La morte - por Magaripotessi |
O Ser Humano é a ponte que liga a criação ao Criador.
De fato é o Homem o único ser capaz de buscar a
concepção de Deus e, assim, ainda que indiretamente, vivenciá-Lo, ao mesmo
tempo em que vive neste mundo de manifestação e existência material.
É o Homem o único meio pelo qual Deus pode ser
manifestado atualmente na criação, materializando-Se pelas ações e palavras dos
humanos.
Da mesma forma, animados que são por centelhas do
Criador, são os homens a única forma pela qual o Criador pode experimentar e
vivenciar sua criação.
Estas, para Deus, talvez, as missões dos homens,
embora não necessariamente o sejam na visão dos seres humanos.
O fato é que, ainda que inconscientemente, os homens
buscam atingir as principais características de Deus, quais sejam onipresença,
onisciência e onipotência.
Onipresente - por O Promotor |
Onipresença é a faculdade de estar em todos os lugares, que os homens parecem buscar constantemente quando avançam em suas invenções de maior velocidade para o próprio transporte, como que desejando estar aqui e ali ao mesmo tempo.
Onisciência é o conhecimento pleno de tudo o que
ocorre no universo, que os seres humanos parecem perseguir com tantos
noticiários, satélites, rádios, celulares, etc.
Onipotência é a faculdade de tudo poder realizar ou
destruir. Quanto a esta característica divina, parece-nos redundante oferecer
qualquer exemplificação das atividades humanas buscando alcança-la, vez que
evidente.
Os homens buscam todos os dias tornarem-se Deus, ou,
identificando ainda que inconscientemente sua parcela divina, caminham por
meios materiais para tentar dela aproximar-se... Tentando retornar à origem e
fonte de sua existência.
E tudo o que a Humanidade realiza, parece, tem este
objetivo: buscar sua origem e fonte, ainda que, como dito, de forma inconsciente.
No entanto, criados que fomos para exercer a função
de ponte entre Criador e criação, somos por definição um misto destes dois
universos. Somos meio mundanos e meio divinos.
Se a onipresença é uma característica de Deus, o
isolamento e a solidão são características mundanas. Em certos momentos somos
capazes da quase onipresença. Em outros, praticamente sós no universo.
Onisciente - por Thaaycordeiro |
Se a onisciência é uma característica divina, a ignorância é característica mundana. Somos capazes da quase completa onisciência em certos momentos e da mais completa ignorância em outros.
Se a onipotência é fundamento do Criador, a impotência o é do mundano. Somos quase que completamente capazes e poderosos em certos momentos e praticamente “inúteis” em outros.
A constante luta maçônica contra o preconceito e o erro é a luta contra a ignorância e, via de consequência, em favor da consciência (veja os artigos “Consciência” e “Consciência II”), rumo à onisciência.
A intensa guerra maçônica em prol da fraternidade
nada mais é do que o descontentamento com o isolamento próprio da
individualidade exacerbada, que não se confunde com a solidão construtiva (veja
o artigo “Solidão”),
e a indicação do grupo como fonte de sabedoria, conhecimento e segurança, rumo
à onipresença.
Deus Onipotente - por Héctor Falcón |
As liberdade e igualdade equilibradas, conforme apregoa a Maçonaria, são a maior demonstração de verdadeiro poder, que, sendo o seu máximo, pode se autolimitar sem perder a essência. É o verdadeiro exercício da onipotência.
A par disto tudo, contudo, interessante notar que quase
sempre ao Ser Humano a mais importante característica de Deus, alvo de inveja
no mais das vezes, é a eternidade, especialmente quando confrontada com a finitude
imposta à criação.
Como misto de dois universos, somos eventualmente
eternos e eventualmente finitos.
Neste artigo vamos nos limitar a afirmar que somos
finitos para sermos eternos.
No entanto, deixando de lado a essência humana, e observando
nosso dia-a-dia, vemos que tudo fazemos para prolongar indefinidamente nossa
existência neste plano, o que nada de equivocado representa, diga-se
veementemente.
A maior parte da enorme produção cultural humana
parece-nos ter este objetivo, o de perenizar o que é finito, que é a
individualidade de um homem ou mulher em certo momento da linha temporal.
Cremos, inclusive, que o mesmo podemos dizer de
todas as atividades humanas, com grande exemplo no mítico Aquiles[1],
que desejou eternizar-se pela habilidade durante as guerras, dentre inúmeros
outros de várias áreas da ação dos homens.
O Homem, consciente ou inconscientemente, reconhece
em si próprio a essência do Criador e, via de consequência, admite-se como Ele
onisciente, onipresente, onipotente e eterno.
E é a impressão da própria eternidade que
possibilita à morte, que entendemos ser a maior representante do que é
material, elaborar suas ciladas.
Pretendendo a eternidade, morremos todos os dias de
nossas existências neste mundo.
Como num filme que recentemente assistimos, parece
que a Senhora Morte nos fornece um controle remoto capaz de pausar, adiantar ou
simplesmente “pular” momentos de nossas vidas que entendemos inúteis.
Também como naquele filme, é como se aquele controle
remoto se auto programasse a cada opção que realizamos.
Brigas com a esposa: desligamos nossa atenção,
voltando-a para outras coisas que entendemos mais importantes, apenas nos
mantendo presentes fisicamente na discussão.
Chamadas dos filhos para brincar: idem. Afinal
sempre há algo mais importante e que nos perenizará para ser feito.
Conviver com os pais: sempre parece ser uma
atividade chata e perfeitamente permutável por outras que garantam nosso
aparente crescimento.
Nesses “pausa”, “adianta” e “pula” de trechos de
nossas vidas, em que apenas estamos presentes fisicamente, estão nossas mortes diárias.
"Quando vemos", nossos filhos cresceram, nossos casamentos terminaram, nossos pais morreram...
E aqui não falamos da morte no sentido elevado de
grande modificação de postura diante da vida. Falamos de morte propriamente
dita. De extermínio de existência.
A solução?
Esqueçamos o controle remoto e estejamos
verdadeiramente presentes em cada discussão, brincadeira, jantar, leitura,
explicação de matérias para os filhotes...
Vivamos!!!
A vida correta e a morte no correto momento e da
forma certa são a única combinação capaz de levar à eternidade!
Às vezes (quase sempre) imitamos Deus de forma cínica:
Às vezes (quase sempre) imitamos Deus de forma cínica:
Onipresença, Onisciência e Onipotência |
_____________________________________________________________________
[1] Na mitologia grega, Aquiles (em grego antigo: Ἀχιλλεύς; transl. Akhilleus) foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Tróia e o personagem principal e maior guerreiro da Ilíada, de Homero.
Acompanhe com maior facilidade as principais postagens do Blog sobre Maçonaria.
Inscreva-se para receber mensagens semanais, clicando aqui.
Inscreva-se para receber mensagens semanais, clicando aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário