Michel de Nostredame nasceu em
Saint-Rémy-de-Provence – França e tomou para si as profissões de médico e
farmacêutico que viveu entre os anos de 1.503 e 1.566.
Como muitos dos médicos da época
renascentista, Michel de Nostredame praticava a alquimia (leia a respeito da
alquimia clicando nos seguintes links: “Os
Alquimistas – parte I”, “Os
Alquimistas – parte II” e “Os
Alquimistas – parte III”).
Aos quinze anos, Nostredame
ingressou na Universidade de Avignon para o curso de bacharelado, tendo que
deixar os estudos pouco mais de um ano mais tarde, quando estudava o “trivium”
(leia o artigo “Ciências
e artes liberais”), em razão de uma epidemia de peste negra[1].
Até seus 22 anos, então, viajou
pela Europa em busca de ervas medicinais, exercendo em seguida a profissão de
farmacêutico por alguns anos.
Ingressou, então, na Universidade
de Montpellier, com o fim de cursar doutorado em medicina e após um ano foi
expulso da universidade por haver sido descoberto que era farmacêutico, o que
era proibido na ocasião pelos estatutos da mesma universidade.
Em razão da expulsão, Nostredame
retomou sua profissão de farmacêutico, tornando-se famoso por criar a “pílula
rosa”, que teoricamente protegia contra a peste bubônica, considerando suas
altas doses de vitamina “C”. Também foi o primeiro a descrever o ácido benzoico[2],
obtido por sublimação da goma de benjoim, obtida do benjoeiro.
Em 1.550, Nostredame publicou o
primeiro de uma série de almanaques anuais sobre ocultismo e previsões
futurísticas, quando passou a utilizar seu nome latinizado (Nostradamus).
Seu livro mais famoso foi “As profecias”,
cujo lançamento fez com que o autor fosse considerado um demônio e chamado de
herege por muitos. Outra parcela da população, entretanto, apoiou o livro, pois
que suas centúrias inspiravam profecias espirituais.
Catarina de Médicis, esposa de
Henrique II da França, foi uma grande apoiadora, inclusive chamando “Nostradamus”
a Paris com o fim de por ele serem revelados os futuros de seus filhos.
Foi uma preocupação para “Nostradamus”
deixar claro que suas profecias tinham relação com a história do catolicismo.
Foi considerado como homem
erudito, além de seu tempo e aliava-se ao fato de conhecer o latim e o grego, que
lhe possibilitavam obter conhecimentos de fontes importantes. Sua grande
erudição, conhecimentos de astrologia e astronomia,
aliados à intuição, permitiam-lhe um raciocínio bastante acurado a respeito do
futuro. De qualquer forma, gerou um impacto em milhões de pessoas, que vêm se
pondo em contato com seus escritos nesses quase quinhentos anos.
“Nostradamus” teve íntimo contato
com três reis franceses, quais sejam Henrique II, Francisco II e Carlos IX, em
razão da influência da Rainha Catarina de Médicis, esposa do primeiro e mãe dos
demais.
Existem informações que conduzem
à dedução de haver “Nostradamus”, muito jovem, depois de aprender latim, grego e
hebraico, viajou por diversas cidades da França, permanecendo durante anos em Bordeaux, Agen e Avignon , onde
dizem que combateu epidemias de peste em condições pouco conhecidas. No entanto, sua ligação
com a endemia pode ser inferida por um livro sobre a doença que escreveu mais
tarde, mas essa mesma peste, dizem, condenou-o a ficar sem família. Na sua
trajetória consta uma viagem para Itália.
Após seu casamento com uma viúva
com quem teve seis filhos, Michel de Nostredame passou a residir em Salon de
Provence, onde começou a escrever suas centúrias, contendo previsões, quando já
afamado por conta de mais de dez anos publicando seus almanaques.
Após pouco tempo, suas profecias
tornaram-se muito conhecidas e populares por conta de pretensos acertos, pois
que fatos pareciam encaixar-se nos escritos, que são demasiadamente obscuros e
sinóticos[3].
A morte do Rei Henrique II teria
sido prevista por “Nostradamus” em sua centúria conhecida por “I-35”, o que na
ocasião lhe trouxe muita fama.
A fama de “Nostradamus” aumentou
de maneira significativa, indo além das fronteiras de seu país. De todos os
cantos da Europa chegavam celebridades que o procuravam para conhecer o futuro,
ou simplesmente, para conhecê-lo pessoalmente.
Seus livros são editados na Itália e na Alemanha.
Por conta da sua fama, muitos
livros apareceram com quadras adicionais as suas centúrias, e que não podem ser
com certeza atribuídos a Nostradamus. Nessa linha de adições são famosas as
edições de "Seve" de 1605 e de "Troyes" de 1611. Há pouco
tempo atrás, foram encontradas declarações de um pesquisador já falecido,
Daniel Ruzo, de que tais edições são falsas e foram produzidas em 1649. Os
argumentos dele são muito eloquentes. As edições posteriores a esta são
seguramente falsificações e na Biblioteca de Paris há mais de duzentas obras
que querem ter o mérito de terem sido produzidas por Nostradamus, mas são
apenas falsificações.
As profecias são compostas por
quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de cem (Dai o nome
de centúrias). Foram publicadas em várias ocasiões; uma pequena parte em 1555,
outra em 1557, sendo que das três últimas centúrias
conhecemos apenas edições póstumas. Devido à fama que Nostradamus veio obtendo
ao longo do tempo, muitos charlatões tentaram falsificar quadras e versos para
fazer dinheiro.
Segundo os
entusiastas, Nostradamus teria previsto, entre outras coisas, a queda da União Soviética na quadra em que diz: "Um
dia serão amigos os dois grandes chefes…". No entanto, os céticos apontam
que essas "previsões" só são interpretadas corretamente depois dos
fatos, nunca antes.
Astrologicamente,
pode-se ver que algumas quadras previam conjunções de planetas em datas futuras
e respondem bem aos fatos que aconteceram naquelas datas.
Alguns estudiosos,
como Jean-Claude Pecker do Collège de France em Paris, propõem que
Nostradamus não escreveu sobre o futuro, mas sobre o presente, usando de
códigos por causa dos tempos conturbados em que ele vivia.
Leia “As Profecias” –
Nostradamus, clicando aqui.
[1] Peste negra é a designação pela qual ficou
conhecida, durante a Baixa Idade Média, a pandemia
de peste bubônica que assolou a Europa durante o século XIV
e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, sendo que alguns pesquisadores
acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões, um terço da
população da época.
[2] O ácido benzóico, C6H5C(O)OH, é um composto aromático
classificado como ácido carboxílico (ou especificamente, ácido monocarboxílico). Este ácido fraco e
seus sais são usados como conservante de alimentos e ocorre naturalmente
em certas plantas.
Seu anel aromático é similar ao do benzeno
e é o mais simples ácido carboxílico aromático. Apresenta-se como um sólido
cristalino incolor.
O ácido benzóico é um importante precursor para a síntese de muitas outras substâncias orgânicas.
Entre os derivados do ácido benzóico se encontram o ácido salicílico e o ácido 2-acetilsalicílico
(ou o-acetilsalicílico),
também conhecido como aspirina.
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