Tenho 1, 2, 3, 4,5 anos de idade,
minha casa fica no número 123 da rua onde moro, minha mãe tem 43 anos de idade,
hoje é dia 08 de maio de 2012, são 14h35min...
Da sala da minha casa até o
banheiro são 13 passos...
As mensurações têm como objetivo
inicial viabilizar a individualização. Sei o que sou eu por saber o quanto as
outras coisas e pessoas distam de mim, ou o que não sou eu.
Também sei o que me pertence pela
proximidade. Minha casa, minha mãe, meu irmão, meu carro...
Normalmente, contudo, em regra “após
os 40 anos”, percebemos que de nada somos verdadeiramente donos ou senhores. Ou
ao menos de nada material ou emocional, neste caso que transcenda nosso próprio
“eu”.
Estamos em uma sociedade em que
cada vez mais e mais coisas parecem nos pertencer. Isto ocorre, penso que pela
absurda avalanche de informações a que temos acesso atualmente.
Hoje não mais tenho somente minha
mãe, meu pai, meus irmãos, primos, tios, amigos, mas também meu filme predileto,
minha música preferida, meu continente, meus livros e mais um sem fim de “meus”
e “minhas”.
Apenas “após os 40”, sendo esta
tão somente uma métrica (novamente métrica...) psicológica, percebi que aquilo
que é verdadeiramente “meu” é o que produzo, com ou sem assistência, mas no
íntimo de minhas convicções e sentimentos.
Meus medos, estes são
verdadeiramente meus, como igualmente minha fé...
Meus amores, meus defeitos
inconfessáveis (minhas covardias das quais somente eu penso ter conhecimento,
por exemplo), minhas dores, remorsos, conquistas, sonhos... Isto sim é
verdadeiramente meu! Aliás, isto faz de mim o que realmente sou...
E quando sou verdadeiramente eu?
Quando me defronto comigo mesmo. Quando me enxergo... Pena que nem sempre o
quadro que reconheço em mim seja aquele que gostaria de ver pintado...
Talvez por isto, pelo medo de ver
como verdadeiramente sou, a cada momento evito estar em minha companhia (neste
ponto pode ser interessante ler o artigo “Solidão”) e busco preencher meu “tempo
perdido” com “passa tempos”.
Conheço muito do mundo pelo
noticiário e evito conhecer a mim mesmo. Distancio-me daquilo que sou pela
novela, pelo filme...
Nada contra assistir um bom
programa de TV, ler um bom livro ou assistir um bom filme, mas absolutamente
tudo contra evitar sentir-me, conhecer-me.
Bem, e daí?
Daí que deste grande número de informações e posses advém vários medos imaginários, dentre eles o principal: O medo de perder!
Mas, amigos, perder o que?
É possível perder o que sou
verdadeiramente?
É possível perder minhas emoções,
sensações, medos, conhecimentos, conquistas?
Isto tudo não me é inerente?
Perder a casa, o carro, o
trabalho, a companheira, o computador, etc. E estas são verdadeiras perdas? Não
foi a própria vida emprestada somente?
Métricas...
Hoje meço minha vida pelo amor e
pela felicidade, que por vezes estão embutidos em caridade, em conquistas, em
olhares brilhantes, em sorrisos, em abraços e por vezes em lágrimas.
Hoje meço minha vida pela vida.
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