2012 - por Enniev |
Há razoáveis divergências a
respeito do evento que eventualmente ocorrerá na data mencionada, por conta do
final do ciclo sobredito.
Para os adeptos da “Nova Era[2]”,
a data marcará o início de uma nova era, pelo que o planeta e seus habitantes
sofrerão uma transformação física e espiritual positivas.
De forma diametralmente oposta,
há os que compreendam que a data marcará o final do mundo ou o início de uma
catástrofe assemelhada. Neste sentido, as “teorias” incluem desde a colisão da
Terra com uma planeta de passagem, ou com um “buraco negro[3]”,
havendo ainda a hipótese da chegada do próximo “máximo solar[4]”.
Dezembro de 2012 marca o fim do atual ciclo b'ak'tun da contagem
longa mesoamericana, a qual era usada na América
Central antes da chegada dos europeus. Embora a contagem longa tenha sido
provavelmente inventada pelos olmecas,
tornou-se estritamente relacionada com a civilização maia, cujo período clássico durou
entre 250 e 900 d. C..
Os maias clássicos eram alfabetizados e seu sistema de escrita encontra-se
substancialmente decifrado.
Calendário maia - por Rodrigo Feistauer |
A contagem longa define a "data zero" em um
ponto do passado, que marcou o fim do mundo anterior e o início do atual,
correspondente a 11 ou 13 de agosto de 3114 a. C. no calendário gregoriano, dependendo da forma
utilizada.
Ao contrário do calendário usado atualmente pelos maias, a contagem longa foi
linear, e não conjuntural, e mantida em unidades de tempo baseadas no sistema
vigesimal. Por esse meio, 20 dias correspondem a um uinal, 18 uinals
(360 dias) a um tun, 20 tuns a um k'atun e 20 k'atuns (144.000 dias)
correspondem a um b'ak'tun. Assim, por exemplo, a data maia 8.3.2.10.15
representa 8 b'ak'tuns, 3 k'atuns, 2 tuns, 10 unials e 15 dias desde a data
zero. Muitas inscrições maias têm a contagem de mudança para uma ordem mais
elevada após 13 b'ak'tuns.
Hoje, as correlações mais amplamente aceitas para o final do décimo terceiro
b'ak'tun são no calendário ocidental os dias 21
e 23
de dezembro de 2012.
Em 1957, o astrônomo Maud
Worcester Makemson escreveu que "a realização do Grande Período de 13
b'ak'tuns será da maior importância para os maias."
Nove anos depois, Michael D. Coe, mais ambiciosamente, afirmou que o "Armageddon
degeneraria todos os povos do mundo desde a sua criação, e que no dia do décimo
terceiro e último b'ak'tun o universo seria aniquilado, no dia 24 de
dezembro de 2012
(depois revisada para 23 de dezembro de 2012) quando o Grande Ciclo da contagem
chega a sua conclusão."
A questão é ainda mais complicada por diversas cidades-estados
maias empregarem a contagem longa de maneira diferente. Em Palenque, a
evidência sugere que os sacerdotes acreditavam que o ciclo terminaria após 20 b'ak'tuns
e não 13.
As previsões apocalípticas de Coe
foram repetidas por outros estudiosos até o início da década
de 1990.
Entretanto, mais tarde, pesquisadores disseram que, embora o final do 13º b'ak'tun
talvez seja um motivo de comemoração,
não marca o final do calendário.
"Não há nada em qualquer profecia maia, asteca ou da antiga
Mesoamérica
que sugira que eles profetizaram qualquer tipo de grande ou súbita mudança em
2012", diz o estudioso dos maias Mark Van Stone. "A noção de que um
"Grande Ciclo" vai chegar ao fim é uma invenção completamente
moderna."
Em 1990, os estudiosos
maias Linda Schele e David Freidel argumentaram que os maias "não
conceberam que isso seja o fim da criação, como muitos sugeriram."
