Marie Laveau
Marie Laveau - por Tammybeck |
Uma negra nascida livre, em 10 de setembro de 1782, em Nova
Orleans – Estados Unidos, a respeito da qual se contam inúmeros feitos
psíquicos e sobre a qual existem muitas controvérsias, inclusive quando ao seu
local de nascimento, que autoridades renomadas com as quais temos contato,
afirmam ter ocorrido no Haiti.
Conta-se sobre ela que seria filha de um agricultor branco
com uma mulher negra, mulher esta que, como ela, praticaria artes divinatórias
e magia, incluindo vudu.
Sabe-se com segurança que Marie casou com Jacques Paris,
negro e livre, no dia 04 de agosto de 1819, conforme consta de sua certidão de
casamento, até nossos dias conservada na Catedral de Saint Louis, em Nova
Orleans.
No ano seguinte, Paris morreu em circunstâncias não
esclarecidas, passando Marie a trabalhar como cabeleireira, especialmente para
famílias abastadas da época.
Consta que Marie e seu esposo tiveram quinze filhos, dentre
eles Marie Laveau II, nascido c. 1827,
que posteriormente deu continuidade ao trabalho de sua mãe.
Estudiosos
acreditam que a mãe era mais poderosa enquanto a filha mais
disposta a realizar eventos públicos (incluindo convidar participantes para rituais de São João da
véspera em Bayou St. John). Elas
receberam quantidades variadas de apoio financeiro para a continuidade de seus trabalhos e não se sabe
qual das duas pode ter feito mais para estabelecer
a reputação de rainha voodoo.
Marie enamorou-se com Luis Christopher Duminy de Glapion,
vivendo em sua companhia até a data de sua morte, em 1.835.
Marie teria como animal de estimação uma cobra de nome “Zombi”.
Quanto a esta serpente, teria ela também o nome “Iwa Damballah
Wedo”.
“No Vodou,
Damballah é um dos mais importantes de todos os loa. Ele é tanto membro
da família Rada como uma raiz, ou racine Loa. É
representado como um serpente e associa-se estreitamente com cobras. Ele é
considerado o pai de todos os loa e, juntamente com sua esposa/companheira Ayida Weddo,
considerado no Vodou haitiano o Loa de criação.
“Algumas de suas canções rituais indicam que ele
"transporta os antepassados", na sua volta ao Ginen (casa espiritual
do Loa, e o pós-vida). Sua esposa é a serpente arco-íris Ayida Weddo
(ele também é casado com a Erzulie Freda). Como um loa da nação Rada está associado com a cor branca.
Sua cor especial é o branco. Suas oferendas são muito simples e que ele prefere
um ovo em um monte de farinha. Algumas casas também servem-lhe com anisete
(licor de anis) e xarope de milho. Ele não fala quando se apresenta em sua
posse, mas faz barulhos, sibilam como uma cobra.
“Na maioria das casas, ele é sincretizado com uma
das imagens católicas de Moisés ou St.
Patrick.
“Nomes alternativos: Damballa Weddo (filho de Odan
Wedo), Danbala, Zombi, Danbala Wedo, Damballah Weddo, Danbhala Weddo, Obatalá.”
(fonte – Wikipedia)
Há relatos de grandes curas de males minimamente estranhos atribuídas à magia de Marie Laveau. Esta magia, segundo se fala, incluiria uma miscigenação de crenças católicas e africanas, como também outros conceitos religiosos.
Também se atribui àquela magia uma grande clarividência e
íntimo conhecimento do que se passava nos lares das famílias da época,
especialmente daquelas mais abastadas.
Quanto à sua morte, muito se fala e pouco realmente se sabe.
Nossa fonte de grande conhecimento informa que Marie teria sido condenada à
morte por enforcamento pela prática de magia, que nunca negou.
Mary Poppins - por Madame Lazonga |
Diversos jornais de Nova Orleans publicaram notícias a
respeito da morte de Marie Laveau, no dia 16 de junho de 1.881, mas conta o
popular que ela continuava a ser vista na cidade após esta data, fato que se
tentou explicar, mas não de forma convincente, como tendo sido personificada
por uma de suas filhas com Luis Christopher Duminy de Glapion.
De
acordo com registros oficiais de Nova Orleans,
uma certa Marie Glapion
Lavau morreu em
15 de junho de 1881, aos 98 anos.
A ortografia diferente do último nome, bem como a idade à morte
pode resultar da abordagem informal século 19
para ortografia bem
como relatos conflitantes sobre o
nascimento do Laveau.
Oferendas para Marie Levau - por Star Cat |
A fama de Marie Laveau é tão absurdamente grande que
personagens homenageando-o foram inseridos em inúmeros romances, especialmente
aqueles que enveredam pelo ocultismo.
Nas histórias em quadrinhos da Marvel Comics, Marie Laveau é
constantemente apresentada como adversária de Drácula e do Dr. Estranho.
Na música, é tema ou argumento das seguintes obras, dentre
outras:
“Marie Laveau” – Bobby Bare – que você ouve clicando neste link
“Clare” – Fairground Attraction – que você ouve clicando
neste link
“Marie Laveau – Rainha Voodoo” – Dr. John – que você ouve
clicando neste link
“Witch queen of New Orleans” – Redbone – que você pode ouvir
clicando neste link
“Wheel inside the Wheel”
- Mary Gauthier – que você pode
ouvir clicando neste link
“I will play for gumbo” – Jimmy Buffett – ouça clicando
neste link
“Marie Laveau” - Craig Klein – ouça neste link
A prática religiosa ou mágica de Marie Laveau e de sua filha
Marie Laveau II tinha tamanha popularidade que permitiu a conquista de grande
número de seguidores multirraciais. Em 1874, cerca de 12 mil pessoas, negros e
brancos, invadiram as margens do Lago Pontchartrain para ter um vislumbre de Marie
Laveau II realizando seus ritos lendários na véspera de São João.
Consta que se deve a Marie Laveau a criação dos grandes enterros festivos (veja do que falamos clicando aqui) em Nova Orleans, pois que esta, tal qual a personagem central do filme intitulado "Imitação da vida"(saiba mais aqui) teria poupado dinheiro e realizado a programação de seu enterro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário