No início da composição da
civilização egípcia, e durante milhares de anos, o povo daquele país vivia em
aldeias, que se uniam para formar unidades administrativas maiores, chamadas
nomos, que eram governados por um só líder administrativo, denominado nomarca.
Especialmente em razão da
necessidade de obras no rio Nilo, vez por outra os nomos se juntavam para
trabalhos de interesse comum.
Em razão do crescimento
populacional, os nomos realizaram diversas guerras entre si, buscando a melhor
localização para seus estabelecimentos. Estas guerras duraram centenas de anos
e, ao final delas, surgiram dois reinos, quais sejam: o Alto Egito e o Baixo
Egito.
Estes reinos perduraram até
aproximadamente o ano 3.200 antes da era Cristã, ocasião em que o rei Menés,
governante do Alto Egito, tornou-se o primeiro faraó após dominar militarmente
o Baixo Egito, unindo todo o país em um só reinado.
O símbolo da união dos reinos era
a coroa usada pelo faraó, de cores branca e vermelha, como também o cetro, signo
fálico do poder.
O Estado egípcio era dominado por
uma teocracia na qual os sacerdotes exerciam a administração política e
econômica (veja a postagem “Sacerdotes”, clicando aqui)
e o faraó era considerado um deus.
Era esta deidade viva que
mantinha unido o Estado egípcio e, a partir dela, a sociedade era organizada da
seguinte forma:
- · Nobres – aparentados do faraó, nomarcas e comandantes dos exércitos.
- · Sacerdotes – pela declarada proximidade com os deuses, eram muitíssimo prestigiados pela população e economicamente eram abastados, considerando a intermediação que realizavam entre as doações realizadas pelo povo para os deuses.
- ·
Escribas
– Instruídos nas escolas egípcias detinham os segredos da escrita hieroglífica, pelo que trabalhavam também na coleta dos impostos estatais, tornando-se imprescindíveis à sociedade.
- ·
Soldados
– viviam daquilo que conseguiam saquear durante as guerras.
- ·
Artesãos e camponeses
– trabalhavam para o faraó e nobreza, vivendo de parte de sua produção. A crença na vida após a morte fazia com que guardassem parte de seus proventos para o funeral, ainda que isto os obrigasse a uma vida de humildade.
- ·
Escravos
– povos capturados durante as guerras, destinados ao trabalho pesado como a construção de templos e grandes obras.
A maior prosperidade do Antigo
Império ocorreu no ano de 2.800 da era pré Cristã, quando Mênfis foi feita
capital do país e época em que foram construídas as pirâmides de Gizé (veja a
postagem “As sete maravilhas do mundo antigo” clicando aqui),
que foram chamadas de Quéops, Quefrém e Miquerinos, que eram dotadas de
mastabas e outras pequenas pirâmides, que recebiam os corpos de funcionários
próximos ao faraó.
Os principais deuses do sistema de politeísmo egípcio:
Rá (ou Ré):
Uma das principais deidades da
religião egípcia é identificada como o sol do meio-dia. Era visto como o
primeiro dos seres, responsável pelo surgimento da “Enéade de Heliópolis”[1].
A respeito do culto ao Sol e também
sobre suas manifestações não necessariamente religiosas, veja a postagem “O
Sol nos mitos, religiões e Maçonaria” clicando aqui.
Ptah:
Deus protetor de Mênfis e criador
das artes, foi venerado especialmente pelos ourives, tendo como esposa a deusa
guerreira Sekhmet.
Teria criado o mundo pela sua
palavra, após concebê-lo em pensamento.
Atum:
Adorado em Heliópolis, é a
transformação de Num, o “ser subjetivo” em “ser objetivo”, uma vez que teria
dado origem a uma explosão planejada que criou os demais planetas e corpos
celestes do universo.
No momento em que se objetiva,
une-se a Rá, transformando-se em um só ser, conhecido por Atum-Rá.
Amon (ou Amun):
Casado com a deusa Mut, com quem
teve o filho Khonsu, este deus local de Karnak foi visto como rei dos deuses e
força criadora da vida.
Não raras vezes era associado ao
deus Rá (ou Ré), quando transforma-se em Amon-Rá, ou o deus que traz o sol e a
vida para o Egito.
Aton:
O disco solar propriamente dito.
Era somente um dos aspectos de Rá, mas ganhou evidência quando o faraó Akhenaton
instituiu-lhe o culto único, evento que aparentemente deu origem ao monoteísmo.
O HINO A ATON
"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu,
disco vivo que iniciaste a vida.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição.
És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado.
Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição.
És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado.
Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.
Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho
continua a ser-nos desconhecido.
Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto.
Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...
Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto.
Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...
Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o
horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas
emitindo teus raios...
Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.
Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.
Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até
o ocaso; todo o trabalho para quanto te pões no Ocidente.
Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas
para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e
fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e
do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré
Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.
Que seja grande a duração de sua vida! E à sua
grande esposa que o ama, a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti, que
lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre, eternamente.”
Há muitos outros deuses e deusas
de grande importância no Egito Antigo e dentre eles mencionados Osíris, Ísis,
Seth, Hórus, Hator, Maat, Anubis, Thoth, Bastet e Anukis.
Um estudo mais aprofundado
exigiria um grande livro a respeito, pelo que paramos por aqui neste momento.
[1] Eneáde é um termo
grego para os nove deuses e deusas que eram a base de um dos mitos de criação
do antigo Egito. O primeiro mito de criação vem de Heliópolis e incluiu nove
divindades que surgiram do deus criador Atum (associado a Ré) e dos oceanos
primordiais chamado de Nun. Atum fez Shu, deusa do ar, e Tefnut, o deus da
umidade. Eles, por sua vez, fizeram Geb, deus da terra, e Nut, a deusa do céu.
Geb e Nut eram os pais de Osíris, Set, Ísis e Néftis. Mais tarde a Enéade teve
uma variação nos número de deuses chegando a ter até 15 deuses.
A Eneáde de Heliópolis foi um dos três mitos que surgiram durante o Império Antigo na tentativa de explicar o surgimento do mundo. Foi desenvolvido pelos sacerdotes de Ré. A fonte mais completa que tem sobre a Eneáde vem dos textos das pirâmides. Atum foi associado a Ré e essa fusão era explicada pelos sacerdotes como um adicional de poder a Atum. Os principais mitos envolvem a Enéade de Heliópolis e sem dúvida ela foi a mais popular em todo o antigo Egito.
A Eneáde de Heliópolis foi um dos três mitos que surgiram durante o Império Antigo na tentativa de explicar o surgimento do mundo. Foi desenvolvido pelos sacerdotes de Ré. A fonte mais completa que tem sobre a Eneáde vem dos textos das pirâmides. Atum foi associado a Ré e essa fusão era explicada pelos sacerdotes como um adicional de poder a Atum. Os principais mitos envolvem a Enéade de Heliópolis e sem dúvida ela foi a mais popular em todo o antigo Egito.
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