Susan Milbrath, curadora de Arte e Arqueologia Latino-Americana no Museu de
História Natural da Flórida, declarou: "nós não temos nenhum registro ou
conhecimento de que [os maias] pensavam que o mundo chegaria ao fim" em
2012.
"Para os antigos maias, isso era uma grande celebração que seria feita até
o fim de um ciclo", diz Sandra Noble, diretora executiva da Fundação para
o Avanço dos Estudos Mesoamericanos em Crystal
River, Flórida,
Estados
Unidos. A escolha de 21 de dezembro de 2012 como o dia de um evento
apocalíptico ou de um momento cósmico de mudança, diz ela, é "uma completa
invenção e uma chance de lucro para muitas pessoas."
"Haverá um novo ciclo", diz E. Wyllys Andrews V, diretor do Instituto
de Pesquisas Mesoamericanas da Universidade de Tulane, em Nova
Orleans, Louisiana.
"Nós sabemos que os maias pensavam que houve um antes, o que implica que
eles estavam confortáveis com a ideia de um outro depois.
Quanto a possibilidade de uma catástrofe mundial, um número significativo de estudiosos de várias áreas do conhecimento rejeita a idéia. No que tange aos especialistas na sociedade maia, seus expoentes informam que não são encontrados em quaisquer dos clássicos “códices maias[5]” qualquer referência à morte iminente. Os maias modernos não consideram a data significativa e as fontes clássicas sobre o tema são escassas e contraditórias, sugerindo que houve pouco ou nenhum consenso universal entre eles sobre o que a data pode significar (existe referência à civilização maia em nosso artigo “O mundo moderno e suas sete maravilhas”).
Nasa - por Design Facts |
Soma-se às interpretações
mencionadas, a visão da NASA[6],
que identifica nos receios públicos em relação a 2.012 os mesmos absurdos
receios havidos no final da década de 1.990, notadamente o identificado como
“Bug do milênio[7]”,
que, como todos sabem, não se consumaram. Sugere a NASA que uma adequada
análise dos fatos pode impedir temores de um desastre.
[1] A contagem longa
é um calendário vigesimal não repetitivo,
utilizado por várias culturas da Mesoamérica a partir do período pré-clássico tardio. É mais bem conhecido
pelos registos maias nos quais foi usado
este sistema, porém as inscrições mais antigas são aquelas de Chiapa de Corzo, anteriores à era cristã. A sua ampla difusão
na área maia levou a que muitas vezes seja erradamente denominado como calendário
maia de contagem longa.
Utilizando
um sistema de contagem vigesimal modificado, este registo calendárico
identifica os dias decorridos desde a data correspondente a 11 de Agosto de 3114 a.C. no
calendário
gregoriano.
Uma vez que se trata de um calendário não repetitivo foi utilizado para
registar por meio de inscrições feitas em monumentos, acontecimentos
importantes da vida política de várias cidades, sobretudo no sudeste da
Mesoamérica.
[2] O movimento da Nova
Era (do inglês New Age)
possui muitas subdivisões, sendo geralmente uma fusão de ensinos metafísicos de influência
oriental, de linhas teológicas, de crenças espiritualistas, animistas e paracientíficas,
com uma proposta de um novo modelo de consciência moral, psicológica e social
além de integração e simbiose com o meio envolvente, a Natureza e até o Cosmos.
[3] De acordo com a Teoria
Geral da Relatividade,
um buraco negro é uma região do espaço da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar. Este é
o resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma fonte
altamente massiva e compacta. Um buraco negro é limitado pela superfície
denominada horizonte
de eventos,
que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar.
O adjetivo negro em buraco negro se deve ao fato deste não
refletir a nenhuma parte da luz que atinja seu horizonte de eventos, atuando
assim, como se fosse um corpo negro perfeito em
termodinâmica.Acredita-se também,
com base na mecânica quântica, que buracos negros emitam radiação
térmica,
da mesma forma que os corpos negros da termodinâmica a temperaturas finitas.
