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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Deuses Babilônicos

Enuma Elish, por A. Pinheiro
Enuma Elish, por A. Pinheiro


O Enuma Elish é um poema épico babilônico escrito em sete blocos de argila por volta do século 12 antes da Era Cristã.

(você encontra referência à Babilônia no artigo “O mar de bronze”)

Foi encontrado no século 19 nas ruínas da Biblioteca de Arsubanípal, próximas à atual cidade de Mossul, no Iraque (antiga Nínive).

Um dos mais antigos documentos já encontrados pelo Homem, o Enuma Elish é importantíssimo para a história e para a ciência, lançando algumas luzes a respeito da evolução das religiões.

O poema descreve a cosmogonia babilônica, segundo a qual os deuses surgiram em pares, procedentes de uma substância sem forma, aguada, que pertenceria ao mundo divino.

No mito descrito no poema, a criação não ocorreu a partir do nada. Antes que tudo  que os babilônios conheciam existisse, havia essa Matéria Prima Sagrada, desde toda a eternidade. 

Imaginando esse material espiritual divino, os babilônios pensaram que deveria ser semelhante às terras pantanosas da Mesopotâmia, onde as inundações ameaçavam constantemente destruir as frágeis obras dos homens. No Enuma Elish, o caos é um bolo mole no qual não existem limites, definição ou identidade.

Do pântano primordial surgiram:

·         Apsu”, o deus das águas dos rios;
·         Tiamat”, deusa do mar salgado, esposa de “Apsu”;
·         Mummu”, o “Ventre do Caos”.

Estes três deuses eram considerados pelos babilônios inferiores e passíveis de aprimoramento, considerando que ainda não haviam atingido identidade nítida.

Deles surgiram outros deuses aos pares, num processo conhecido por “emanação”, cada qual mais e mais definido em termos de identidade.

·         Primeira emanação: Surgem os deuses “Lahmu” e “Lahamn” (os nomes significam ‘aluvião’: água e terra continuam misturadas).

·         Segunda emanação: Nascem os deuses “Ansher” e “Kishar”, identificados respectivamente com os horizontes do céu e do mar.

·         Terceira emanação: São gerados os deuses “Anu” (o céu) e “Ea” (a terra), e pareceram completar o processo.

O plano divino tinha céu, rios e terra, distintos e separados uns dos outros e as forças do caos e desintegração só podiam ser mantidas à distância graças a uma luta penosa e incessante. Os deuses novos, dinâmicos, rebelaram-se contra seus pais, mas embora Ea conseguisse dominar Apsu e Mummu, não pôde submeter Tiamat, que produziu toda uma raça de monstros deformados para lutar por ela. 

Felizmente, Ea tinha um filho maravilhoso: “Marduk”, o deus sol, o mais perfeito de toda a linhagem divina. (pode ser interessante ler o artigo “O Sol nos mitos, religiões e Maçonaria”)

Numa reunião da Grande Assembléia dos deuses, Marduk prometeu combater Tiamat, com a condição de tornar-se governante deles. 





The god Marduk slays Tiamat, por Bassam_g
The god Marduk slays Tiamat, por Bassam_g
Mas apenas com grande dificuldade conseguiu matar Tiamat, após uma longa e perigosa batalha. 

Nesse mito, a criação é uma luta, travada laboriosamente contra dificuldades arrasadoras.

Terminada a luta, Marduk – em pé sobre o enorme corpo de Tiamat – decide gerar um novo mundo, dividindo o corpo de Tiamat (Mar) em dois, formando o “arco do céu e o dos homens”.

Marduk seguidamente criou leis com o objetivo de organizar o novo mundo, dentre elas a que obrigava uma cerimônia anual, que tinha por objetivo perpetuar a vitória de Marduk sobre Tiamat.

Esta cerimônia, ao depois denominada de “ritos celestes” ocorria todos os anos na Babilônia, feita o centro do novo mundo por Marduk.

Por força desta lei os deuses se reuniram na Babilônia onde construíram um templo onde se podiam realizar os ritos celestes. 
ziggurat, por Wonders_
ziggurat, por Wonders_


O resultado foi o grande Zigurate em homenagem a ao deus criador do novo mundo, “o templo terreno, símbolo do Céu infinito”



Quando ficou concluído, Marduk tomou seu lugar na reunião e os deuses gritaram: “Esta é Babilônia, cidade querida do deus (Marduk), seu amado lar!”. Depois realizaram a Leitura Sagrada “da qual o universo recebe a sua estrutura, o mundo oculto se faz claro e os deuses têm seus lugares atribuídos no universo”

Essas leis e rituais são obrigatórios para todos; até os deuses devem observá-los para garantir a sobrevivência da criação.
Marduk, após a batalha e vitória contra Tiamat e depois da criação do novo mundo, suas leis e rituais, quase como uma reconsideração criou a humanidade. 

Matou o deus “Kingu” (o aparvalhado consorte de Tiamat),  modelando o primeiro homem misturando o sangue divino com o pó. Os deuses observaram pasmos e admirados. 

O primeiro homem, portanto,  foi criado da substância de um deus e, assim, partilhava da natureza divina, por mais limitada que fosse a forma. 

Inexistiam diferenças entre os seres humanos e os deuses e mundo natural, homens, mulheres e os próprios deuses, partilhavam da mesma essência e derivavam da mesma substância divina. 

Na visão babilônica deuses não eram separados de homens e a divindade não era necessariamente diferente da humanidade. Desnecessária, assim, uma revelação especial dos deuses, que baixasse orientações divinas do alto à Terra, pois os deuses e seres humanos partilhavam da mesma situação, sendo a única diferença que os deuses eram maiores, mais poderosos e imortais.

O mito de Marduk e Tiamat parece ter influenciado o povo de Canaã, que contava uma história semelhante sobre "Baal-Habab", o deus da tempestade e da fertilidade, muitas vezes citado na Bíblia.

Você lê o poema épico Enuma Elish clicando aqui.

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