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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Jacques de Molay


A Ordem dos Cavaleiros Templários, sancionada pelo Papa em 1.128, no ano de 1.265 recebe em seus quadros o filho de uma família pertencente à pequena nobreza da França, Jacques de Molay, que nasceu em 1.244, no povoado de Vitrey-sur-Mance.

Da mesma forma que muitos dos filhos da nobreza europeia da época, Jacques de Molay foi admitido à Ordem dos Cavaleiros Templários aos 21 anos de idade, para, 33 anos mais tarde, ser eleito seu grão mestre (1.298) para substituir o falecido Thibaud Gaudin.

Como você pode ler no artigo “Os templários”, que escrevemos no dia 22 de julho, esta organização religiosa e militar surgiu com a finalidade de dar proteção aos peregrinos que rumavam para a “Terra Santa”, posteriormente assumindo papel vital durante as Cruzadas[1], ganhando posição de relevância (senão o maior) no que concerne à capacidade organizacional, regramento de conduta e de comportamento durante as batalhas, força bélica, estruturação física e inovação tecnológica, inclusive no que concerne às instituições bancárias.

Como tomamos conhecimento por intermédio da História, os objetivos das Cruzadas não foram alcançados, o que, já na época do grão mestrado de Jacques de Molay ficava evidente.

À época, os sarracenos derrotaram as Cruzadas em inúmeras batalhas, capturando cidades e portos vitais para a Ordem Templária, como também para os hospitalários (leia a respeito o artigo “Os hospitalários).


Jacques de Molay - por graniofrepbolven
Jacques de Molay - por graniofrepbolven

Objetivando a reorganização da Ordem e a aquisição de força, Jacques de Molay ordenou que viajassem para a Ilha de Chipre, na esperança que o público europeu se levantasse em apoio a uma nova Cruzada.

Ao invés disto, contudo, o que a Ordem conseguiu atrair foi a atenção dos senhores feudais da ocasião, interessados no seu vasto patrimônio, dentre eles o Rei da França, Felipe IV, conhecido como “Felipe, o belo”, que, no ano de 1.305, resolveu tomar o controle da Ordem Templária, inicialmente para impedir que esta ascendesse no poder da Igreja Católica.

Os objetivos de Felipe, contudo, não eram somente estes, mas tinham vinculação com a grande riqueza da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo de então.

Felipe buscou lastro para suas intenções nas derrotas impingidas pelos sarracenos às forças das Cruzadas, pelo que sugeriu que as ordens templária e hospitalária fossem fundidas e colocadas sob seu próprio comando, para com isto, segundo afirmava, fortalecer os objetivos das Cruzadas.

Jacques de Molay, em maio de 1307, em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguiu apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realizou.


cavaleiro templário - por bm.evaristo
cavaleiro templário - por bm.evaristo

Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o então rei de França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O tal nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, e como recompensa receberia terras pertencentes aos templários logo após derrubá-los.

O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques de Molay havia ido a França para o funeral de um membro feminino da Casa Real Francesa e havia levado consigo poucos cavaleiros. Na madrugada de 13 de outubro, ele e seus homens foram capturados e lançados nas masmorras por um homem de confiança do rei Filipe IV, Guilherme de Nogaret.

Seguiram-se sete anos de torturas, vida subumana e julgamentos, num total de três.

Jacques de Molay, mesmo após toda esta grande covardia, continuou sendo leal aos seus amigos e cavaleiros, negando-se a revelar o local onde estavam guardadas as grandes riquezas da Ordem, ou a denunciar seus companheiros.

Em 18 de março de 1.314, Jacques foi levado a uma Corte Especial, que possuía como provas confissões forjadas a ele atribuídas.

Mesmo tendo conhecimento que a punição por desmentir uma confissão era a morte, Jacques assim o fez, possibilitando que seu algoz, o Rei Felipe IV, ordenasse que, juntamente com seu companheiro e igualmente leal Guy d'Auvergne, fosse queimado naquele mesmo dia. 
 
De Molay morreu queimado, aos 70 anos, no dia 18 de março de 1.314, ainda leal e comprometido com seus companheiros e sua Ordem.


Curiosidades a respeito da história de Jacques de Molay:


1.      É possível que a origem do folclore da atribuição do dia do azar a sexta-feira, dia 13, tenha se originado deste episódio, uma vez que Jacques de Molay (líder de um majestoso e bem treinado exército de 15.000 homens e da maior ordem militar da época) e seus homens foram presos no dia 13 de outubro de 1.307, uma sexta-feira.

2.      O Rei Felipe IV (Felipe, o belo) e Jacques de Molay eram amigos e o último era padrinho do filho do primeiro, Carlos, que mais tarde reinaria na França como Carlos IV.

3.      Durante sua morte na fogueira, Jacques de Molay intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei de França, Filipe IV, o belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e o conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.

4.  A prisão de Jacques de Molay, de seus homens e dos templários franceses no dia 13 de outubro de 1.307 foi uma estratégia que, com sucesso impediu que se concretizasse o plano de Jacques, que havia ele próprio pedido a instauração de um “inquérito pontifício”, investigação interna, discreta e realizada com base no Direito Canônico, que permitiria a reestruturação da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, mantendo-a viva.

5.      A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre, criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação. Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o preceptor da Normandia, Geoffroy de Charnay sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.
   Em 1314 o rei pressiona para uma decisão relativa à sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão. As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida recuperação da ordem não será efetuada. Perante a comissão Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay proclamam a inocência de toda a ordem face às acusações dirigidas a ela, a comissão pára o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.
Brûlé - por Blogfamily
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  Marco no lugar da sua execução, na Île de la Cité(em português: Ilha da Cidade), em Paris. Traduzindo para o português o que está escrito: Nesse local, Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, foi queimado, em 18 de março de 1314. Tal está localizado na Pont-Neuf(em português: Ponte Nova).
   Ao ver que o processo estava ficando fora do seu controle e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe IV, o belo, decide um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada. Ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de Charnay, então sob a custódia da comissão de bispos, e ordena que sejam queimados numa fogueira na Île de la Cité, pouco depois das vésperas, em 18 de março de 1314.

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[1] Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob o domínio cristão. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob o controle dos turcos muçulmanos. No médio oriente, as cruzadas foram chamadas de invasões francas, já que os povos locais viam estes movimentos armados como invasões e por que a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos
Os ricos e poderosos cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém (Hospitalários) e dos Cavaleiros Templários foram criados durante as Cruzadas. O termo é também usado, por extensão, para descrever, de forma acrítica, qualquer guerra religiosa ou mesmo um movimento político ou moral.
O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, as expressões peregrinação e guerra santa. O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz aposta a suas roupas. As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência..
Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso, valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Incidentalmente, as Cruzadas contribuíram muito para o comércio com o Oriente.

Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob o domínio cristão. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob o controle dos turcos muçulmanos. No médio oriente, as cruzadas foram chamadas de invasões francas, já que os povos locais viam estes movimentos armados como invasões e por que a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos.
Os ricos e poderosos cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém (Hospitalários) e dos Cavaleiros Templários foram criados durante as Cruzadas. O termo é também usado, por extensão, para descrever, de forma acrítica, qualquer guerra religiosa ou mesmo um movimento político ou moral.
O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, as expressões peregrinação e guerra santa. O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz aposta a suas roupas. As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência..
Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso, valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Incidentalmente, as Cruzadas contribuíram muito para o comércio com o Oriente.

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