Esta temperatura, entretanto, é inversamente proporcional a massa do buraco
negro, de modo que observar-se a radiação térmica proveniente destes objetos
torna-se difícil quando estes possuem massas compáráveis às das estrelas.
Apesar
de os buracos negros serem praticamente invisíveis, estes podem ser detectados
por meio de sua interação com a matéria em sua vizinhança.
Um buraco negro pode, por exemplo, ser localizado por meio da observação do
movimento de estrelas em uma dada região do espaço. Outra possibilidade da
localização de buracos negros diz respeito a detecção da grande quantidade de radiação emitida quando
matéria proveniente de uma estrela companheira espirala para dentro
do buraco negro, aquecendo-se a altas temperaturas.
Embora
o conceito de buraco negro tenha surgido em bases teóricas, astrônomos têm
identificado inúmeros candidatos a buracos negros estelares e também indícios
da existência de buracos negros super massivos no centro de galáxias massivas.
Há indícios de que no centro da própria Via Lactea, nas vizinhanças de
Sagitário A*, deve haver um buraco negro com mais de 2 milhões de massas solares.
[4] O ciclo solar,
também conhecido como ciclo solar de Schwabe é o ciclo que mostra a
atividade do sol em intervalos de
aproximadamente 11 anos. A observação solar em todos os comprimentos de onda
pode ser considerada de fundamental importância para a compreensão do cosmos. Pode-se afirmar que
sua compreensão é o primeiro passo em direção ao espaço.
O
Sol é, e sempre será, laboratório para a obtenção "in situ" dos dados
necessários para a elaboração das teorias necessárias ao entendimento dos
processos, fenômenos e suas causas, que ocorrem em todos os corpos a partir do Sistema Solar em direção ao Universo, incluindo a Terra.
A
máxima duração de um ciclo solar foi de 13 anos e 8 meses e pertence ao ciclo 4
(desde setembro de 1784 a maio de 1798). O ciclo de menor duração foi o
número 2 com 9 anos exatos (desde junho de 1766 a junho de 1775).
Nos
períodos de actividade mais elevada, conhecidos como máximo solar, as manchas solares aparecem, enquanto
que períodos de atividades mais baixas são denominados de mínimo solar.
[5] Os códices maias são livros
desdobráveis produzidos pela civilização
maia pré-colombiana. Os textos estão
redigidos utilizando caracteres hieroglíficos maias que foram inscritos sobre
papel mesoamericano produzido a partir da
casca de algumas árvores, sobretudo algumas espécies de figueira (Ficus padifolia e Ficus cotinifolia). Este papel,
conhecido geralmente pela designação náuatle amatl era chamado huun
pelos maias.
Estes
códices são o produto do trabalho de escribas profissionais que trabalhavam sob
o patrocínio dos Deuses Macaco. Os maias
desenvolveram o seu huun por volta do século V, e comparado com o papiro era mais durável e
mais apropriado à escrita.
Atualmente
os códices têm os nomes das cidades aonde estão arquivados. O Códice de
Dresden é geralmente considerado o mais importante dos poucos que ainda
restamda maioria que foram destruidos pelos espanhóis durante a invasão da América Latina.
[6] A NASA (sigla
em inglês de National
Aeronautics and Space Administration; Administração Nacional da
Aeronáutica e do Espaço), também conhecida como Agência Espacial
Americana, é uma agência do Governo dos Estados Unidos da América, responsável pela
pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração
espacial.
Sua missão oficial é "fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e
exploração espacial". A NASA
foi criada em 29
de julho
de 1958, substituindo seu
antecessor, o NACA - National
Advisory Committee for Aeronautics (Comitê Consultivo Nacional para a
Aeronáutica).
