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domingo, 18 de setembro de 2011

Os essênios - Parte 1 de 3


Antigos manuscritos, ou alegações de seus encontros, foram motivo de muita discussão, alucinação e perseguição.


Apenas dois exemplos:


1.


Edmond Bordeaux Szekely
Edmond Bordeaux Szekely
O professor Edmond Bordeaux Szekely, da Universidade Hebraica, obteve permissão para, em 1923, pesquisar os arquivos do Vaticano em busca de livros que poderiam ter influenciado São Francisco de Assis. Percorrendo os quarenta quilômetros de estantes com textos milenares, um deles chamou sua atenção.


Chamava-se “O Evangelho Essênio da Paz”, cujo conteúdo era atribuído a João e descrevia passagens inexistentes na Bíblia a respeito da vida de Jesus Cristo.


Edmond traduziu o texto, inicialmente escrito em aramaico, e o publicou em quatro volumes, o que fez com que fosse excomungado pela Igreja Católica.


Você lê o “Evangelho Essênio da Paz” clicando neste link.


2.


Gideon OuseleyO reverendo inglês Gideon Ouseley, no ano de 1880, encontrou um manuscrito chamado “O Evangelho dos Doze Santos” praticamente enterrado em um monastério budista na Índia, texto em aramaico que teria sido levado para o oriente por essênios refugiados.


Gideon passou então a alardear que a Bíblia estava incorreta e que ele próprio teria localizado o verdadeiro novo testamento, onde Jesus figuraria como reencarnacionista e vegetariano.


Na Inglaterra do século XIX Ouseley foi considerado blasfemo e teve sua casa incendiada, ocasião em que o manuscrito foi destruído.


Extraímos do livro “O Evangelho dos Doze Santos” da Editora Rosacruz-Áurea – 1985, um pouco deste interessante texto, que você lê clicando neste link.

Estes e outros episódios garantiram aos essênios a desconfortável posição de mera nota de rodapé quando se tratava do estudo científico da Bíblia e de outros textos religiosos antigos, dada a falta de credibilidade com que eram apresentados.


No entanto, um episódio bastante interessante lançou luz sobre a questão e este transcorreu da forma como agora narraremos.


OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO
manuscrito


O palco:

mapa do Mar Morto
QumranLocalizado na costa do Mar Morto, é um importante sítio arqueológico e histórico, incluindo restos de uma vila e cavernas.

caverna em qumran


Os atores:

Essênios - Qumran existiu, entre 186 a.C. e 70 d. C., com uma população média de 200 pessoas que viviam do círculo judaico de oração e em privacidade estrita, com posicionamentos religiosos bastante singulares e diametralmente opostos aos adotados pelos doutores da lei do judaísmo de então.


O grande achado:

pergaminhoPergaminhos que se demonstraram a cópia mais antiga da Bíblia hebraica, como também descrevem a vida, a época e as crenças dos essênios, localizados entre os anos de 1947 e 1956.


Os manuscritos foram, em sua imensa maioria, elaborados antes da Era Cristã, sendo acondicionados em rolos e acomodados dentro de potes de barro. A maior parte deles foi escrita com tinta sobre pele de carneiro e apenas 300 dos aproximadamente 1000 encontrados foram revelados até o momento.


As línguas utilizadas nos manuscritos são o aramaico, o hebraico e o grego e no trabalho de tradução usa-se o computador para evitar o manuseio e consequente deterioração das peças.


As dificuldades para lidar com as relíquias são muitas, especialmente considerando que as folhas se apresentam ressequidas e partidas, transformadas em pequenos fragmentos, que devem ser montados tal qual um grande quebra-cabeça para que se permita a completa visão de todo um rolo.

Não percam a postagem de amanhã - Os essênios - parte 2 de 3 
(a provável ligação dos essênios com Jesus) 

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