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sábado, 10 de setembro de 2011

Um pouco sobre o Egito Antigo


Egito Antigo

No início da composição da civilização egípcia, e durante milhares de anos, o povo daquele país vivia em aldeias, que se uniam para formar unidades administrativas maiores, chamadas nomos, que eram governados por um só líder administrativo, denominado nomarca.


Especialmente em razão da necessidade de obras no rio Nilo, vez por outra os nomos se juntavam para trabalhos de interesse comum.


Em razão do crescimento populacional, os nomos realizaram diversas guerras entre si, buscando a melhor localização para seus estabelecimentos. Estas guerras duraram centenas de anos e, ao final delas, surgiram dois reinos, quais sejam: o Alto Egito e o Baixo Egito.


Estes reinos perduraram até aproximadamente o ano 3.200 antes da era Cristã, ocasião em que o rei Menés, governante do Alto Egito, tornou-se o primeiro faraó após dominar militarmente o Baixo Egito, unindo todo o país em um só reinado.

Coroa do FaraóO símbolo da união dos reinos era a coroa usada pelo faraó, de cores branca e vermelha, como também o cetro, signo fálico do poder.


O Estado egípcio era dominado por uma teocracia na qual os sacerdotes exerciam a administração política e econômica (veja a postagem “Sacerdotes”, clicando aqui) e o faraó era considerado um deus.


Era esta deidade viva que mantinha unido o Estado egípcio e, a partir dela, a sociedade era organizada da seguinte forma:


  • ·       

    Nobres

    – aparentados do faraó, nomarcas e comandantes dos exércitos.

  • ·       

    Sacerdotes

    – pela declarada proximidade com os deuses, eram muitíssimo prestigiados pela população e economicamente eram abastados, considerando a intermediação que realizavam entre as doações realizadas pelo povo para os deuses.

  • ·       

    Escribas

    – Instruídos nas escolas egípcias detinham os segredos da escrita hieroglífica, pelo que trabalhavam também na coleta dos impostos estatais, tornando-se imprescindíveis à sociedade.

  • ·       

    Soldados

    – viviam daquilo que conseguiam saquear durante as guerras.

  • ·       

    Artesãos e camponeses

    – trabalhavam para o faraó e nobreza, vivendo de parte de sua produção. A crença na vida após a morte fazia com que guardassem parte de seus proventos para o funeral, ainda que isto os obrigasse a uma vida de humildade.

  • ·       

    Escravos

    – povos capturados durante as guerras, destinados ao trabalho pesado como a construção de templos e grandes obras.


Pirâmides de GizéA maior prosperidade do Antigo Império ocorreu no ano de 2.800 da era pré Cristã, quando Mênfis foi feita capital do país e época em que foram construídas as pirâmides de Gizé (veja a postagem “As sete maravilhas do mundo antigo” clicando aqui), que foram chamadas de Quéops, Quefrém e Miquerinos, que eram dotadas de mastabas e outras pequenas pirâmides, que recebiam os corpos de funcionários próximos ao faraó.



Os principais deuses do sistema de politeísmo egípcio:


Rá (ou Ré)

Deus RáUma das principais deidades da religião egípcia é identificada como o sol do meio-dia. Era visto como o primeiro dos seres, responsável pelo surgimento da “Enéade de Heliópolis”[1].

A respeito do culto ao Sol e também sobre suas manifestações não necessariamente religiosas, veja a postagem “O Sol nos mitos, religiões e Maçonaria” clicando aqui.


Ptah:

Deus PtahDeus protetor de Mênfis e criador das artes, foi venerado especialmente pelos ourives, tendo como esposa a deusa guerreira Sekhmet.


Teria criado o mundo pela sua palavra, após concebê-lo em pensamento.


Atum:
Deus AtumAdorado em Heliópolis, é a transformação de Num, o “ser subjetivo” em “ser objetivo”, uma vez que teria dado origem a uma explosão planejada que criou os demais planetas e corpos celestes do universo.


No momento em que se objetiva, une-se a Rá, transformando-se em um só ser, conhecido por Atum-Rá.


Amon (ou Amun):
Representação do Deus AmonCasado com a deusa Mut, com quem teve o filho Khonsu, este deus local de Karnak foi visto como rei dos deuses e força criadora da vida.


Não raras vezes era associado ao deus Rá (ou Ré), quando transforma-se em Amon-Rá, ou o deus que traz o sol e a vida para o Egito.


Aton:

Disco solar atomO disco solar propriamente dito. Era somente um dos aspectos de Rá, mas ganhou evidência quando o faraó Akhenaton instituiu-lhe o culto único, evento que aparentemente deu origem ao monoteísmo.

O HINO A ATON
"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu, disco vivo que iniciaste a vida.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição.
És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado.
Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.
Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido.
Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto.
Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...
Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas emitindo teus raios...

Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.
Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o ocaso; todo o trabalho para quanto te pões no Ocidente.
Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.
Que seja grande a duração de sua vida! E à sua grande esposa que o ama, a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti, que lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre, eternamente.”

Há muitos outros deuses e deusas de grande importância no Egito Antigo e dentre eles mencionados Osíris, Ísis, Seth, Hórus, Hator, Maat, Anubis, Thoth, Bastet e Anukis.
Um estudo mais aprofundado exigiria um grande livro a respeito, pelo que paramos por aqui neste momento.


[1] Eneáde é um termo grego para os nove deuses e deusas que eram a base de um dos mitos de criação do antigo Egito. O primeiro mito de criação vem de Heliópolis e incluiu nove divindades que surgiram do deus criador Atum (associado a Ré) e dos oceanos primordiais chamado de Nun. Atum fez Shu, deusa do ar, e Tefnut, o deus da umidade. Eles, por sua vez, fizeram Geb, deus da terra, e Nut, a deusa do céu. Geb e Nut eram os pais de Osíris, Set, Ísis e Néftis. Mais tarde a Enéade teve uma variação nos número de deuses chegando a ter até 15 deuses.
A Eneáde de Heliópolis foi um dos três mitos que surgiram durante o Império Antigo na tentativa de explicar o surgimento do mundo. Foi desenvolvido pelos sacerdotes de Ré. A fonte mais completa que tem sobre a Eneáde vem dos textos das pirâmides. Atum foi associado a Ré e essa fusão era explicada pelos sacerdotes como um adicional de poder a Atum. Os principais mitos envolvem a Enéade de Heliópolis e sem dúvida ela foi a mais popular em todo o antigo Egito.


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