A
NASA foi responsável pelo envio do homem à Lua (veja projeto Apollo) e por diversos
outros programas de pesquisa no espaço. Atualmente ela
trabalha em conjunto com a Agência Espacial Europeia, com a Agência Espacial Federal Russa e com mais alguns
países da Ásia e do mundo todo para
a criação da Estação Espacial Internacional.
A
NASA também tem desenvolvido vários programas com satélites e com sondas de pesquisa espacial que viajaram até
outros planetas e até, alguns deles,
se preparam para sair do nosso sistema solar, sendo a próxima
grande meta, que tem atraído a atenção de todos, uma viagem tripulada até o
planeta Marte, nosso vizinho.
A
ciência da NASA está focada em uma melhor compreensão da Terra através do Earth
Observing System, na promoção da
heliofísica através do trabalho do Heliophysics Research Program, na
exploração do sistema
solar
com missões robóticas avançadas, tais como New Horizons, e na pesquisa astrofísica, aprofundando-se em
tópicos como o Big
Bang
com o auxílio de grandes observatórios.
[7] Problema do ano
2000, Bug do milênio (ou milénio) ou Bug Y2K foi o termo usado
para se referir ao problema previsto ocorrer em todos os sistemas
informatizados
na passagem do ano de 1999 para 2000. Bug é um jargão
internacional usado por profissionais e conhecedores de programação, que significa um erro de lógica na programação de um
determinado software.
Na
década
de 1960,
com a solidificação de vários sistemas computacionais e a ampliação de sua
abrangência, foi necessária a adoção de diversos padrões para garantir a
compatibilidade entre os diversos tipos de hardware e os softwares
escritos para eles. Numa época em que cada byte de memória economizado
representava economia de dinheiro muitos destes padrões adotavam formas
resumidas para armazenar dados. Ainda hoje centenas destes padrões ainda estão
em vigor, embora muitos tenham sido substituídos para se atualizar com a
flexibilidade dos novos hardwares disponíveis.
Nos
sistemas mais antigos, como aqueles na linguagem COBOL e semelhantes, as datas eram
armazenadas com apenas 2 dígitos para o ano, ficando os restantes
implicitamente entendidos como sendo "19". Desta forma cada data
armazenada deixava de ocupar oito bytes (dois para o dia, dois para o mês e
quatro para o ano), e passava a ocupar somente seis bytes (somente dois no
ano). A opção por representar as datas desta forma vinha da necessidade real de
economia de memória e espaço de
armazenamento. Hoje isso parece insignificante mas na época isso foi o
suficiente para justificar a adoção do padrão, tamanho o custo das memórias e
dispositivos de armazenamento.
Para
ter uma idéia imagine um banco de dados com vários campos,
entre eles data de nascimento, data de casamento e data de
cadastro. Para cada registro a economia nas três datas totaliza seis bytes.
Se o banco de dados tiver dez mil registros são 60kB bytes a menos, o que era
significativo numa época em que os discos tinham o tamanho de
180kB.
Como
todas as datas eram representadas por somente 2 dígitos, os programas assumiam
o "19" na frente para formar o ano completo. Assim, quando o
calendário mudasse de 1999 para 2000 o computador iria entender que estava no
ano de "19" + "00", ou seja, 1900. Os softwares mais
modernos, que já utilizavam padrões mais atuais, não teriam problemas em lidar
com isso e passariam corretamente para o ano 2000, mas constatou-se que uma
infinidade de empresas e instituições de grande porte ainda mantinham em
funcionamento programas antigos, em função da confiança adquirida por anos de
uso e na sua estabilidade. Para além disso, temiam-se os efeitos que poderiam
ser provocados no hardware pelo sistema BIOS, caso este reconhecesse apenas datas
de dois dígitos.
Caso
as datas realmente "voltassem" para 1900, clientes de bancos veriam
suas aplicações dando juros negativos, credores
passariam a ser devedores, e boletos de cobrança para o próximo mês seriam
emitidos com 100 anos de atraso.
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