Na Cervejaria do Ganso e da Grelha (“The Goose and Gridiron”), no dia 24 de junho de 1717, reuniram-se quatro das lojas maçônicas em atividade no território inglês, fundando a Grande Loja de Londres.
Os irmãos das quatro oficinas que ali se uniram elegeram
como primeiro Grão Mestre Sir Antony Sayer.
Três das lojas foram constituídas por maçons operativos
(Ganso e da Grelha, A Coroa e A Macieira), enquanto a loja Copázio e das Uvas
foi formada por homens nobres e eminentes, dentre eles o Reverendo James
Anderson (que, em 1723 escreveria o Livro das Constituições). (leia a postagem "Afinal, o que é um maçom?")
A Maçonaria era então constituída de dois graus (aprendiz e companheiro), vez que o grau de mestre foi introduzido apenas no ano de 1725, sendo definitivamente incorporado em 1738. Na oportunidade existia o cargo de Mestre de Loja. (Leia a postagem "Os graus na Maçonaria")
Os primeiros grão-mestres do mundo eram, portanto,
companheiros maçons.
A Grande Loja de Londres no início, entretanto, embora
fundada em 1717, exerceria pouca influência na Maçonaria Inglesa, considerando
a grande resistência dos maçons à inovação. Na Inglaterra predominava o
conceito de “maçons livres em lojas livres”, sendo o principal foco de
resistência a uma associação de lojas o Condado de York.
Os maçons resistentes, apegados à velha fórmula, eram
chamados de “Antigos”, enquanto os reformadores (fundadores da Grande Loja de
Londres) eram, por oposição, chamados de “Modernos”.
Em 1751 foi fundada a Grande Loja dos Antigos, formada por
maçons irlandeses que não obtiveram permissão para exercer a Maçonaria nas
lojas inglesas.
O irlandês Lawrence Dermott foi o maçom que ofereceu maior
resistência aos modernos, publicando em 1756 as “Constituições da Grande Loja
dos Antigos”, com o título de Ahiman Rezzon, contração das palavras “Ahim” –
irmãos; “manah” – escolher e “ratzon” – lei.
Na visão de Dermott, os antigos deveriam ser chamados de
Maçons de York, considerando que a primeira Grande Loja da Inglaterra teria se
reunido em York no ano de 926, pelo príncipe Edwin.
Em 1761 foi reativada a Grande Loja de York, vinculada a
cidade homônima, com o nome “Grande Loja de Toda a Inglaterra”, cujos membros
criticavam a Grande Loja de Londres pelas seguintes alterações por ele
realizadas:
- Mudança dos métodos de reconhecimento dos graus maçônicos.
- Retirada das orações dos procedimentos maçônicos.
- Descritianização dos rituais.
- Omissão dos dias santos.
- Mudança da forma de preparo do candidato.
- Diminuição do ritual.
- Corte da leitura dos antigos deveres nas iniciações.
- Retirada da espada durante as iniciações.
- Mudança das funções de oficiais.
- Mudanças de posicionamento do altar dos juramentos.
Em 1794, os grão-mestres das duas grandes lojas decidiram
acabar com as divergências e solicitaram que o Duque de Kent intermediasse um
acordo, buscando a unificação.
Em 1809, a Grande Loja de Londres constituiu uma “Loja de Promulgação ou Reconciliação”, que, após estudos concluiu que seria possível atender os interesses de todas as partes, especialmente no tocante ao ritual.
Em 1813, dois irmãos nobres se tornaram grão-mestres das
duas potências maçônicas rivais. Falamos dos Duques de Sussex, da Grande Loja
de Londres, e de Kent, da Grande Loja de Toda a Inglaterra. Assim foi possível
a conciliação e, no dia 27 de novembro de 1813, foi assinado um tratado de 31
artigos, formalizando a união das potências maçônicas.
O Duque de Sussex, conforme proposto por seu irmão, Duque de
Kent, tornou-se o primeiro Grão-Mestre da nova e unificada potência, denominada
Grande Loja Unida da Inglaterra.
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