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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Compaixão e sofrimento


Nossa amiga na página de fãs do Blog Maçonaria e Esoterismo no Facebook Rosangela Ayala reporta-nos uma questão de Rosa Maria dos Santos a respeito da forma pela qual se poderia exercer a compaixão sem com ela sofrer.

Como abaixo mencionaremos a resposta a este questionamento não é simples ou definitivo, mas está intimamente relacionada à forma pela qual as situações vivenciadas são experimentadas e compreendidas individualmente.

É, portanto, uma questão de entendimento pessoal e trato com os próprios sentimentos, com consequente viabilidade de “separá-los”.

 

A compaixão é um sentimento de compreensão do estado emocional ou físico das outras pessoas, combinado com o desejo de minimizar seus sofrimentos.




Diferencia-se da caridade, pois que não necessariamente os atos de compaixão envolvem a satisfação de desejos ou necessidades materiais dos necessitados, focando-se especificamente no alívio da dor alheia.

A compaixão pode ou não envolver a empatia, que se caracteriza por uma resposta afetiva à situação de outras pessoas.

Compaixão e empatia, portanto, não se conjugam necessariamente, mas de forma idêntica, não estão obrigatoriamente separadas.

A caridade, sobre a qual falamos em artigo anterior e homônimo (veja o artigo “Caridade”) caracteriza-se pela ajuda completamente altruísta e via de regra material aos necessitados, desprovida de interesse em recompensas pelo ato. É uma das três chamadas “virtudes teologais”, que mencionados em artigos anteriores (veja os artigos “Escada de Jacó”, “Causa e Efeito” e “O dossel”).

A distinção entre caridade e compaixão, portanto, está no objeto do auxílio que se pretende prestar, configurando-se a primeira em apoio material e a segunda em sentimental, psicológico ou emocional.

Ambas, caridade e compaixão, contudo, podem envolver um sofrimento da parte da pessoa que as exerce, quanto maior for a sua sensibilidade em relação às mazelas do próximo.

Este sofrimento, contudo, não se pode confundir com o incômodo que a qualquer pessoa de bem atinge quando exposta a situações de sofrimento material ou sentimental de seus semelhantes. O incômodo com tais fatos é natural e próprio das personalidades humanitárias e desenvolvidas, mas o sofrimento intenso vincula-se à empatia ou envolvimento afetivo às situações alheias.

Permitir-se os sentimentos e ações relacionadas à compaixão ou à caridade é decisão absolutamente construtiva, demonstrando nobreza e evolução de caráter, mas admitir o sofrimento pessoal quando confrontados com situações emocional ou materialmente difíceis enfrentadas por nossos semelhantes em nada auxilia na solução dos problemas e, na verdade, outros causam, desta vez pessoais.

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