e
contrárias a uma ortodoxia oficial que se autopostula como o caminho correto
(BARROS, 2007-2008, p. 125). Evidentemente, tal não é o pregado pela ortodoxia doutrinária. No caso do Cristianismo,
especificamente, enquanto doutrina cuja acepção tradicional baseia-se num
arcabouço filosófico objetivista e absolutista
(em oposição a subjetivista e relativista), a heresia é em si um
desvio da verdade universal, de modo que mesmo se todos os seres humanos
acreditarem num erro, ele não passará, por isso, a ser verdade.
Para
retomarmos a história do conceito, o termo heresia foi utilizado primeiramente
pelos cristãos, para designar ideias contrárias à outras aceitas,
sendo aquelas consideradas como "falsas doutrinas". Foi utilizado
tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Protestantes, ambas argumentando que
heresia é uma doutrina contrária à Verdade que teria sido revelada por Jesus
Cristo, ou seja, que é uma "deturpação, distorção ou
má-interpretação" da Bíblia, dos profetas e de Jesus Cristo (bem como do magistério
da Igreja no colégio apostólico, no caso da Igreja Católica e dos primeiros
cristãos). A própria Bíblia fala sobre a "aparição de heresias",
"idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias," (Gálatas 5:20).
Por
exemplo, segundo o ponto de vista de determinadas correntes cristãs, os cátaros da França
pareciam reconhecer dois deuses (um do Bem, que seria Jesus Cristo, e outro do
Mal).
A perspectiva maniqueísta dos cátaros levou as correntes afiliadas ao
tronco ortodoxo do catolicismo a argumentar que na Bíblia existe
só um Deus, de modo
que este culto foi considerado uma heresia, gerando uma implacável perseguição
por parte das autoridades religiosas e seculares que culminou com a chamada Cruzada Albigense. Embora o
termo "heresia" seja utilizado até a atualidade, terminou por ser
historicamente associado à Idade
Média, bem como às ações da Inquisição
e perpetrados pelo que se convencionou chamar caça às bruxas. Atualmente, pensadores ligados à
autoridade eclesiástica admitem que a prática inquisitorial estava errada ao
punir com violência e morte de indivíduos hereges a heresia, ferindo o direito
de escolha religiosa que nos dias de hoje é considerado como direito
inalienável do ser humano.
[3] Um sistema
de escrita, ou simplesmente uma escrita, é um tipo de comunicação por símbolos
(chamados caracteres
ou grafemas)
usado para registrar visualmente uma língua
falada, com o propósito de comunicação.
[4] O
carbono-14, C14 ou radiocarbono é um isótopo
radioativo
natural do elemento carbono, recebendo esta numeração porque apresenta número de
massa 14 (6 protões e 8 neutrões). Este isótopo apresenta dois neutrons
a mais no seu núcleo que o isótopo estável carbono-12.
Entre
os cinco isótopos instáveis do carbono, o carbono-14 é aquele que apresenta a
maior meia-vida,
que é de aproximadamente 5 730 anos.
Forma-se
nas camadas superiores da atmosfera onde os átomos de azoto-14 são bombardeados
por neutrões contidos nos raios cósmicos.
Reagindo
com o oxigénio
do ar forma dióxido de carbono ( C14O2 ), cuja quantidade
permanece constante na atmosfera. Este C14O2 , juntamente com o C12O2 normal, é
absorvido pelos animais
e vegetais
sendo, através de mecanismos metabólicos, incorporados na estrutura destes
organismos. Enquanto o animal ou vegetal permanecer vivo a relação quantitativa
entre o carbono-14 e o carbono-12 permanece constante. A partir da morte do ser
vivo, a quantidade de C-14 existente num tecido orgânico se dividirá pela
metade a cada 5 730 anos. Cerca de 50 mil anos depois, esta quantidade começa a
ser pequena demais para uma datação precisa.
Quando
o ser vivo morre inicia-se uma diminuição da quantidade de carbono-14 devido a
sua desintegração radiativa. No carbono-14 um nêutron do núcleo se desintegra
produzindo um protão
( que permanece no núcleo aumentando o número atómico de 6 para 7 ) com emissão de uma
partícula beta ( eléctron nuclear ). O resultado da desintegração do neutrão
nuclear do carbono-14 origina como produto o átomo de azoto-14.
Como
essa desintegração ocorre num período de meia-vida
de 5730 anos é possível fazer a datação radiométrica de objetos ou
materiais arqueológicos
com idades dentro desta ordem de grandeza. O método não é por isso adequado à
datação de fósseis
que têm idades na casa dos milhões de anos e que são datados por métodos estratigráficos
e por decaimento de outros elementos radioativos.
[5] Entropia
equivale à perda de energia ou até mesmo desordem. Sendo considerada por Einstein
como a primeira lei de todas a ciências. Na área de comunicação,
tem-se a entropia da informação que é definida como sendo uma forma de medir a
quantidade de informação. Ou seja, uma mensagem tem certa quantidade de
informação quanto maior for o seu grau de incerteza ou imprevisibilidade.
[6] Roger
Bacon ou Rogério Bacon OFM, (Ilchester, Somerset,
1214 — Oxford, 1294), também conhecido
como Doctor Mirabilis (Doutor Admirável em latim), foi um dos mais
famosos frades de seu tempo.
Ele foi um filósofo
inglês
que deu bastante ênfase ao empirismo e ao uso da matemática
no estudo da natureza. Estudou nas universidades de Oxford e Paris. Contribuiu em áreas importantes
como a Mecânica,
a Filosofia,
a Geografia
e principalmente a Óptica.
Bacon viveu
um período onde o influxo de textos vindo do mundo árabe
revolucionava a vida intelectual do ocidente europeu, e ele foi bastante
influenciado por eles e viria a ser um dos primeiros europeus de seu tempo a
ensinar a filosofia
de Aristóteles.
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